Capítulo VII

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Greenwich Village, uma ampla e tradicional área residencial desta cidade incrível que é Nova Iorque, situada no lado oeste de Manhattan. Este bairro tem uma influência europeia forte, com prédios baixos e muitos jardins, um lugar muito bonito para se ver. E a onde levei Elisa a sua casa, ela parecia envergonhada de estar comigo e desconfortável. Isso me fez refletir a respeito Elisa não gostar de mim. Gostaria de sua amizade e presença isso foi algo momentâneo para ela, mas não é o que gostaria que ela pensasse.

Depois de a levar para sua casa, e conhecer sua mãe, que devidamente já estava ciente de sua família. "Os Peterson sempre tem informações". Como se diz o meu pai.

Mas não me importo com nada do que ele diz, é uma perca de tempo.

Upper East Side  a onde se encontra a residencia dos Perterson, ele está localizado na área leste do Central Park, e abriga as casas de famílias ricas e tradicionais da cidade. É extremamente maçante. 

Cheguei depois de certos 26 minutos pedalando, entrei em minha casa e uma das funcionárias de meu pai veio ao meu encontro.

"Senhor por favor tem algo que eu possa ser útil?" -- Diz com a cabeça baixa e voz suave.

"Agradeço mas só quero descansar um pouco, sabe a onde está meu pai?" -- Pergunto com desanimo.

"Senhor ele foi resolver uns compromissos, por isso teve um agendamento de uma viajem, não sei muito a respeito, são negócios". -- Comenta de maneira fria, assenti e subi aos meus aposentos, tomei um banho gelado pra aliviar a tensão desta atmosfera frívola de meu pai e seu império. Pode se pensar que estou sendo hipócrita de falar de meu pai assim, já que estou nesta família, entretanto as coisas nunca se é como pensamos ou esperamos. É pior.

Quando era criança sempre os empregados de meu pai "cuidavam" de mim, e minha mãe morreu no parto. Meu pai se casou novamente e a chamo de mãe por algo imposto pelo meu pai, consideração que tanto comentam, um tanto contraditório eu ter consideração por pessoas que nem estão presentes na minha vida. Sempre estive diante de amizades por status e fama, algo que eu teria como obrigação me dar bem com todos já que são negócios. Nada verdadeiro neste ciclo que chamamos de vida. Nunca percebi os investimentos sujos de meu pai, ele pegava a maior parte do dinheiro para beneficio próprio, e as pessoas cegas pensando ir para caridade, assim sendo incapacitadas para que estavam contribuindo realmente, um homem e sua auto satisfação da cobiça. O quanto que o dinheiro é invejável e estupido. 

Eu costumo não pegar o dinheiro da minha família, para mim morar aqui e ter este nome e este legado é o suficiente. Trabalhando com a fotografia e a música, que são umas das minhas paixões nesta vida. Obviamente essas informações não são levadas ao meu pai ou a minha madrasta, ou melhor dizendo mamãe.  

Depois de passar algumas músicas da minha playlist, finalmente sai do banho e me troquei com uma calça moletom cinza e uma camiseta preta. Deitando-se sobre a minha cama, neste momento aqui percebo o quão exausto estou, todos os dias tendem a ser cansativos e repetitivos para mim. Não que eu simplesmente não faça nada para mudar esta situação, sempre tenho como escape dessa vida as minhas paixões. Sempre vou ao Central Park para fotografar as paisagens, e as pessoas, alguns me conhecem por lá e me pagam pelas fotografias, tem vezes que eu só capturo o momento desconhecido. Ver um sentimento transmitido através de uma pessoa que você não conhece pode ser extremamente encantador, você não entende o porque daquela expressão, não sabe o que se passa através, de um sorriso olhando um simples por do sol. É poético e cativante faz com que eu saiba que um pouco deste mundo realmente  valha a pena. Está ficando mais complexo para achar algo que me cative e me faça pensar assim, mas tem uma pessoa que por algum motivo quero me aproximar. Elisa Marques,  não entendo o porque eu quis dizer aquilo na biblioteca, naquela sala de documentos que não era algo importante, não devia ser entretanto foi. Pensando nela tenho que enviar um e-mail para a mesma, assim logo o fiz. Mandei por e-mail o meu número de telefone, talvez isso faça com que nos aproximarmos mais. Não sei se isso seria algo relevante, poderia ser um caos. Por ela lidar com este caos, ela não conseguiria, não poderei fazer isso com ela. Me encontro perdido e submerso em pensamentos, assim adormeço. 



.......


Sinto gotículas de algo gelado em minha face. Água, uma tempestade está se formando no céu, levanto-me e fecho a janela rapidamente. Assim desso as escadas, está madrugada todas as empregadas foram embora, identifico os seguranças no portão debaixo do forro, para assim não serem interceptados pela chuva.  Passo pela cozinha e vou para o subsolo, a onde se encontra compartimento de bebidas da família, me encontro na adega e fico procurando algo que me agrada, decido pelo Domaine de la Romanée-Conti, com média de preço de mais de US$ 19 mil, queridinho do meu pai, acho que ele não se importaria mesmo. Pego a garrafa e uma taça. Vou para a sala de cinema, gosto de passar as madrugadas aqui.  Sinto um vibrar em meus bolsos, em meu celular percebo uma notificação de mensagem assim, identifico o nome Elisa Marques.

De: Elisa Marques 

Para: Noah Patrick 

        Querido Noah, como tem passado? espero que esteja bem, sei que está tarde então não vou esperar uma resposta de imediato. Desculpa novamente, pela indelicadeza de minha mãe, ela gostou de você. Assim nos aproximamos? Bom acho que não sei o que dizer, então melhor parar por aqui para não falar nada de errado hahaha.


Já ouvi dizer de sua escrita ser um tanto formal, uma forma que se comunica com as pessoas, vejo isso em sua mensagem. Então sua mãe gostou de mim, isso é interessante, me aproximar...  Não posso. Deveria responder?

Não deveria ser algo interessante Noah, deve se afastar dela urgentemente, não a responda.

E se foi mais uma noite sem paz, sem nada, apenas minha mente e aquele frasco de bebida que já se encontrava completamente vazia. 







Um destino em minhas mãosOnde histórias criam vida. Descubra agora