Capítulo 2

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Penelope P.O.V:


  "Então quem era a miúda Park?"


  "Não sei do que estás a falar Maya, não há miúda nenhuma." - ficou a olhar para mim calada - " "pronto, okay. Ela tem algo diferente. Mas provavelmente não a vou voltar a ver."


  "Juro, não sei o que eras sem mim. Enquanto tu estavas num encontro romântico a ver as estrelas-"


  "Eu não estava num-"


  "Deixa-me acabar! Bem, eu fui até aos amigos deles e pedi o número à Hope. Apercebi-me depois que a namorada dela estava ao lado quando quase levei uma chapada. Mas expliquei a situação e ela lá me deu o numero."


  "Maya eu amo-te! Assim posso combinar algo com a Hope e pode ser que volte a ver a Josie. Mas espera... como assim explicas-te a situação?"


  "Talvez eu tenha dito que estavas interessada na amiga delas."


  "MAYA! Retiro o que disse. Eu odeio-te. E se elas disserem à Josie?"


  " E daí? Quando foi a última vez que estiveste com alguém Penelope? És demasiado reservada. Está na altura de deixares alguém ocupar o lugar que muitos outros deixaram vazio. Toma, agradece-me depois." - entregou-me o guardanapo onde estava o número da Hope. A única coisa que queria fazer era ligar-lhe, mas por esta hora ela devia estar a dormir. Tinha de esperar por amanhã.


  Encerrámos a discoteca e fomos para casa. A Maya e o Ethan são irmãos e vivem juntos. Eu tenho o meu próprio apartamento. Os meus pais eram conhecidos por ter uma boa quantidade de dinheiro, afinal eram ambos grandes empresários. Podia não estar a trabalhar para poder frequentar o curso mas não queria estar dependente do dinheiro que não era meu. No entanto, trabalhar como bartender não me dava o dinheiro suficiente para tudo. Este apartamento foi a única ajuda que tive de lhes pedir.


  Cheguei a casa e afundei-me instantaneamente nos lençóis. No entanto, o meu descanso não durou muito pois fui acolhida pelo miar e pelos latidos vindos da cozinha. Levantei-me, cansada. Com certeza estavam a pedir comida. Entrei na cozinha e deparei-me com o Murphy em cima da bancada, a lavar o seu longo pêlo preto. Trouxe-o para casa uma semana depois de arranjar o lugar. Encontrei-o perdido a vaguear perto dos ecopontos à procura de comida. Era um gato tão bem arranjado que pensei que teria dono, cheguei a colar posters mas passado um mês ninguém me contactou à procura dele. Passado pouco tempo tinha-se tornado a minha companhia e o meu melhor amigo de quatro patas. Os meus dois dálmatas estavam sentados ao lado das taças de comida a olhar para o armário onde eu a guardava. Espertos.


  Voltei para o quarto e troquei de roupa para um camisa de dormir preta com renda branca. Coloquei o despertador para as onze visto ter aulas depois do meio dia. Queria ver se antes delas ainda ligava à Hope. O ideal era conseguir encontrar-me com ela ainda amanhã. Apesar de querer ver a Josie também queria voltar a aproximar-me da Hope. Fui uma das amizades que mais gostei de fazer naquele ano.


  Acordei na manhã seguinte com o som do telemóvel. Mensagens.


  Maya: NÃO

  Maya: TE

  Maya:ESQUEÇAS

  Maya:Número. Sair. Encontro. Deixar de seres uma single cat lady.


  Acho que ela estava mais investida nisto que eu. Respondi-lhe a dizer que o ia fazer assim que saísse da cama.


  Arranjei-me para o dia e tomei o pequeno almoço. Ainda tinha algum tempo de sobra, então peguei no telemóvel, e digitei o número da Hope.


Crossed ways  | Posie | PTOnde histórias criam vida. Descubra agora