Capítulo 2: A consulta

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- Bom dia, Catarina! Poderia por favor se sentar? - disse no tom mais calmo possível.

- Como vou me sentar com essas vagabundas olhando para minha cara? - aponta para as enfermeiras olhando de cara feia.

- Vocês poderiam por favor se retirar por um momento?

- Doutora, e se caso a 78880 surtar e tentar matar a senhora?

- Tenho meus próprios métodos. Agora, por favor, se retirem! - Disse batendo a porta na cara das enfermeiras(Não fui muito com a cara delas, então aquilo foi uma glória).

- Pensei que você iria ter medo de mim, novata. - disse Catarina com um sorriso de canto de boca.

- Eu não tenho medo de você. Estudei para lidar com pessoas como você e você não será a última.

- Que bonitinho, sempre me dizem isso, e sabem o que fazem? Me colocam uma camisa de força e me vigiam 24hrs.

- Talvez porque seja necessário?

- Se me dessem uma chance, eu poderia não ser tão louca, Doutora.

- Você não evoluiu de nível faz 6 meses.

- SE VOCÊ ME VISSE COMO ME TRATAM, EU PODERIA TER SAÍDO DESSA DROGA HÁ ANOS - Disse em um tom ríspido, olhando no fundo dos meus olhos, como se quisesse devorar a minha alma.

- Entendo, Catarina.

- Pera, Você é a única que não me chama de 78880.

- Sim, você é uma humana igual aos outros, nossa consulta acabou infelizmente.

- Obrigada por tudo, doutora.

- Pode me chamar pelo meu nome normal. É muita formalidade ser chamada de Doutora toda hora.

- Okay! Qual é o nome da princesa?

Como eu era tão branca como papel, em poucos segundos eu já estava tão vermelha quanto um tomate.

- O-oque você disse?

- Se paga de fodona mas é tão tímida, coitada. - Disse Catarina se aproximando de mim e tocando em meus cabelos.

Para a minha sorte, as enfermeiras abriram a porta e pegaram Catarina pelos braços, arrastando-a como um saco de farinha vazio, e aquele olhar me perseguiu até sumir pelo corredor do hospital, mas continuou em minhas memórias e começo a me questionar o porque eu estava tão nervosa ao lado dela.

Parecia que ela queria me dizer algo, como um pedido de ajuda talvez?

Paciente N°78880Onde histórias criam vida. Descubra agora