Memórias de um acidente passado

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5 dias antes, 10/03.

- Jay, me deixa em casa?- perguntou Sam segurando meu braço, enquanto íamos em direção ao carro. O mesmo era da minha mãe, ela havia me emprestado.

Acabávamos de sair de uma sessão de cinema no Cinemark Helena and XD, e nosso amigo Carl teve que ir embora mais cedo.

- Claro, porque não?- Indaguei suavemente não esperando resposta.

- Aah... Vai que hoje não dá? Não posso ficar dependendo de você o tempo todo. - Disse parando em frente ao carro.

- Samantha, entra logo no carro, está frio! - Abrindo a porta do carro e rindo.

Ela assim entrou no carro e logo se acomodou, começara a ventar mais forte realmente. Dei a volta no carro e logo a porta do motorista foi aberta pela Sam.

- Obrigado, querida. - Olhando pra ela de forma irônica. Enquanto procurava a chave do carro em meus bolsos, comecei a sentir uma sensação estranha. De como se alguém estivesse me cuidando ou vigiando. Dava a impressão, de que estava atrás da cerca de proteção contra animais, atrás do estacionamento.

- Oque foi Jay? Entra logo, está frio. - Rapidamente me abaixei, entrei no carro e olhei nos olhos dela.

- Não é nada. Foi só uma impressão estranha. - Mas na verdade, eu tive certeza de ter visto alguma coisa mas, poderia ter sido só o vento.

Liguei o carro, da minha mãe e saí do estacionamento indo em direção a casa da Sam.

- James, você não vê problema em me levar? Não vai chegar muito tarde? - Sam ainda preocupada me questionou.

- Samantha, você iria como pra casa? - Olhei rapidamente pra ela e voltei pra estrada. - Se eu te deixasse lá, minha mãe me esganaria.

Ela riu e comentou em seguida. - Está bem. É, ela faria isso mesmo. - Rimos e eu segui o caminho usual até a casa.

De relance vi dois flash vermelhos na mata a minha direita. Os procurei novamente e não mais os vi. Balancei a cabeça e a Sam me olhou.

- Está acontecendo alguma coisa Jay? - Ela colocou a mão na minha cabeça em um carinho.

Não. Não é nada coisa da minha cabeça. - Dobrei a esquina e logo parei em frente a casa dela. - Chegamos minha querida. Pegou todas as suas coisas?

- Peguei sim meu querido. Obrigado pela carona, até amanhã. - Abriu a porta do carro, virou pra mim e me deu um abraço. - Desculpa o incômodo.

Segurei o braço dela e a respondi. - Samantha, nunca é uma incômodo. Avisa sua mãe que eu mandei um beijo. - Dei um beijo na testa dela e em seguida um abraço.

- Tá bom Jay. Me avisa quando chegar em casa. - Se despediu e saiu do carro.

Relaxei o corpo, liguei o som pra curtir e saí pra minha casa. Passando pela estrada da ponte que vai pro norte, rumo da minha casa, um vidro ou prego furou o pneu traseiro esquerdo do meu carro.

Eu todo feliz por ter que sujar minha roupa nova e minhas mãos. Desci pra pegar o step no porta mala. Como vou explicar isso pra minha mãe? Pensei enquanto arregaçava as mangas dá minha camisa.

Enquanto eu ajeitava o macaco embaixo do carro, eu escutei um uivo que pareceu estar a menos de dois metros de mim. Ainda embaixo do carro, olhei de ponta cabeça um lobo vindo em direção ao meu carro, vindo da mata.

Eu, imediatamente, saí de debaixo do carro para me defender. O lobo se aproximou mais do carro, pela parte dianteira e chegou aonde eu estava. Quando ele me viu, levou um leve susto e paralisando. Ele parecia me analisar, eu seria presa ou oque?

Algo nos olhos daquele lobo me chamou atenção. Eu podia ver um rosto feminino perfeito através daqueles olhos.

 Eu podia ver um rosto feminino perfeito através daqueles olhos

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E eu quis tocar em sua face e sentir sua pele. Foi um breve segundo de nada e longas horas de dor. Eu havia sido mordido.

Quando eu abri os olhos, fechados devido a dor e susto, só vi o sangue escorrendo pela minha mão e braço.

Pude ver ao longe o lobo virando e olhando pra mim. Ainda com um rosto feminino, e como magia, por breves segundos os olhos ficaram azuis.

Azuis como o mar. E abruptamente voltaram a um caramelo. Aquilo me causou um pânico tremendo. Joguei o step no banco trás junto com o macaco, entrei no motorista liguei o carro e saí dali o mais rápido que pude.

Minha mão ainda sangrava, então, arranquei parte da camisa pra enfaixar o local da mordida. Enquanto fazia isso, vi aquelas luzes no meio do mata. Olhei mais do que devia e : puuuffffff.

O pneu estourou, perdi o controle do carro, e para não causar o acidente joguei o carro pra fora da pista. Nisso, o carro derrapou e o porta mala foi de encontro com uma árvore na beira da estrada. Eu bati a cabeça no volante e apaguei por alguns minutos.

Acordei, depois desse tempo com a testa cortada e o sangue já seco. Saí do carro e olhei pro pneu furioso e tratei de trocá-lo. Conferi a batida do porta mala, e vi o tanto de esporro que levaria. Já com o pneu trocado, segui de volta pra casa, com a mão sangrando e a testa cortada.

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