║Capítulo 8║

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Paul sentiu seu sangue ferver ao escutar uma pergunta tão direta daquelas, e além disso, por não saber o porquê dela estar tão interessada em sua vida. Seus dias na faculdade mal completaram um mês e as coisas já estavam saindo de seus eixos, o pior de tudo, é ter um pesadelo em carne e osso de volta. Os dois namoraram durante o segundo grau, mas o relacionamento durou até o começo do terceiro ano e quem decidiu terminar foi justamente o McCartney, que não aguentava mais as mentiras e manipulações por parte da ruiva. Chorar estava começando a ficar cansativo, passar raiva e para piorar, ser enganado. 

Afinal de tudo, o que Jane realmente quer consigo? Por que lhe persegue tanto? Estaria ela arrependida do que fez? Ou finge só para se aproximar? São tantas perguntas, Paul poderia muito bem questioná-las a Jane, mas desconfiaria das respostas da mesma e muito menos queria ouvi-la no momento. Queria que o dia começasse perfeito, então, ele terminaria perfeito do seu jeito. Soltou um suspiro para se acalmar, conseguindo se concentrar na situação.

— Sim, estou. — afirmou sem medo. — Você não tem nada a ver com isso. — Paul estava prestes a sair, mas foi impedido por Jane, que entrou em sua frente e segurou o pulso do moreno. — Senhorita Asher, eu tenho uma aula importante agora. E trate de me soltar.

— Não faz mal você faltar uma aula. — ela sorriu. — Precisamos conversar sobre aquilo também, lembra?

— Para mim faz total diferença, devia fazer o mesmo. — ignorou a última fala da ruiva, depois moveu bruscamente a mão, conseguindo finalmente se soltar. — Me deixa em paz, tá? É o melhor que você estará fazendo. 

Preferiu não esperar e simplesmente a deixou sozinha ali no corredor, subindo as escadas o mais rápido possível para não perder aula, já que o primeiro tempo é de um professor que chega super cedo. Um pouco ofegante, respirou fundo algumas vezes e encontrou a porta da sala de aula entreaberta, em seguida, suspirou aliviado. Além de chegar cedo, o homem era meio casca grossa, mas não impedia Paul de admirá-lo. Correu até sua sala, encontrando seus amigos conversando e lhe esperando com uma das mochilas postas em sua carteira. Se aproximou, chamando a atenção dos três que comemoraram usando gestos com as mãos.

— Que rapidez! Como foi? — George questionou.

— Nada demais, só deixei ela plantada lá no corredor. — revirou os olhos, devolvendo a mochila para o dono, John. Depois sentou-se, encostando a cabeça na parede e arranjando uma posição confortável. — Desisti de ir ao banheiro, meu cabelo deve estar uma porra.

— Bagunçado fica melhor. — Ringo respondeu.

— Paul. — o rapaz magro chamou. — Esse assunto todo não significa que nós esquecemos da garota que você conheceu. — ele deu uma risada, o que fez o moreno corar discretamente. "Sério que George é tão curioso assim?" pensou, esfregando uma das mãos no rosto.

— Eu conto ou você conta, Paul? — John brincou.

— Fechar um pouco a boca não faz mal à ninguém, Lennon. — suspirou, tentando se aliviar da vermelhidão do seu rosto. Pensou um pouco e percebeu que não seria tão ruim falar sobre isso com os seus amigos. E se eles soubessem o que são essas sensações estranhas quando está perto de Ruby? Com certeza os três ajudariam. Paul nunca foi de falar da vida pessoal ou o que acontece nela, mas a segurança que sente perto dos rapazes o torna mais livre.

É, por um lado não parece ser o fim do mundo.

— Está bem, eu digo. — se ajeitou na carteira, apoiando os braços na mesa e aproximando o rosto para falar com os três. — Como eu disse lá embaixo, eu a conheci no primeiro dia de aula, e não, ela não é estudante daqui.

𝐂𝐎𝐅𝐅𝐄𝐄 𝐒𝐇𝐎𝐏 | 𝐏𝐀𝐔𝐋 𝐌𝐂𝐂𝐀𝐑𝐓𝐍𝐄𝐘 (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora