Capítulo 24

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Sempre achei muito estranho ele não fazer contato comigo antes de ser executado. Eu tinha a a sensação de que ele faria, mas não fez.
Um dia minha filha chegou da faculdade, e havia uma carta da prisão. Não estava direcionada a ela, mas abriu mesmo assim. A carta dizia:"Encontrei Deus. Tenho cultivado minha espiritualidade..."
Parecia que aquela pessoa, a mais de 1.600 km, tinha conseguido pressentir o que eu queria ouvir. De jeito nenhum Molly deixaria ele me fisgar novamente. De jeito nenhum. Então ela colocou a carta na lareira e tacou fogo, e nunca contou que a carta tinha chegado.
Eu tenho uma parte que reajo a ele, e ela não queria ver aquela parte ser explorada de novo.
Eu nunca fui adepta a pena de morte. Eu nunca quis que ele fosse executado, mas... não por quem ele era, mas porque não acredito em pena de morte.

24 DE JANEIRO DE 1980
DIA DA EXECUÇÃO

Acho que fiquei paralisada. Eu não conseguia pensar naquilo. Minha filha e eu passamos o dia juntas. Fomos visitar uma amiga em Lá Conner, e tentei não pensar no que estava acontecendo. Ver as multidões do lado de fora da prisão, era muito bizarro. Eles estavam torcendo pela morte dele. Gritavam:"Queime Bundy, queime no inferno!"

As sete da manhã, guardas levavam Ted para a cadeira da morte

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As sete da manhã, guardas levavam Ted para a cadeira da morte. No início, ele parecia assustado. Ele parecia perplexo com a cadeira elétrica quando entrou na sala, mas imediatamente recuperou a calma. Ele se sentou e começou a olhar pela sala, fazendo contato visual com as pessoas.
Então ele disse suas últimas palavras, e abaixaram a venda. O sinal veio logo depois das sete da manhã, no fuso da Costa Leste. Ted Bundy estava morto.
Quando perguntam sobre palavras finais, ele fez uma breve declaração. Suas últimas palavras foram:"Transmitam meu amor a minha família e a meus amigos."
Uma de suas advogadas me ligou depois que ele foi executado, e disse que Ted tinha pedido a ela para nos ligar e garantir que soubéssemos que ele amava a mim e a Molly. E ela também disse que ele queria saber por que nunca respondi a última carta dele. E eu não sabia de que última carta ela estava falando. Foi quando Molly me contou que tinha chegado uma carta. De uma certa maneira, fiquei chateada por ela ter roubado aquele desfecho, a última troca entre nós. Mas, eu sei que ela estava tentando me proteger, me impedindo de algum modo ficar ligada a ele de novo. E sofrer de um luto intenso.
Quando Ted foi executado, eu estava sóbria há anos. Provavelmente foi o que salvou minha vida. Também comecei a caminhar muito, passava muito tempo na floresta. Eu tinha um grupo mais legal de amigos sóbrios. Estava refazendo minha vida.
Minha filha e eu conversamos sobre isso. O fato de termos sobrevivido a isso. Muita gente não sobreviveu, então, quando temos dificuldade em dar um rumo na nossa vida, é difícil...dizer que tenho problemas, sendo que estamos vivas. Parece que deveria ser suficiente ele não ter nos matado.
Vi os pais das mulheres falando sobre suas perdas, e isso parte meu coração. Porque tenho uma filha, consigo entender tamanha perda.
Eu consegui me perdoar, dentro do possível...e espero que esse seja o fim da minha participação em qualquer coisa relacionada ao Ted.

e espero que esse seja o fim da minha participação em qualquer coisa relacionada ao Ted

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Ted Bundy- Apaixonando-se por um assassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora