XIV

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É o hábito.
A habituação.
É o débito
De amor no meu coração.

É sempre a mesma coisa,
Já nem cansa.
Era poetisa
Agora estou ultrapassada.

Vertemos lágrimas
Para o papel.
Infinitas rimas
E não marcamos a tua pele.

A pele de quem lê
Que é a fundamental.
Então já nem vale a pena escrever
Porque já não há um final.

Já não há o arrepio,
Já não há amor pela arte.
E ao princípio
Ainda tentei desculpar-te.

Mas já não dá
São precisos dois para tentar.

-Fran

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