Capítulo 1

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MAYA POV

Olá, sou a Maya Collins, tenho 22 anos e sim estou grávida, nem queiram saber de quem, eu espero não voltar a ver esse miserável. Eu fugi de casa e agora não sei como é que eu vou fazer para me manter viva a mim e ao meu filho vim para Nova Iorque a pensar que podia melhorar a minha vida mas não tenho nenhuma casa para viver, não tenho família, não tenho nada. Vou viver na rua, é a minha única solução, não tenho dinheiro nenhum por isso vou ter de arranjar emprego. Está a chover e vou ter de arranjar alguma varanda para dormir esta noite. Depois de andar cerca de uma hora por estas ruas enormes de Nova Iorque finalmente encontro um prédio com uma grande cobertura em frente que diz respeito à varanda do primeiro andar. Sento-me em frente à porta e como estou toda molhada junto os meus joelhos o máximo que consigo ao meu peito porque a barriga começa a notar-se, estou de 3 meses. Abraço as minhas pernas e deito a cabeça nas minhas coxas tentando aquecer-me para poder dormir. Fecho os olhos mas em vez de dormir todas as memórias voltam e eu começo a chorar sem conseguir controlar os soluços. Os meus dias resumem-se a isto, isto tem de acabar, eu não posso continuar assim. Já pensei em ir a um psiquiatra mas não tenho dinheiro, sei que o dinheiro não trás felicidade mas tenho fome, estou grávida e nem tenho onde dormir. Vou morrer, talvez seja a melhor forma de acabar com este sofrimento todo, talvez eu merece ser mais torturada e mal tratada, talvez os maus tratos sejam para mim, talvez eu....

Um ruído de uma porta a abrir tira-me dos meus pensamentos, levanto rapidamente a minha cabeça das minhas pernas e olhos para cima onde encontro uma senhora que tinha idade para ser minha mãe com toda a certeza. Ela tinha ar de cansada e os seus olhos transmitiam... Preocupação? Talvez ela esteja preocupada por ver uma pessoa da minha idade a viver na rua. Só agora é que percebi que ela parece estar com pijama, um pijama bem quentinho, também com o frio que está não é para menos, quem me dera poder ter um pijama assim agora no meu cor....

-oh minha filha deves estar cheia de frio, anda, vem comigo para minha casa. Olha-me só o teu estado, estás toda molhada, vais ficar doente. Anda, sobe comigo tomas um banho e eu empresto-te umas roupas da minha falecida filha-consigo ver o olhar abatido ao falar da filha- vem, não fiques aqui assim, ao frio-não espera, tudo me corre mal e derrepente uma senhora que não conheço de lado nenhum quer me dar abrigo...? Porque? Porque a mim, tanta gente aí que precisa de uma casa e esta senhora escolhe-me a mim. Não eu não posso aceitar, iria estar a abusar da boa vontade dela e eu não quero isso, não quero nem posso.

- obrigado pela sua preocupação mas eu não posso aceitar, desculpe se a incomodei em estar aqui à porta, eu vou embora - levanto-me e começo a pegar nas minhas coisas, que não são muitas.

- estás grávida? - ela pergunta surpresa a olhar para a minha barriga.

Merda! Agora ela vai me julgar por estar grávida e sozinha!

- si.. Sim- respondo já a gaguejar e a preparar-me para ser julgada como toda a gente faz.

- anda comigo por favor, não te vou deixar ir, sozinha sem rumo e ainda por cima grávida, por favor aceita, nós conversamos sobre tudo lá em cima quando estiveres a jantar - a minha boca abre se num grande "O". Como é que esta senhora me pode querer ajudar? Todos me julgam, ninguém me compreende. Eu não posso aceitar mesmo assim. Quando ia recusar dou conta que estou a ser puxada por esta idosa que eu não sei o nome e entramos num apartamento que eu penso ser mesmo no rés do chão, uma vez que eu não me lembro de subir escadas ou entrar no elevador. A senhora abre a porta do apartamento marcado com o numero "201" e entra puxando-me a mim e às minhas coisas também para dentro. Fico fascinada, é um local pequeno mas bastante acolhedor, uma casa, algo onde eu já não entrava à bastantes dias. A senhora vai caminhando ao longo da casa e eu sigo todos os seus passos. Ela pára na sala onde tem um enorme sofá e uma poltrona ao lado e em frente uma televisão em que está a dar "game of thrones" reconheço a série porque a minha irmã via imensas vezes, sim eu tenho uma irmã mas não interessa agora.

-podes ficar à vontade querida, eu vou buscar um pijama para ti e falar com o meu filho para que possas tomar um banho, não tens de te preocupar com ele, ele passa o tempo todo no quarto e apenas vem cá nos fins de semana querida-ela diz e eu apenas olho para ela com atenção - a propósito eu sou a Helen. Como te chamas?

-Maya, obrigado por tudo Sra. Helen, eu não sei como agradecer, prometo que amanhã cedo vou embora.

-Deixa o sra. Chama-me Helen, e por favor amanhã não faças esse disparate. Fica aqui em casa comigo, eu sinto-me tão sozinha todos os dias, nós podíamos conversar e falavas-me de ti e depois talvez pudesses morar aqui comigo.-fico paralisada no momento. Acabei de comecer esta mulher e ela já me está a dar um abrigo? Óbvio que eu não vou aceitar! Já é demais ficar aqui esta noite e tomar um banho, mas com o temporal que está lá fora é o melhor para mim e para o meu bebé. Decido responder antes que me ofereça mais alguma coisa que eu não aceite depois.

-desculpe mas eu não posso aceitar, é demais!

-bem, pensas sobre isso durante a noite, agora vai la tomar um banho que eu depois meto as roupas à entrada da porta. É a segunda porta à direita. Eu vou preparar alguma coisa para nós comermos.

Sigo meia desajeitada pelo corredor e abro a tal porta deparando-me com uma estrutura masculina com apenas uma toalha na parte da cintura, tenho de admitir que este corpo pode fascinar qualquer uma mas não é a mim, por momentos arrepiei-me, mas também não sou cega não é. Levanto a minha cabeça para olhar nos seus olhos e deparo-me com um olhar bastante irritado, então apenas me viro de costas para não ver nada desagradável e começo-me a desculpar.

- Peço imensa desculpa a Helen disse-me que podia vir tomar um banho à vontade, pensei que não estivesse ninguém, eu já vou embora. - quando começo a caminhar sinto uma mão a puxar-me o braço fazendo com que o meu corpo se vire e choque com um outro corpo e fico com algum calor inexplicável.

- Onde pensas que vais? Apareces assim em minha casa, na minha casa de banho enquanto eu tomo banho e depois queres fugir sem me explicar nada. Quem és tu? Porque é que estás aqui e como é que conheces a minha mãe? - oh não, ele é que é o filho da Helen, não pode ser, que homem arrogante e mal educado. Quem ele pensa que é para me agarrar assim sem sequer me conhecer? Ah não, isto não vai ficar assim, eu não me deixo ir a baixo, muito menos por este homenzinho que se acha o maior.

- Eu não sei quem você é, nem pretendo saber. Quem você acha que é para me agarrar? Acho que não tem nada a ver com o que eu faço aqui, eu acho que esta casa é da sua mãe e ela convidou-me e aqui estou eu. Agora, com licença se não vai utilizar mais a casa de banho, eu mesma vou fazê-lo. - afasto-me um pouco para voltar a entrar na casa de banho mas sou novamente agarrada - Eu já disse para não me agarrar. - digo calmamente sem paciência nenhuma.

- E qual é o problema de te agarrar, deves ser só mais uma vadia que anda por aí a deixar cada homem tocar-te em troca de dinheiro. Olha para ti - lágrimas já descem pelo meu rosto e ele analisa-me de cima a baixo parando na minha barriga, oh não - ainda por cima estás gravida, parece que alguém aqui se esqueceu de usar o contraceptivo. - não aguento mais e acerto uma chapada com a maior força possível na sua cara, eu não vou ser humilhada, outra vez não. Opto por nem sequer entrar na casa de banho então corro até à sala onde deixei as poucas coisas que tenho e começo a encaminhar-me para a porta mas sou parada pela Helen.

- Ei, Maya ia mesmo agora levar-te as roupas, onde é que tu vais? - olho finalmente para ela tentando limpar as lágrimas o melhor que consigo, mas acho que não resultou - Estás a chorar? O que se passa? Quando sais-te do meu lado parecias melhor. Podes-me con...

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