seis.

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Passava das onze quando finalmente cheguei em casa

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Passava das onze quando finalmente cheguei em casa. Esperava ser recebida por minha mãe de cara fechada na porta, mas para minha surpresa, a encontrei dormindo no sofá com um balde de pipoca vazio ao seu lado. Parece que não era só eu que precisava de um tempo.

Fui até seu quarto, peguei um lençol que estava sob a cama e voltei para sala para embrulha-la. Sempre via aqueles momentos com bons olhos. Quando os papéis se invertiam, eu me sentia menos esquisita e imatura. Talvez estivesse sendo difícil pra todos nós e minha mãe podia ter ainda menos ideia de como expressar tudo pelo que estava passando.

Subi a escada na ponta dos pés, buscando não fazer barulho e assim que cheguei ao meu quarto, me joguei no colchão. Ele nunca tinha parecido tão confortável.

A noite tinha superado minhas expectativas e eu não esqueceria daquilo nunca. Parece que fazer amigos não era assim tão aterrorizante ou tedioso. Pelo contrário, sentia que podia ter passado dias infindáveis no 1021, sem pressa de voltar.

Estava tão empolgada que peguei meu caderno azul de dentro da mochila. Minha mente estava cheia de ideias que iam e vinham sem parar e eu não podia deixa-las escapar.

Lembro de ter começado a escrever uma história, algo sobre uma garota que era obrigada a obedecer regras criadas por outras pessoas e por isso, se sentia um ponto fora da curva. Caso ela quebrasse as normas, seria expulsa de seu país.

Eu não lembro de ter terminado esse conto, mas a última vez que chequei o horário, passavam das três da manhã. Devo ter sido vencida pelo cansaço, pois quando acordei, o sol invadia o quarto e meu caderno azul continuava em cima da cama. Ao lado dos rabiscos, estava meu celular e o alarme anunciava que eu já estava atrasada.

Não o ouvi tocar e coloquei a culpa na fadiga, afinal, não estava acostumada a dormir tão tarde. Corri para o banheiro e fiquei pronta em tempo recorde.

Minha mãe não estava em casa quando saí, o que era comum vez ou outra, quando ela marcava alguma reunião com um cliente importante. Julguei que aquele deveria ser o caso e peguei um pacote de biscoitos no armário antes de sair.


Coloquei minha Ceci no bicicletário do colégio. Nunca havia usado o local, mas confesso que não era de todo mal. Ele ficava em frente a um jardim cheio de flores amarelas que deviam ter sido plantadas pelos alunos mais novos. Eu abri um sorriso involuntário quando as vi.

Brígida era muito arborizada e isso refletia na educação que seus moradores recebiam desde cedo. As crianças sempre passavam pelos corredores do Método com uma mudinha em mãos e eu achava um charme, visto que o mais próximo que cheguei de ter uma planta, foi quando tentei plantar um pé de feijão num copinho de café.

Fui correndo para a sala de aula e quando cheguei lá, encontrei Nina e Catarina conversando na porta.

O.K., o meu despertador acabou de me pregar a maior peça da história ou vocês estão matando aula bem na frente da sala? — perguntei ainda ofegante.

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⏰ Última atualização: Sep 23, 2024 ⏰

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