Pesar - Waardenburg

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Sim, tinha como piorar.

Hinata possuía uma rara doença genética que quase a fez cega. Seus olhos eram claros como um rio cristalino, mas já começavam a ter reflexos esbranquiçados, assim como os olhos de seu clã.

Os Hyugas eram os donos dos mais lindos olhos de toda cidade, porém, nada é tão bom que não possa ficar ruim. Isso era devido à uma síndrome, e que provoca mudança de cor nos olhos, cabelos e causa problemas auditivos.

Síndrome de Waardenburg.

E esse era o caso de Himawari.

- E não há nada que possa fazer? Como descobriram? - Naruto perguntou.

- Talvez pelo clã inteiro possuir a mesma coisa? - Sasuke ironizou e o outro revirou os olhos.

- Mal educado da porra!

- A síndrome de Waardenburg consiste em um grupo de doenças genéticas que podem levar à perda auditiva e alterações na pigmentação dos cabelos, olhos e pele. Ela, que pode se apresentar desde o nascimento ou tardiamente, representa cerca de 3% dos casos de deficiência auditiva em crianças. - Sakura explicou e o semblante de Sasuke expressou pesar. Sakura bebericou seu café, após a explicação detalhada.

- Ela já não tem a síndrome de down? Agora mais essa? Quais as chances de possuir duas síndromes ao mesmo tempo?

- Não sei ao certo, Sasuke, mas creio eu, que se trata de um caso especial.
Ela possui muito aproxidamente o tipo 3 da doença, isso havendo 4 tipos.

- E como é o tipo 3? - Naruto perguntou.

- É conhecido também, como síndrome de Klein-Waardenburg e trata-se de uma forma rara da síndrome que, além de apresentar as manifestações oculoauditivas e de pigmentação encontradas no tipo I, apresenta também microcefalia, malformações de membros superiores e deficiência mental. A mutação deste tipo localiza-se no braço longo do cromossomo 2.

- Não entendi, mas estou compreendendo. - Naruto disse tirando risadas da terapeuta e levando um tapa na cabeça, vindo de Sasuke.

- Pelo fato de causar deficiência mental, teria ligação com a outra síndrome dela?

- É mais comum se tratando de microcefalia Sasuke, mas acredito que sim.
Pode ser também apenas má formação na gestação, Hinata não teve paz, de acordo com os familiares e na família do pai da criança também existem patologias, e a síndrome de down é uma delas, o albinismo também.

- Por isso o esquisitão lá é tão branco!

- Sim, Naruto. - (Risos) - Ele herdou o albinismo da família.

- Já viu ele? - Sasuke perguntou curioso.

Sakura olhou para ele, como se fosse meio óbvia a resposta.

- Sim, afinal, trabalho em um hospital, ele já esteve aqui. Pelo nome e as características, o prontuário dele também é fácil de de ter acesso. (Risos).

- Ah, é... Bom, vou até o orfanato ver como ela está e procurar saber como andam os papéis, vamos, Naruto?

O loiro se levantou e foi em sua direção.

- Sasuke, Shikamaru entrará em contato com você hoje, fique atento ao celular, sabe como ele é rigoroso.

Revirou os olhos e confirmou. Afinal, não queria estender o assunto.

Já no carro, começou a pensar em tudo o que estava acontecendo.

Se não fosse a terapia em grupo, como será que ele estaria? Morto, talvez.

Se arrependia? Bom, se não fosse por isso, não teria Naruto e nem Hinata em sua vida,  então não, não se arrependia nem um pouco.

Precisava descobrir mais coisas sobre isso, o por que de Hinata ter mentido, o pai ter aparecido depois de um ano, Neji manter tanto silêncio deles, alguma coisa não estava certa.

- Sasuke...

- O que?

- Você já deu a volta pelo orfanato 4 vezes, não está prestando atenção ou o que?

Sasuke o olhou incrédulo e parou bruscamente.

- E POR QUE SÓ ME AVISOU AGORA? - Esbravejou.

- PORQUE EU NÃO SABIA O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO, ORAS! ACHEI QUE FOSSE PROPOSITAL - Naruto respondeu no mesmo tom.

Apertou o topo do nariz e desceu do carro, indo até à porta.

- Histérico...

Se virou para o outro e disse irritado:

- Eu ouvi isso, usuratinkachi!

Naruto deu de ombros e riu.

- Vamos logo! - Puxou Sasuke pelo braço, mesmo com ele reclamando.

Teriam de conversar com a mulher novamente, e dessa vez com mais calma.

Conversa vai, conversa vem, Sasuke ressaltou um ponto.

- Pelo fato dele saber da existência da criança, ficar um ano longe e só tentar reaver a guarda dela após alguém ter interesse em adotá-la, não diminui em suas chances?

- Talvez, isso depende muito dos motivos pelo qual ele não procurou ela direito.

- Direito? Quer dizer que ele já veio até aqui?

Ela assentiu e Sasuke a questionou novamente.

- Ele nunca explicou o motivo de não tê-la buscado?

- Ele não é do tipo que fala muito, só vinha até aqui, via a criança, trazia coisas para ela e pronto.

- Entendo...

- Iremos marcar uma audiência para vocês semana que vem, portanto, não falte, isso pode gerar complicação e pode ser mal visto.

- Mal visto? - Naruto perguntou.

- Irá demonstrar que não tenho tanto interesse assim na criança, dobe.

- Entendo, então estaremos lá.

...

Olhou para o céu, o tempo fechado, o lugar que quase não se fazia sol, era o lugar perfeito para alguém como ele morar.

- Pode vir até aqui?

Uma senhora se aproximou devagar até ele.

- Como está se sentindo hoje, vovó? 

Ela nada respondeu.

- Hm? Responde para mim, vamos. - Acariciou o queixo dela. - Eu vou trazê-la de volta, você irá conhecer sua bisneta, não se preocupe...

- Toneri.

Olhou para trás e viu uma mulher se aproximar.

- Ela não está muito bem, não é Shizune?

A enfermeira assentiu e os olhos tristes do albino pareciam ainda mais profundos.

- A única coisa da qual ela se lembrou, fora da menina...

- Precisa tê-la, Toneri, Kaguya nescessita disso. Ao menos poderá morrer em paz.

- A situação piorou muito nesses tempos, tudo está indo contra nós, não sei se vai ter jeito. Acho que vou levá-la lá. - Disse e apertou o topo do nariz, claramente frustrado.

- É perigoso...

- É, eu sei...

Continua...

Depois vou revisar, espero que gostem <3

SolitaryOnde histórias criam vida. Descubra agora