𝐂𝐎𝐅𝐅𝐄𝐄 𝐒𝐇𝐎𝐏 | 𝐏𝐀𝐔𝐋 𝐌𝐂𝐂𝐀𝐑𝐓𝐍𝐄𝐘 (HIATUS)

║Capítulo 4║

"Ruby" o moreno pensou naquele momento.

Paul não imaginava que esse nome martelaria tanto em sua cabeça após o ocorrido na cafeteria com John. Sua tarde do dia anterior se resumiu com o nome da loira em seus pensamentos e isso lhe sufocava de um modo enlouquecedor. Perdera as contas de quantas vezes esse nome surgiu em sua mente. Tentava encontrar diversas maneiras de entender porque isso estava acontecendo, afinal, raramente o moreno pensava aos extremos em alguém. A última vez que essa situação ocorreu foi com a morte de sua mãe por conta do câncer de mama. Com essa e outras razões, questionou-se se estaria metido em uma coisa boa ou ruim, já que envolvia a moça da cafeteria.

Mesmo não querendo, o rosto da bela mulher surgia em sua cabeça e isso lhe causava dor de cabeça. Sim, desde o momento que a viu, ficara encantado com a beleza dela, aliás, quem não ficaria? Aqueles olhos castanhos claros brilhantes e penetrantes poderiam fazer qualquer um suspirar, os fios loiros arrumados, o formato delicado de seu rosto, os traços hipnotizantes e as covinhas que surgiam no sorriso encantador da mesma atraíam McCartney. Além disso, o jeito próprio da moça fazia Paul não desviar seu olhar. Algo nela chamava a atenção, mas não sabia dizer exatamente o quê e isso lhe incomodava bastante.

Soltou um suspiro e balançou a cabeça afim de relaxar seus pensamentos gritantes. As aulas seguiram normalmente e agora encara a grama verdinha do pátio sem dizer absolutamente nada, dessa vez nem o moreno e os outros rapazes estavam ouvindo música em seu MP3, tiraram o intervalo para conversar. À medida que o tempo passava, Paul tentava se concentrar ao máximo no assunto de John – por mais que piorasse olhá-lo e lembrar do dia anterior – que dizia cada palavra de um jeito animado. 

— Sério John, o que você usou hoje antes de ir ao colégio para falar tanto, hein? — o de olhos azuis cruzou os braços. — O que você queria falar com a gente na hora da aula?

— Ah, foi bom você ter me lembrado. — respondeu. — Gostaria de saber se vocês podem sair hoje à noite. Queria levar vocês para um pub conhecido pelos meus colegas, vou aproveitar e convidar eles. Tem algum problema?

— Eu adoraria ir. — foi a vez de George responder. — Um pub é tudo o que preciso no momento.

— Aceito! — disse Ringo.

— E você, Paul? — John indagou, percebendo que o rapaz estava quieto e pensativo.

O moreno não é muito acostumado em sair, ainda mais quando está de noite. Mas pensou um pouco e achou uma boa ideia distrair a cabeça em um local movimentado e barulhento, por mais que não gostasse tanto. Nos tempos de Ensino Médio, Paul era convidado pela sua ex-namorada para ir em um pub perto de casa, levando a situação na diversão, o que quase acabou em sexo. Por sorte isso não aconteceu, estava sóbrio demais e não queria envolver-se em problemas. Beber e se divertir um pouco ajudará a tirar a balconista e o peso dos afazeres da faculdade de seus pensamentos, afinal, foi o que George havia dito, um pub é o que realmente precisa-se no momento.

— Tudo bem! Eu vou. — finalmente deu a resposta, o que fez John comemorar.

— Ótimo! — o acobreado sorriu.

Lançou um sorriso de volta, sem saber o que poderia acontecer nessa noite. Poderia chegar bêbado em casa? Provavelmente, tudo é possível quando se está acompanhado de John Lennon, mas não se importava mais com isso. Sua cabeça precisava de uma arejada e sair poderia ajudá-lo de uma certa maneira.

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Finalmente estava de noite. As horas demoraram irritantemente para passar e isso agonizava o moreno por completo, que agora está dando uma última checada em seu visual na frente do espelho do banheiro após um longo banho gelado. Vestiu suas roupas mais simples e pôs sua jaqueta jeans preta preferida com seu All-Star um pouco sujo. Deu uma leve arrumada no seu cabelo, achando engraçado de como ele ficava realmente bom meio bagunçado e desalinhado, não sentia a mínima falta de seu estilo engomado dos anos de colegial. Usar penteado mop-top tornou-se frequente por causa de sua mãe, que o acostumou a usá-lo desde o Fundamental, mas as coisas mudaram assim que conseguira a tão sonhada vaga para a Paris College of Music. Foi em direção ao quarto e rapidamente colocou um perfume de aroma amadeirado, depois checando seu relógio de pulso as horas e já precisava ir. John telefonou-o de tarde, já que trocaram contatos alguns dias depois de se conhecerem, para avisá-lo que horas era preciso estar lá e o nome do tal pub.