Universo paralelo (Parte 2)
O sol se punha e a praça se esvaziava a cada segundo. As pessoas parecem ter medo da noite, da lua, da luz do luar, ou de qualquer outra coisa capaz de fazer todos os indivíduos irem correndo para seus "ninhos" conforme o sol vai dando adeus. Confesso que também temia a noite, na verdade, temia a escuridão, porque ela me fazia pensar, ela faz isso com todos. Quando o dia está claro, com cores por todos os lados, é difícil encontrar alguém capaz de pensar na vida e, quem o faz, faz de olhos fechados. As pessoas têm a mania de passar o dia todo fugindo da dor, do amor, dos pensamentos que atormentam e de qualquer sentimento que de alguma forma incomode. Mas aí vem a noite, o toque de recolher é dado pelo próprio silêncio que traz uma escuridão cada vez mais profunda e, ao encostar a cabeça no travesseiro, não tendo nada bonito a ver além de um breu infinito onde não existem cores e/ou diferenças entre nada e nem ninguém, os sentimentos encontram tempo e espaço para invadir por completo todos os seres do universo, e é difícil achar alguém que pegue no sono sem ao menos sentir, uma única vez, a sensação de que algo poderia ter sido diferente. A noite tem esse poder sobre as pessoas.
Podia se contar nos dedos as palavras pronunciadas tanto por mim quanto por Ítalo desde o momento em que sentamos ali, há pouco mais de três horas atrás. Em alguns momentos só o que eu ouvia era a respiração calma dele que dizia um "eu estou aqui" a cada vez que o mesmo expirava e, ainda que não dissesse, eu sabia que era ali onde ele estaria até seu último suspiro.
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O tal do para sempre - É isso que dá brincar de pega-pega com o destino
RomanceSinopse ...e era realmente aquilo que ele queria me dizer: "Vem comigo, eu vou te apresentar o mundo, você é linda!" Manuella Berth é uma garota que, estando no início de sua adolescência, enfrenta dramas comuns à idade. O primei...