Capítulo VI O reencontro parte II

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Estava em casa finalmente, as criadas levaram minhas malas ao meu quarto, perguntaram se poderiam ajudar a desfazer as malas. Agradeci e elas se retiraram, prefiro desfazer minhas malas, ter minha privacidade. Percebi que meu pai contratou novos empregados. Em falar nele, ele chega e abre a porta adentrando o local.

"Como foi voo?"-- Pergunta meu pai com sua postura firme de sempre. Maximiliano Peterson. Eu acabava escondendo esse sobrenome Peterson. Eu estava cansado de ser um. Preferia ser apenas o Noah. 

Mas sou Noah Patrick Peterson. Da família Peterson.

Uma das famílias bem sucedidas de Nova Iorque. Estava na Alemanha antes, poderia fazer o que eu quisesse, e com isso digo de praticar minha paixão. Fotografia. Lá eu fotografei uns dos locais mais lindos, como o Castelo Neuschwanstein, Portão de Brandemburgo, Palácio do Reichstag, Residência de Munique um museu esplendido. Berlim é um lugar excepcional. Adorava estar naquele lugar, entretanto quando recebi uma ligação de Maximiliano Peterson. Tive que adentrar o avião e voltar para este lugar que tanto me incomoda. Ter que administrar a empresa era algo, que pensei estar fora do meu caminho, mas o destino prega peças.

"Ocorreu tudo como o esperado, estou de volta. Logo irei para a empresa".-- Digo colocando os cabides com roupas no armário. 

"Ótimo, fiz um anuncio para contratar uma secretaria para você, hoje mesmo irá começar. Faça uma entrevista depois com ela".-- Disse saindo do quarto. Logo termino de me ajustar, e vou para o banho. Procuro um terno e o visto. Saindo de casa.

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  O transito estava terrível, mas logo cheguei na empresa. Na entrada avisto uma mulher baixinha que parecia estar brigando com a porta, e logo desconfio que a porta estava ganhando. Vendo que ela não teria sucesso com a porta, me aproximei e a abordei discretamente. 

"Com licença senhorita, eu posso?"-- Digo empurrando a porta, ela sussurrou um sim levemente. Segui adentrando o local sem olhar para a mulher. Senti que ela resmungou algo mas não dei a devida atenção. Saio a caminho do elevador e coloco o meu andar. Quando as portas estavam prestes a se fechar vi a mesma mulher correndo em direção ao elevador desesperadamente, segurei a porta para que ela entrasse. Que mulher desastrada.

 "Obrigada."- Ela diz com sinceridade, percebi um cansaço em sua voz, parecia que não estava em um dia muito bom. 

"Parece que você tem um sério problemas com portas."-Digo  zombando da mesma.

"Como?"- Ela diz confusa se virando para mim. Iria logo retrucar uma resposta a moça mas, quando a vi fiquei perplexo, com aqueles olhos me encarando, castanhos caramelo e seus cabelos desalinhados da mesma coloração. Percebi seus olhos com olheiras pesadas, seu rosto tinha uma grande palidez. Mas isso não a deixava menos atraente. Era ela, é Elisa Marques. Me recordei de tudo, foi um choque para mim a ver tão repentinamente, como poderia ter se tornado uma mulher tão linda. Mas a beleza dela não me afetaria mais. Elisa Marques não me afetaria como me afetava antes, não sou mais um garoto adolescente apaixonado como eu era, ingenuo isso que eu era, me deixei afetar por ela.  As portas se abriram, me concentrei e sai do elevador rapidamente, assim deixando-a ali. Fui para a minha sala rapidamente, parecia que eu estava fugindo, porque talvez eu realmente estava. Fugindo dela, do meu passado. Uma mulher loira veio ao meu encontro sorrindo.

"Com licença, seja bem vindo senhor Peterson, sua secretaria logo ira a sua sala para poder averiguar se ela é de seu agrado. É claro que tem qualificações excelentes..".-- Ela ficou tagarelando mas não consegui ouvir mais. Cheguei ao meu limite, agradeci rapidamente e adentrei minha sala e sentei na imensa cadeira de couro preta. Precisava me acalmar, parecia o mesmo Noah de antes. Mas eu mudei. Nunca mais irei me apaixonar novamente ainda mais por aquela... desalmada. 

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"Senhor Peterson sua secretaria chegou para você entrevistá-la devidamente".-- A mulher loira, a qual vi em seu crachá o nome Natálie. Atras dela vi uma moça de costas.

"Obrigado Senhorita Natálie, me deixe a sós com ela".-- Disse por fim, Natálie sai e a mulher entra de costas, fiquei sem entender e pelo visto Natálie também mas preferiu sair sem dizer nada, assim fechando a porta e me deixando apenas eu e a mulher.-- Senhorita pode se virar por favor?-- Pergunto sem entender.

"Senhor me sinto a vontade assim, obrigada".-- Diz com nervosismo em sua voz. Apenas concordei. Que mulher doida.

"Seu nome é.."-- Digo analisando  as planilhas para encontrar sua ficha para o contrato-- "Senhorita Marques".-- Eu li seu nome. Elisa Marques. Era ela novamente no meu caminho. Com isso ela se virou e pude vislumbrar detalhadamente tudo, seu cabelo estava preso em um coque alto com alguns fios caídos em sua testa, seu corpo mudou, antes era uma menina. Agora se tornou uma verdadeira mulher, que se nota pelas suas curvas salientadas em seu jeans. Seus olhos não mudaram, continuava a me olhar como sempre me olhava. 

Malditos olhos castanhos caramelo  

Então era ela a secretaria, a minha secretaria. Nunca que vou deixar, vou acabar com ela nessa entrevista e nunca mais chegará perto desta empresa. Enquanto estava em meus pensamentos obscuros Elisa começou a se prontificar.

"Eu sei que me odeia e que não quer me ver Noah, mas eu não sabia que você seria o meu chefe. Nem sabia que estava em Nova Iorque novamente. Eu sinto muito por me ver de novo, mas preciso do emprego...".-- Não aguentava mais ouvir sua voz, continuava doce. Isso me enjoava profundamente.

"Fique quieta, não me venha com eu sinto muito Noah, e você precisar do emprego o que me importa isso Senhorita Marques? Você não merece nem colocar os pês na minha empresa, não é digna de nada, não é qualificada para este cargo".-- Disse com frieza a encarando. Ela ficou ainda mais pálida, e veio um semblante de raiva em sua face. 

"Quem você pensa que é para me mandar ficar quieta? Se sente superior a mim por conta do seu cargo, pois bem que fique com esse seu império que nem você mesmo construiu, que tudo não passa de uma farsa e da sua família e o seu digno pai de ouro. Você mudou muito Noah, se tornou um Playboy, é isso que você é. Por jugar a mim com acontecimentos do passado, como se você fosse uma vitima, não sei se percebe mas, uma historia não se tem apenas a sua versão. Mas me negue o trabalho, como disse o que te importaria isso não é mesmo? Se nem me viu trabalhando e já esta convicto de que não seria digna deste cargo".-- Ela diz confiante.

"É eu mudei e estou muito melhor Elisa".-- Disse frio. Não quero trocar tantas palavras com ela. Me incomoda. Ela me encarou fechou os olhos por um omento, se acalmando. E então se prontificou ainda de olhos fechados.

"O Noah Patrick de antes não julgaria estar certo sem ao menos tentar antes, não julgaria dizer que uma pessoa não é digna de algo sem nem ver seu esforço para ter aquilo, então sim você mudou, digno de pena". 

Dito isso, abriu seus olhos me deu um breve aceno com a cabeça, se despedindo com amargura em seus olhos. Elisa Marques saiu rapidamente da minha sala, assim me deixando-o sozinho.

Completamente sozinho...


Um destino em minhas mãosOnde histórias criam vida. Descubra agora