MAYA POV
- Mãe, deixe-a ir, ela não passa de uma vadia, olhe só, está grávida, até aposto que nem sabe quem é o pai dessa criança e ainda teve o atrevimento de me dar um estalo. - o idiota interrompe a mãe e ainda fala mal de mim novamente.
- Obrigado Helen mas eu não posso ficar aqui e ouvir destas coisas. Ele é seu filho e tem direito em me mandar embora mas eu não estou para ouvir acusações de um idiota arrogante que eu nem sequer conheço. - olho para a Helen que olha para mim atentamente enquanto falo.
- Peter, meu querido filho, a Maya não vai a lado nenhum, ela vai ficar aqui porque eu quero, e tu não podes julgar as pessoas sem sequer as conheceres, não conheces a história da Maya e eu não vou aceitar que a trates mal. Ainda só é sábado e costumas passar os fins de semana, mas se não aceitares peço-te que vás embora porque a Maya agora vive comigo.
- Inacreditável mãe, sempre pensei que fosses uma pessoa muito generosa, mas isto é demais! Agora trazes vagabundas cá para casa? Tu nem a conheces!
- Eu não sou nenhuma vagabunda, e peço que pare de me insultar, ou eu não falo por mim e dou-lhe outro estalo sem pensar duas vezes! Sabe que mais Helen, obrigado por tudo, eu vou ficar sim, sei que não me vai deixar ir embora de qualquer maneira - falo já bastante irritada e vejo o poderoso Peter contorcer-se de raiva quando digo as últimas palavras.
- Nem penses em me bater outra vez sua vadia senão eu processo-te por difamação e agressão. E PÁRA COM ESSA MERDA DE ME TRATARES POR VOCÊ PORQUE EU SÓ TENHO 26 ANOS E ODEIO ISSO! - Grita o que me faz ter ainda mais vontade de continuar a tratá-lo por você, então abro um sorriso cínico e viro-me para a Helen, mesmo estando um pouco assustada por ele ter gritado.
- Helen por favor pode me indicar onde posso deixar as minhas coisas e tomar um banho sem ser incomodada?- olho para ela com carinho sincero por tudo o que ela está a fazer por mim.
- Claro minha querida, podes ficar a dormir no quarto da minha falecida filha, aquele quarto precisa de uma luz, desde que ela se foi mais nada foi o mesmo cá em casa, e não te preocupes porque não serás incomodada uma vez que existe uma casa de banho no quarto - ela sorri e continua - é a segunda porta à direita, a seguir ao meu quarto e antes do quarto do Peter.
- Obrigado Helen, eu vou tomar um banho se não se importar - retribuo o sorriso e olho de relance para o Peter que nos encara com uma sobrancelha arqueada e com um pouco de raiva no olhar.
- Claro querida, vai.- começo a caminhar quando sou parada por uma mão a apertar forte o meu braço e puxar-me para trás com uma certa violência, o que me faz lembrar de algumas coisas que desejava não lembrar.
- Ah mas é que tu não vais mesmo a lado nenhum! E então mãe, o que é isso de meter esta vadia a ocupar o lugar da minha irmã? Ela não vai ocupar o lugar dela mãe, ninguém, a Julie morreu mãe, não tens o direito de colocar uma vadia que não tem onde cair morta no lugar dela! - lágrimas descem pelos meus olhos pela intensidade com que ele aperta o meu braço.
- Largue-me, por favor - digo num sussurro tentando parar as lágrimas e ele larga imediatamente o meu braço e eu olho para a Helen que também chora.
- Desculpa, eu não te queria magoar, deixa-me ver - faz menção de pegar no meu braço e eu afasto-me rapidamente o que faz com que ele olhe pra mim agora com preocupação- eu não te vou fazer mal.
- Não me toque por favor - saio do lado dele e caminho para a Helen abraçando-a assim que a alcanço - está tudo bem Helen, não fique assim, tenha calma, não chore eu vou tomar banho e quando voltar não quero que esteja assim - olho nos seus olhos e ela assente balançando a cabeça.
- Mãe, posso falar contigo? - percebo então que é a minha deixa e deposito um beijo no rosto da Helen antes de ela caminhar com o filho para a sala.
Caminho rumo à segunda porta à direita e entro deparando-me com um lindo quarto com cores neutras nas paredes, e também no edredão da cama e móveis, muito morto... Vejo uma porta na outra ponta do quarto e penso ser a casa de banho então caminho até lá e confirmo ser a casa de banho e dispo-me por completo acabando por deixar a minha roupa em cima da cama e vou para o chuveiro. Entro e ligo a água que de inicio está fria, mas vai aquecendo com o tempo, sinto as gotas caírem pelo meu corpo e saboreio o momento por já não tomar banho à tanto tempo, vejo um frasco que penso ser de champô em uma pequena prateleira e pego nele passando pelos meus cabelos, massageio bem a minha cabeça para saborear este momento e depois de um tempo retiro o champô e passo um gel de banho. Ao passar a mão pela minha barriga lembro me que tenho aqui um bebé de uma pessoa indesejada e fruto de uma gravidez não planeada mas que vai ser recebido com grande amor.
Poucos minutos depois acabo o meu banho saboroso e enrolo-me numa toalha que ali tinha pendurada. Saio do quarto para vestir novamente as minhas roupas mas não vejo nada, as roupas simplesmete desapareceram, apenas tem umas cuecas que nem podem ser consideradas isso, tenho um micro fio dental em cima da cama e um sutiã que talvez não me sirva uma vez que os meus peitos aumentaram gradualmente por causa do leite que se tem vindo a formar. Tenho também um roupão branco que substitui as minhas roupas, visto a única opção que me resta e por incrível que pareça o sutiã coube-me perfeitamente. Um pouco reticente em sair do quarto só com um roupão abro a porta do quarto e saio indo em direção à cozinha procurando pela Helen, mas ela não está em lado nenhum, bato à porta do seu quarto e não recebo resposta, então puxo a maçaneta e entro mas não está ninguém então decido chamar por ela. Ninguém responde, suspeito que ainda esteja a falar com o filho então entro novamente no quarto e sento-me na cama observando a decoração para me distrair enquanto a Helen não acaba a sua conversa com o Peter.
Uns 20 minutos depois ouço baterem à porta do quarto.
- Entre - a porta abre-se e vejo quem eu nunca pensei ver a bater na porta do meu quarto - o que quer de mim? Se é para me insultar pode ir embora, já sei que sou uma vadia e tudo isso. Eu tenho um bebé dentro de mim e não me posso enervar, por isso prefiro que saia. - junto mais o roupão ao meu corpo e abraço o meu corpo com os braços.
- Calma, eu vim pedir desculpa, por ter dito todas aquelas coisas que não devia ter dito, tu tens razão eu não te conheço e não te devia julgar pela aparência. Desculpa. - acaba de falar e começa a aproximar-se de mim, por impulso chego-me mais para a fundo cama a encolho-me lá. Ele senta- se na beira da cama e olha para mim com aqueles olhos azuis intensos.
- Não faz mal, qualquer pessoa diria o mesmo, tudo é verdade, não tenho onde cair morta. Só lhe peço que nunca mais me toque por favor. - sem eu contar lágrimas já estão prestes a escorrer e uma lágrima solitária está na minha bochecha.
- Desculpa se te magoei, eu não queria isso, eu não volto a tocar-te daquela maneira. Desculpa. - ele coloca a mão no meu rosto e limpa a minha lágrima com o polegar e eu choro ainda mais - Desculpa eu não sei porque fiz isto. E não me trates por você por favor, odeio isso - uma pequena gargalhada sai pela minha boca.
- Por isso mesmo é que eu vou continuar a fazê-lo Sr. Peter - sorrio no final. Como é que este homem me consegue pôr a chorar e a rir logo a seguir? Como?
- Ah, não por favor. Isso não! - levanta-se com um pulo mas não deixa de olhar para mim. - Bom, eu vou embora. Se for preciso alguma coisa o meu quarto é ao lado, mas isso tu já sabes porque a minha mãe já te disse. Bem, devias comer alguma coisa antes de dormires. A minha mãe não está em casa mas tens comida na cozinha e ela disse para ficares à vontade, então. - vira-se de costas e vai em direção à porta, pára nela e olha novamente para mim - Boa noite Maya
- Boa noite Peter - ele dá um meio sorriso e vira-se novamente. Antes dele fechar a porta lembro-me de que estou apenas de roupão e ele talvez saiba onde posso arranjar alguma coisa para vestir. - Ei, Peter! - chamo antes dele fechar a porta e ele olha para mim novamente.
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Um Anjo Na Minha Vida
RomantizmMaya Collins tem uma vida complicada e após um acontecimento trágico fica sem casa, sem ninguém e está grávida! A viver na rua é acolhida por uma mulher que lhe salva a vida e a acolhe como pode. Acompanhem esta história emocionante