Não suporto minha culpa! Quero morrer!

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Diego, Diogo e Marília ficaram dois dias no hospital.

Para o alívio deles Artur havia acordado fazia poucas horas, mas foi colocado em coma induzido para que se recuperasse dos seus ferimentos.

Ele estava em pânico e foi sedado para que não reabrisse a cirurgia.

Enquanto isso, lá fora, o caos reinava. ONGs, empresas assessoradas por Artur, seus funcionários, amigos, fizeram vigília e orações para sua recuperação.

Nesse meio tempo, Alex que estava sendo hostilizado por todos, mobilizava uma equipe de detetives para saber do paradeiro de Artur.

As informações que chegavam em suas mãos era que Artur estava em estado gravíssimo e morreria logo.

A dor em seu coração foi as alturas.

Não queria que seu gatinho morresse.

Preferia mil vezes seu ódio, do que saber que nunca o veria novamente.

Pela primeira vez em sua vida de merda, odiou sua própria mãe de tal maneira que mais parecia que era um inimigo jurado.

Com as informações vazadas para a imprensa, o mundo inteiro ficou sabendo o que Artur teve que passar.

Em uma ilha do Caribe, uma linda senhora de uns cinquenta anos idade, juntamente com uma senhora mais velha, de cabelos brancos, rodeada de homens, adolescente e crianças de idades variadas. Estavam tomando refrescos à beira da piscina em uma mansão luxuosa, quanto um segurança entra apressado com um tablete nas mãos e entrega para um homem mais jovem e bonito que estava mais longe da piscina, sentado próximo de uma frondosa árvore, olhando sua tia e avó, babando suas crias.

Ele olha para o segurança com perguntas nos olhos.

_ Senhor, vai se interessar por essa reportagem.

O Jovem bonito pega o tablete e começa a ler.

Uma foto de Artur, bonito e sorridente, logo o deixou sem fôlego.

Ele era tão bonito que seu coração pulou de emoção.

Esse rosto, ele reconhecia.

Ele era igualzinho o da sua tia que estava junto com sua avó, a beira da piscina, quando ela era mais jovem.

Ao terminar de ler a matéria, seus punhos se apertaram com força.

Estava furioso.

Alguém fez um mal tão grande a ele, isso era imperdoável. Ele estava morrendo.

Agora como contar a sua tia, que seu filho, arrancado dela ao nascer, estava morrendo depois de sofrer tortura tão desumana, nas mãos do seu amante? A história dele estava descrita em todos os mínimos detalhes.

Desde a sua infância sendo abusado por aqueles que ele acreditava serem sua família, sua adoção, casamento, nascimentos de seus filhos, morte de sua esposa, sua fortuna conquista por seus próprios esforços desde tão tenra idade e seu envolvimento amoroso com Alex Valentino.

Todos os detalhes chocou o jovem, o deixando enciumado e furioso.

Apertando os punhos, decidiu que ele iria protegê-lo e amá-lo desse dia em diante.

Tinha que contar a sua tia que seu filho foi encontrado e que estava morrendo e sobre seus dois netos.

Respirou fundo para acalmar as emoções desenfreadas que estavam sem controle em seu coração e mente.

O jovem se levanta e vai até a sua tia. Suas mãos tremiam de nervoso.

_ Tia! _ o jovem chama.

A mulher vira o rosto e dá um sorriso para o jovem.

_ O que é Carlos?

_ Tia, tem uma coisa que a Senhora precisa saber.

Ela olha o jovem com uma das sobrancelhas erguidas.

_ Aqui tia, leia.

A mulher pega o tablete que é lhe entregue e começa a ler.

Suas mãos começam a tremer quando vê a foto de um Artur sorridente. Lágrimas dolorosas, rolam por seu rosto.

Um grito de desespero foi saiu por sua garganta.

Ela mais parecia um animal ferido.

Mais e mais gritos foram soltos por ela, chamando a atenção das pessoas que estavam na casa.

Vários homens e mulheres de idades variadas saíram de dentro da casa e um deles, um bonito homem cinquentão, com cara de de playboy vai até ela e a abraça, enquanto ela desmoronava de tristeza.

_ Querida o que aconteceu? _ pergunta preocupado.

_ Elias, nosso filho... _ ela não teve mais forças para falar e desmaiou em seguida.

Ficou a cargo de Carlos repassar as informações a todos.

Alegria, tristeza, raiva e desespero, passaram por todos os rostos.

No dia seguinte, uma poderosa família seguiu rumo a Flórida com sede de sangue.

Para piorar o estado de culpa de Alex, seu pai ligou para ele e lhes disse umas verdades duras. Alex não tinha forças para contestar nada.

Ouvia sem questionar.

Tanto ele, quanto sua mãe haviam jogado o sobrenome dele na lama, com suas atitudes infantis e egoístas, até covardes. Que não queria esse tipo de pessoas usassem seu sobrenome para o envergonhar e fazer merda.

No dia seguinte, ele entrou com o pedido de divórcio contra Amélia e cortou relações com Alex, deixando bem claro, que seus netos não ficariam mais em sua posse.

Ele não era digno de ser chamado de pai e desse dia em dia em diante, andasse seus próprios caminhos e o esquecesse.

Não o queria como filho.

Eu estava deprimido.

Meus negócios estavam abalados.

Tive que passar uma procuração para o meu sócio, dando plenos poderes nas empresas para que não perdêssemos tudo.

Depois, quando se estabilizasse, seria devolvido a minha parte. Nossos advogados agilizaram a papelada e ele ficou com controle total de tudo.

Mas mesmo assim, sofremos um duro golpe.

Estávamos sendo bombardeados de todos os lados.

Assim, percebi que a merda que eu fiz, não só me afetou de maneira negativa. Todos a minha volta estavam sofrendo um revês.

Nem meu pai saiu ileso. Todos se uniram para nos atacar.

Não culpo nenhum deles.

Eu sou culpado de tudo isso.

Fui obrigado a fazer uma coletiva.

Sai de lá como um cachorro, com o rabo entre as pernas, escorraçado por todos os repórteres e convidados, aumentando mais a minha culpa.

Com minha consciência pesada, com a culpa me esfaqueando o peito, desejei morrer.

Meu gatinho, eu tenho certeza, ele nunca me perdoará.

Se ele sobreviver, o trauma que ele carregará, nunca fará com ele deixe que me aproxime dele novamente.

Eu não o culpo por isso.

Por causa da minha mãe, fiz algo tão abominável que nem milênios, não havia como apagar ou esquecer.

Tantas lembranças do meu gatinho, só servirá para me matar aos poucos. Aquele sorriso, aqueles olhos brilhantes e expressivos, acabei por fim, destruindo em minha burrice e cegueira.

Obsessão bl (sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora