𝐂𝐎𝐅𝐅𝐄𝐄 𝐒𝐇𝐎𝐏 | 𝐏𝐀𝐔𝐋 𝐌𝐂𝐂𝐀𝐑𝐓𝐍𝐄𝐘 (HIATUS)

║Capítulo 6║

E sem delongas o despertador começou a tocar. Seus olhos castanhos claros se abriram lentamente, enquanto seus ouvidos não aguentavam mais escutar o barulho irritante que ecoava no quarto escuro. Levantou-se e desligou, finalmente tendo o silêncio que necessitava e rapidamente foi ao banheiro, olhando seu cabelo loiro meio bagunçado. Ruby precisava de um banho, e é isso que fará após escovar os dentes. Depois de um tempo no banheiro e procurando uma roupa adequada para ir ao trabalho, direcionou-se até a cozinha para tomar um bom café reforçado, já que fica parte do seu dia na sua amada cafeteria. Durante a adolescência, tivera dúvidas no que realmente gostaria de fazer na faculdade e nada lhe interessava muito, quando terminava todas as tarefas do colégio, corria para a cafeteria – que antigamente era de sua mãe quando se mudaram, para poder ajudá-la com os clientes. Sua paixão pelo estabelecimento aumentava gradativamente e obviamente havia se decidido que seguiria os passos da mãe. Nessa época a situação da família Bennett não estava muito agradável, o pai havia sido demitido do trabalho e a quantia da cafeteria não ajudava em absolutamente tudo. Apenas era o suficiente para certas coisas. Isso ficara por uns bons anos, mas, graças a um amigo de longa data do rapaz, conseguira um emprego em Lyon. 

Com essa reviravolta, a rotina da família começou a se movimentar bastante. Com o fim do colegial de Ruby e seus desejados dezoito anos, conversou com sua mãe sobre seu futuro e que gostaria de trabalhar na cafeteria, apesar da mulher ter ficado um pouco afastada e interessada em um emprego fora de Paris. Felizmente tudo ocorreu como planejava, o estabelecimento está em seu nome e seus pais mudaram-se para Lyon, e quando podem, ligam para saber como está a vida da loira.

Sozinha e tomando uma xícara de café, encostou-se em uma parede e cruzou as pernas, observando a sala de estar vazia. Ruby sentia falta de seus pais algumas vezes e como a casa ficava animada com as baboseiras de seu pai, mas as coisas precisaram ser assim. O importante é que todos estão felizes com as decisões e com o que anda acontecendo.

Assim que terminou, pegou apenas suas chaves e as colocou no bolso da calça e logo partiu para a cafeteria. Após andar algumas quadras, olhou para a rua que estava vazia, tinha costume de acordar quatro horas da manhã para poder ter tempo suficiente em casa e abrir seu estabelecimento, ainda mais em dias de semana. Mas hoje é sábado, e de qualquer maneira precisava levantar cedo, pois ainda assim, muitos clientes aparecem para tomar café nos finais de semana. A única diferença é que fecha mais cedo. Finalmente estava em frente à cafeteria e abriu as portas com a chave própria da mesma, entrando e logo indo por detrás do balcão. Pôs seu avental e começou a arrumar algumas louças, sabendo que o dia seria longo.

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Realmente o dia está bem movimentado. Ruby mal sequer conseguira dar uma pausa para descansar, pois com o passar do tempo, mais clientes apareciam na cafeteria. Está de tarde, a hora do almoço estava quase indo embora e é justamente nesse horário que o estabelecimento costuma encher bastante. Com certeza seus pais ficariam orgulhosos de vê-la cheia. Enquanto moía alguns grãos de café, percebeu as portas se abrirem e que mais um cliente entrara.

E esse cliente fez com que Ruby desse um sorriso.

Era Paul, o rapaz que sempre visita sua cafeteria todos os dias e no mesmo horário. Essa é a primeira vez que o moreno aparece em um dia de sábado, provavelmente deve estar livre das tarefas da faculdade ou preferiu manter a rotina da semana. Ela não podia negar para si mesma, sua chegada a animava de certa forma. Desde daquele incidente, Ruby achou engraçado o nervosismo do rapaz ao tentar fazer um pedido do menu em francês e os dois não pararam de se falar mais, além disso, aprecia a doçura de Paul ao conversar consigo, chegava a ser culto em certos momentos. Sentia algo muito bom vindo dele.