O sol já estava se pondo contra as minhas costas, o frio sem vento invadia minha regata e meu shorts larginho quando eu tinha acabado de pegar mais um dos meus cigarros com sabor de melão para fumar, se eu tinha feito as contas certas - coisa que eu duvido pois eu pouco me importava-, já era o 5° ou 6° do dia.
Era engraçado ver que mesmo morrendo aos poucos por causa dele não o largava pela estupidez de pensar que ele melhoraria a situação, me deixaria mais calma em alguma crise ou que deixaria mais alegre pelo sabor doce numa tarde fria e "sem vida" como aquela.
Esse pensamento me fez soltar uma risada nasalada, afinal eu estava em uma praça que haviam montado um carrossel e alguns outros brinquedos idiotas e que eu odiava de circo, ou seja, tinha muitas pessoas andando de um lado para o outro com suas crianças sujas de algodão doce e inclusive das quais eu sempre desviava por estar com medo, pois parecia ter um palhaço perto e só de pensar nisso já me arrepiava dos pés à cabeça.
Mesmo assim caminhei até o brinquedo que girava sem fim quando vi as crianças se afastando e o mesmo parado. Alguns segundos depois - ou vários minutos que não percebi - estava praticamente sozinha naquele local pois todos foram para a "apresentação principal" que eu pouco me interessava por motivos óbvios.
Me sentei no chão do carrossel soltando alguns resmungos de dor, uma gargalhada gostosa saiu do fundo da minha alma, pensar que estava ficando velha era inevitável e isso era incrível na minha visão. Pós pegar outro cigarro fiquei o tragando calmamente enquanto analisava tudo por ali com a cabeça tranquila pela primeira vez no dia.
Era um lugar bemagradável para as crianças e esse pensamento era do eu de agora pois se eu tivesseque ir nesse lugar que tinha um claro aspecto assustador de filme de terror nunca que eu aceitaria, minha "mãe" tentou uma vez e eu sai chorando como nunca na minha vida. Pelomenos o único "demônio" que tinha ali daquela vez, era eu, ao menos era o queeu pensava.
Não estava com muita paciência para ficar olhando para o nada e muito menos em começar uma linha de pensamentos que iam me enterrar no fundo do poço em que eu praticamente dividia com a Samara.
Me levantei pronta para ir embora porem quando senti um pequeno cutucado no braço me virei ficando de frente com o carrossel. Estreitei os olhos observando em volta, mas não tinha ninguém perto de mim e longe apenas o senhor que ficava em frente à barraca da apresentação.
Respirei fundo e foi quando abaixei a cabeça que eu vi, um pequeno elefante feito de feltro rosa e verde com uma coroa menor que sua cabeça na mesma e um tutu de bailarina extremamente delicado, digno de uma criança de provavelmente 7 ou 8 anos.
Dei um sorriso para mim mesma e me agachei perto do mesmo apenas o olhando por alguns momentos, quando eu o peguei senti uma brisa quente e fraca bater na minha orelha o que me fez abrir um sorriso ainda maior.
- É bom te ver de novo, senti muito sua fata, Daniel...
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America.
FantasyNinguém acreditaria se eu não contasse, então é exatamente o que vou fazer. Essa é a história da minha vida contada por lembranças e histórias passadas para mim de minha família. Como toda boa história de vida não existe só o lado fácil e belo, e vo...