remus & nymphadora: o sótão

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A vida de Remus nunca mais foi a mesma desde que conheceu Nymphadora Tonks. E ele tinha total certeza disso.

A cada vez que ela sorria, ou cantava alguma música das Esquisitonas — totalmente desafinada — ou até mesmo quando ela ficava irritada por algo minúsculo, como bater o dedo na pontinha de algum móvel e, por causa disso, mudava freneticamente a cor de seus cabelos.

Ou então quando fazia gracinhas para que Harry, Ginny e Ron rissem. Quando ela e Sirius ficavam horas e horas falando sobre coisas que ele não ligava, mas só de ouvir o som da voz da garota tudo parecia ir para os eixos.

Mais ainda quando ela lhe levava chocolates depois de noites de lua cheia, além de um cobertor e meia dúzia de beijos na testa. Mesmo com ele resmungando e tentando, frustradamente, se soltar dos abraços apertados.

Ou quando ela o encurralou no largo Grimmauld, literalmente contra uma parede, e colocou o dedo em riste contra seu peito. A voz alterada e a expressão severa, quase assassina no rosto bonito. E ali, naquele dia, com Nymphadora gritando seus sentimentos fora como se necessitasse daquilo para viver, Remus soube.

Ele necessitava estar com ela, ele era dela.

E então os impedimentos que o próprio homem colocava no possível relacionamento caíram por terra, e sem demorar seus lábios selaram aos dela. Para calá-la, e também demonstrar sua reciprocidade. Remus a amava e lutaria com ela para que dessem certo.

O homem sabia que com ela, as coisas não seriam as mesmas. Sequer seriam monótonas como era acostumado. Ela era furacão, era força da natureza e Remus não se importava de sair com alguns arranhões, desde que Dora estivesse consigo.

— Você consegue ver? — perguntou a garota, os cabelos em um tom bonito de roxo naquela noite — Aquela é a constelação da mamãe. É linda, certo? Papai sempre me mostrava quando era pequena, dizia que assim ela estaria sempre comigo.

Os dedos logo foram entrelaçados enquanto olhavam para o céu, buscando estrelas. O homem sussurrou uma pequena concordância, levando a mão livre até a barriga — um tanto saliente — de Tonks.

— Vou mostrá-la para Teddy, também. Consegue imaginar? Mamãe vai adorar vê-lo mostrando para ela — disse sorrindo, virando o rosto até ter o mais velho em seu campo de visão — Não acha?

A guerra não havia terminado, tão pouco as coisas estavam calmas no mundo bruxo. Remus sabia que poderia não voltar vivo, que poderia perder entes queridos e amigos próximos, que poderia perdê-la.

Mas também sabia que Nymphadora Tonks deixava seus dias melhores desde que entrou em sua vida, mostrando que nem tudo era preto e branco. E que a beleza do universo está nas cores. E Dora possuía diversas.

— Ela amaria isso, Nymphadora. Consigo ver Andrômeda preparando diversos bolos para o neto — sorriu, deixando que os pensamentos ruins fossem embora por alguns minutos.

Nada poderia abalar sua fé em um futuro ao lado dela. Remus a amava.

E ele tinha total certeza disso.

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