XVI

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O meu coração
Decidiu embalar
Noutra canção
E agora já não consigo parar.

O nosso amor
Foi daqueles intemporais
E sempre me lembrarei da dor
De não provar que me atrais.

Entende que não é a minha intenção
Dizer que te estou a magoar
Eu sei que não é a minha mão
Que querias segurar.

Já era tempo
De embarcar noutro mar
Ter outro entretenimento
Respirar outro ar.

Ensinaste-me a querer,
A amar como deve de ser.
Ensinaste-me que desejar
Não é só apenas querer tocar.

Este poema é mais uma despedida.
Dizer adeus é complicado
Ainda mais para uma pessoa querida
Então este vai ser delicado.

Porque não rimo por ti.
Já não é por amor.
Quando rimo por mim
Já não causa dor.

Usei isto como terapia...
Um amor impossível
O que mais alguém quereria?
Agora já não queimo cada fusível.

Porque eu queimava-os por ti
Para transmitir a mensagem.
Agora sinto-me fútil
Porque ele é a minha paisagem.

Ele está aqui, entendes?
Não há nada que me prenda
E um amor destes grandes
Faz com que me renda.

Ele ouve o que eu digo,
Não preciso de escrever.
Isto foi o meu abrigo
Mas tinha de acontecer.

Sempre disse que o meu adeus
Seria ouvido por ti, em português.
Desculpa não poder realizar
Mas o nosso amar acabou de acabar.

-Fran

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