A inocência de um sábio

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POV James

- Mano, vou tomar uma água e já vou pra sala, pode crer? - Carl virou pra mim e disse enquanto nós íamos para a sala de Q.O.

- Não vá se perder em?!- disse e ri de leve.- Mas é sério, não perde essa aula não. - Mandamos nosso toque mais simples e dei minha garrafa com ele para ele encher.

Eu e Sam seguimos para a sala conversando e marcando mais uma ida ao cinema.
- Sam, anda logo... Qual filme tu quer ver? - Nós dois sempre discutíamos sobre qual filme assistir, mas no final ela sempre ganhava.

Ela olhou pra mim com cara de pidona e fazendo bico disse:
- Corações sombrios - disse como uma criança mimada diria.
Me sentei, revirei os olhos e olhei pra ela.
- É sério isso? Corações sombrios?- ela sorriu pra mim e sentou na minha mesa.
- Jaaay, por favor, por favor, por favorzinho vai. - Escorei minha cabeça na perna dela e tentei pensar um pouco, mas ela não deixou. Ela começou a cutucar meu ombro e foi pro lugar onde eu tenho mais cócegas: costela e barriga.

Eu revidei, apertando seu joelho e mordendo de leve sua coxa. Ela parou e olhou pra mim brava.

- Eeeeiii, não vale! - Me olhou emburrada e cruzou os braços.
- Tá bem, sem morder. - Parei por uns segundos, escorado na coxa dela, e de imediato ela começou a fazer uma trança em meu cabelo já grande.
Ficamos ali por poucos segundos e confirmei:

- Corações sombrios, mas... Qual vai ser o cinema? - E antes que começasse outro briga de cócegas, o Carl chegou.
- Oque fique mais próximo da casa dela. Sua garrafa cabeção. - Levantei minha cabeça e percebi o que ele quis dizer com o "casa dela": a menina de hoje de manhã estava com ele.

- Se ela estiver afim é claro. Você tá afim de um cinema? - Carl falou e ela sorriu com vergonha. E com a voz mais doce do mundo... Recusou.
- Eu acho melhor não ... Vai ser muita intromissão da minha parte, e eu nem sei qual o dia e onde vai ser.

Sam cortou logo em seguida:
- Vai ser na sexta, no Helena, Corações sombrios o filme. Fica perto pra tu? - Disse, olhou pra mim e sorriu vitoriosa. Ela já havia decretado tudo.

- Fica perto sim. Mas vocês tem certeza que querem que eu vá? - Disse totalmente educada e muito fofa.

- Claro, tenho certeza. O James vai te buscar na sua casa. Aliás sou Samantha, muito prazer. Esses dois guindastes aqui são Carl e James. Qual o seu nome?

Olhei para os olhos daquela linda mulher, esperando sua resposta.

- Meu nome é Anne Strautman, muito prazer. - Ela sorriu envergonhada e continuou. - James, não se preocupe. Não precisa me buscar eu arranjo um jei... - Sam corta novamente.

- Vai buscar sim, ele tem uma coisa pra te devolver. Inclusive, me passa seu número. No dia vou passar o lugar da sua casa pra ele. - Anne visivelmente assustada com a situação, se viu forçada a passar o número. - Como o filme começa às sete, ele pode te buscar as seis? - Sam questionou e Anne concordou com a cabeça.

- Perfeito! Finalmente, outra menina no nosso grupo, seus tanços. - Rimos e percebi a risada envergonha da Anne.
O professor entrou e fechou a porta. Logo fomos nos organizando, Sam sentou com o Carl e Anne comigo. Depois de um certo tempo começo a ter uma sensação estranha e sentir um cheiro diferente. Um cheiro de terra molhada com Camomila, um cheiro muito bom por sinal. Olho pro lado e vejo Anne enfiada, praticamente, em um livro.

- Qual o nome? - Falei sem olhar pro lado.

- O silêncio dos inocentes! - Responde sem tirar o rosto do livro.

- Eu só assiste o filme; é fidedigno ao livro? - Continuei o assunto.

- Em certos pontos, é sim! - Olhou pra mim e voltou ao livro.

- Você não gosta de química? Só leu seu livro até agora. - Haviam se passado 45 minutos de aula já.

- Eu já estudei essa matéria! - Olhou pra mim e observei seus olhos azuis. Eles não eram cor de caramelo? Coisa da minha cabeça. - Eu me ensinei em casa. - Sorriu e voltou ao livro.

- Agora, turma, vamos para o laboratório, fazer alguns experimentos

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- Agora, turma, vamos para o laboratório, fazer alguns experimentos. - Todos da sala saem comemorando, não era comum irmos ao laboratório. Mas ela, não esboçou nenhuma reação. O que me deixava mais e mais curioso a respeito dela.

- Vamos? - Me levantei e olhei pra ela. - Posso carregar seus livros?

Ela sorriu e olhou pra mim. - Se você deixar todos eles na hora de me devolver, ladrãozinho! - E deu uma risada. A risada mais fofa que já ouvi.

- Prometo deixar todos - Ri com ela peguei os livros, e juntos fomos para o laboratório.

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