Azila serviu uma bebida para ele, com muita maestria de anos a serva sabia da precisão que o deus tinha com bebidas. Portanto, não tirou os olhos do copo quando sua senhora reapareceu no templo.
— Ela está aqui para me servir, não você — Bastet falou, sentando ao lado do seu parente não tão distante na hierarquia dos deuses.
— Não seja ingrata — reverberou Anúbis, com seu costumeiro olhar duro. — Lhe ofereço um bichinho novo é assim que me agradece.
A mesma não se conteve e acertou o pão mais próximo em umas das orelhas de Anúbis. A ação poderia mandar qualquer um para mundo dos mortos, sem nem ao direto da famosa balança ao que seria pesado o coração do morto ao lado de uma pluma, levando se era digno ao mundo dos mortos segundo os princípios de Maat. No entanto o deus apenas a olhou sério, enquanto a deusa ria da sua cara.
— Se eu fosse você não subestimava tanto o Hades.
— Passou menos de dois dias com o ele e já está o defendendo? — inquiriu Anúbis, balançando a bebida, uma mania inevitável.
— Passo toda minha imortalidade com você e ainda não descobri todos os seus segredos — ela murmurou. — Subestimação é um indício de queda.
— Seu sentimentalismo também.
— Claro — ela retrucou com escárnio. — E você quase fez eu iniciar uma briga com os olimpianos.
Anúbis não deu atenção, continuando com sua bebida sem ligar para os comentários importunos da felina.
— Sem palavras? — ela alfinetou com um sorriso sorrateiro.
Agora foi a vez do deus bufar em resposta, o que atiçou mais a deusa. Bastet nunca se cansava de afrontar os deuses indo de brigas bobas até incrementando disputas históricas, de certa forma ela aquiescia com Rá, sua personalidade jovial sempre tendia a problemas.
— Pare de tagarelar um minuto — Anúbis retrucou.
Sem cerimônia alimentou-se da comida suculenta, Bastet o acompanhou no banquete, onde poucas palavras foram trocadas, porém não por muito tempo.
— Foi vê-la de novo? — indagou ele. — Você adora aquela garotinha humana.
— Não seja duro, Malu é especial. Você viu o que eu vi.
Assim como ela, Anúbis pode ver no momento que pôs os olhos na barriga enorme de Bruna alguns anos atrás. Visões confusas foram vistas sucessivamente, mas todas tinha algo especial, Malu, a pequena bebê tinha um potencial enorme além de uma aptidão para aprender, seguindo um bom intuito a criança poderia conseguir tudo que almejar.
— Mas não quer traze-la para nosso mundo, então por que não a deixa — Anúbis voltou a insistir.
— Não posso...
— Se quer tanto um filho, tenha o seu.
— Procriar por diversão? — ela inquiriu. — Não sou Osíris.
Dessa vez o foi deus que riu, fazendo o ambiente entrar em um clima ameno. Osíris não era um deus que vivesse sobre sexo, mas o fato de ter tido um caso com a mulher de seu irmão e ter dado a origem de Anúbis deu munição o suficiente para a implicância de Bastet.
— Meu pai agradeceria esse seu fanatismo de ódio sobre Osíris.
— Nunca proferi que Set é isento nessa história — Bastet comentou.
Não se posicionaria entre o lado de Set ou Osíris, ambos tinham seus pecados. A conversa não se prolongou por muito tempo, logo Anúbis seguiu para seu lugar de direito e bastet para seus aposentos com os lençóis de sedas mais desejados no alto e no baixo Egito.
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Bastet: Entre Deuses [LIVRO 1]
FantasyOs deuses sempre foram indiferentes entre si, gregos, egípcios e indígenas. Todos possuiam seu orgulho intocável, mas nada que a intervenção de humanos para submetê-los a um encontro. Mas, toda causa tem uma consequência, ações sem meditar pode lev...