quatro.

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Passei o resto do fim de semana lembrando daquela tarde no Museu das Estrelas

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Passei o resto do fim de semana lembrando daquela tarde no Museu das Estrelas.

Depois de nosso beijo, Eric ofereceu carona até a minha casa, mas eu precisava voltar na minha Ceci.

Não entendi muito bem porque não mantivemos contato nos dias seguintes, mas não quis desrespeitar o espaço de Eric. Sentia que havíamos nos precipitado, mas esperava que pudesse  ser madura para encarar os fatos, assim como esperava o mesmo dele.

Não tinha mais como fugir, era aquilo. Éramos dois adolescentes que se beijaram no meio de um trabalho do colégio, mas que não sabiam nada um do outro. Eu não o conhecia e ele não fazia ideia de quem eu era, aquela atração instantânea que surgiu entre nós dois não significava nada.

Eu tentava parecer tranquila enquanto descia as escadas de casa. Naquela manhã de segunda-feira, eu usei toda a força que tinha para me convencer de que não havia nenhum motivo especial para eu ter acordado mais cedo e demorado mais de quarenta minutos no banheiro.

O.K., aquele tinha sido o meu primeiro beijo e significou nada para Eric, mas como eu ia culpar ele por isso? Ele não tinha ideia do feito. Eu o beijei sem sequer perguntar qual era o signo dele. Eu não sabia nada.

Esquentei água na chaleira e preparei um café forte. Costumava tomar ao menos uma xícara todas as manhãs, hábito que meu pai tinha também.

Minha mãe desceu as escadas logo depois, ela estava com uma camisola de seda rosa.

— Acordou cedo — ela disse, parecendo surpresa.

— Você sabe como é — titubeei —, não posso me atrasar.

— Você não está atrasada, Lis — ela veio em minha direção. — E eu acho que você sabe disso. Está maquiada?

Escondi meu rosto com a xícara de café, fingindo estar soprando para que o líquido esfriasse. Atravessei a cozinha na tentativa — falha, acredito — de que minha mãe não reparasse em mais nada.

— E esse perfume?

— Não é nada demais — procurei uma desculpa. — Você deve saber como é difícil se encaixar em um novo colégio, né?

— E também sei que você nunca se importou com isso.

— Mas eu também nunca estive nessa situação, em um colégio onde eu vou precisar estar pelo resto do ensino médio.

Minha mãe respirou fundo e depois sorriu, como se soubesse que havia mais do que eu estava disposta a falar, mas ela não iria se esforçar para arrancar aquilo de mim. Então, mais uma vez, ela veio em minha direção, tocou os fios de cabelo próximos ao meu rosto e os colocou atrás da minha orelha.

— Se precisar conversar, estou disposta a ouvir.

— Mãe, não há nada que eu queira falar.

Garoto Errado [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora