Capítulo 25 - Precisamos Conversar

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 Samuel é um cara legal, mas também não perdia nenhuma oportunidade de deixar Victor doido. Além do mais, ele foi dirigindo e eu via seus dedos vermelhos apertando o volante com toda a força. Eu não via a hora que Victor colocasse Samuel para fora do carro de tanto que ele relembrava as coisas que eu e ele já fizemos juntos.

Foram vinte minutos de pura tensão, mas deu tudo certo e ninguém saiu ferido.

— Obrigado pela carona.

— Disponha. — diz Victor falando entre os dentes.

Samuel entra entregando seu convite a um dos seguranças que estavam na porta. A festa seria numa espécie de sítio completamente diferente. Victor, com uma cara nada agradável, olha para mim respirando fundo:

— Não foi nada fácil aguentar esse pé no saco.

— Foi engraçado ver sua cara de ciumento.

— Não foi engraçado para mim. — diz me puxando para mais perto. — Vamos entrar!

O local estava cheio. Algumas pessoas eu conhecia e eram do meio artístico, e outras eu nunca tinha visto na minha vida. Victor parecia o próprio prefeito da cidade, pois a pois a cada dez passos éramos parados para conversar com alguém e me apresentar como namorada.

Namorada. Um termo que me deixou totalmente desconcertada e sem graça, porém eu ficava feliz em escutar. Feliz por saber que eu e ele estávamos dando certo.

As conversas variavam entre como Victor estava fazendo sucesso como fotógrafo, sobre arte e como seria nossa exposição em conjunto. Omitimos bastantes detalhes sobre a exposição, pois queríamos que fosse surpresa algumas coisas.

Sentamos em uma mesa reservada. Tinha nossos nomes junto com o pessoal da minha equipe e Ingrid. Posso dizer que éramos a mesa mais animada daquela festa, e a mais agitada. O garçom em dez em dez minutos tinha que ir manter nossos copos cheios.

Victor estava bêbado, eu estava com uma mistura de gin com cansaço, Leticia estava alta demais e o pessoal da minha equipe estava dizendo abertamente sobre coisas que eu já tinha feito de engraçado, e como eu era complicada de lidar e um ser humano perfeccionista.

Logo depois, Fabricio senta na nossa mesa junto com Valentina que era praticamente seu chaveirinho que rondava em todo o canto em que ele estava. Ela exibia o seu melhor sorriso, e Fabricio veio dizer o quanto estava feliz de que tudo deu certo para o desfile.

— Eu me aposentei, mas isso não quer dizer que não irei ajudar Valentina com a carreira dela. — diz levando o copo de uísque na boca. — Minha garota é muito talentosa e eu tenho certeza que fará tanto sucesso como eu.

Valentina com o seu melhor sorriso e o seu jeito completamente despojado, pega sua taca de champanhe e inclina:

— Um brinde a todos nós. Muito sucesso!

Sento no sofá carregando comigo o notebook de Victor.

Era estranho estar no apartamento dele. Tão pequeno, organizado. Tinha algumas telas grandes encapadas com papel pardo que estava dividindo o espaço da sala com o do banheiro.

Ligo o notebook e aparece a foto de tela minha.

Quando ele tirou isso que eu não estou sabendo?

Eu estava no seu ateliê, no espaço onde ele tirava as fotos de suas modelos. A foto estava incrível e com certeza ele tinha tirado após a pausa entre uma e outra troca de roupa. Lá estava eu, olhando suas câmeras fotográficas, com uma luz preta no fundo, e com o reflexo das luzes das prateleiras em mim. A foto tinha ficado espontânea e até que bonita.

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