║Capítulo 7║

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Paul realmente não soube o que havia dado nele, mas realmente precisou ajudar Ruby a ir para casa. Algo pareceu ter lhe puxado a fazer isso e coragem era o que tinha no momento, acabou se rendendo pela moça assim que ela ofereceu sua moradia como abrigo da tempestade. A casa da loira tem móveis no estilo clássico francês, não é exatamente um rococó, chega a ser um pouco moderno e super aconchegante. Cada cantinho parecia ter tudo a ver com ela, a delicadeza dos objetos postos, os tons brancos, amadeirados ou alguns tons pastéis que realmente combinavam juntos chamavam a atenção do moreno. Até "descobriu" que há diversos sacos de farinha em um armário da cozinha, então é justamente ela quem prepara aquelas gostosuras da cafeteria. Bem, essas coisas não foram o foco principal dele, mas sim Ruby, que conversava consigo animadamente e sem se importar pelo fato de não se conhecerem perfeitamente. Curiosamente, seu coração acelerava enquanto conversavam e além disso, seu desejo é conhecê-la ainda mais – já que percebera que a mesma tem uma personalidade forte. Paul de fato ainda tentava compreender porque seu corpo reagia dessa forma, tremendo ou às vezes vermelho que nem um tonto, mas não era hora para pensar nisso. Não agora.

Conversavam sobre diversos assuntos enquanto assistiam televisão, esperando a chuva passar aos poucos. Já suas roupas, ainda continuavam úmidas e queria trocá-las o mais rápido possível, mas dialogar com Ruby fez com que Paul se esquecesse desse detalhe. Agora ela está sorrindo entusiasmada, lhe mostrando seu livro preferido, que é de Artes, dizendo que seu pintor favorito é Claude Monet. E realmente, este tinha pinturas impressionistas incríveis como a Impression, soleil levant (Impressão, nascer do sol), as variadas pinturas Nymphéas (Nenúfares), La plage à Pourville, soleil couchant (A praia em Pourville, pôr-do-sol), o moreno poderia citar uma lista inteira. Notou que as cores que o pintor utilizava combinam com Ruby. São vivas e coloridas. Também ama desenhar ou pintar de vez em quando, mas sua relação mais forte é com a música e isso permanece desde que seu pai lhe ensinara piano pela primeira vez. Certo, automaticamente já estavam mudando de assunto diversas vezes, ambos comentavam agora sobre o filme que passava no momento.

— É a milésima vez que passam esse filme, até sei as cenas de cór. — a loira comentou, e curiosamente se levantou para ir em direção a janela. — A chuva está parando!

— Ah é? Isso é ótimo. — respondeu, um pouco desanimado. Afinal, isso era bom ou ruim? Paul não podia mentir que adoraria passar mais tempo com a loira, mas de qualquer modo, ainda precisava trocar suas roupas e deixar a balconista descansar. Odiava dar trabalho aos outros, mesmo estas lhe ajudando por vontade própria.

— Você já quer aproveitar e ir? Antes que uma chuva forte venha novamente? — não tinha outra saída, as roupas molhadas já estavam lhe incomodando de certa forma, mesmo querendo permanecer na casa de Ruby por mais algumas horas. Só queria chegar em casa, tomar um banho e por roupas quentinhas.

— Bem, é melhor assim. — disse, depois se levantando e tirando a toalha que cobria suas costas. — Irei correndo para chegar mais rápido.

— Tome cuidado, Paul. As ruas ficam perigosas em dias chuvosos. — comentou, um pouco preocupada.

— Fique tranquila, Ruby. — deu um sorrisinho para acalmá-la, indo em direção da porta. — Segunda-feira eu estarei na sua cafeteria novamente.

— Se você diz... — pausou, e sem dizer nada, abriu a porta para o moreno. Este saiu, não querendo muito ir embora, mas infelizmente era necessário. Se entreolharam, fazendo o coração de Paul acelerar um pouco, já perdera as contas de quantas vezes isso aconteceu. — Er, bem, espero que não tenha ficado incomodado por todo esse tempo. Aos poucos eu vou me abrindo com as pessoas, então acabo tagarelando demais. — coçou a nuca, meia envergonhada e isso fez com que Paul desse uma risada.

𝐂𝐎𝐅𝐅𝐄𝐄 𝐒𝐇𝐎𝐏 | 𝐏𝐀𝐔𝐋 𝐌𝐂𝐂𝐀𝐑𝐓𝐍𝐄𝐘 (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora