Capítulo 7. De volta a realidade

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Lentamente dei conta que retomava a realidade, sentia muita dor e pena dos meus pais, Calipto chamava por mim.

-Sirene o seu tempo terminou, volta para nós, volte ao presente.

-Calipto é você?—Perguntei estranhando sua voz no escuro.

-Claro né! Vem para vida, viva pequena guerreira, abra seus olhos lentamente.

-Calipto ajuda-me abrir os olhos! Não consigo, está muito escuro.—Pedi agonizada porque estava aflita.

-Acalma-te filha da fonte, desapega-se do passado, tudo aquilo já passou, vou contar até 3 e você abre. Tudo bem? Um, dois, três!

Esforcei-me e vi a luz da lua, infelizmente não conseguia falar e nem ver a Calipto, ela havia sumido tal como os outros seres que havia visto antes no lago. Sentia-me perdida, não fazia ideia do tempo que fiquei sentada. Quando levantei, senti uma dor terrível nas pernas. Sabia que pela dor havia passado muito tempo. As memórias continuavam vivas na minha mente, por um minuto ajoelhei-me e comecei a chorar desesperada, angústia tomou conta do meu peito, lembrava do sofrimento dos meus pais. Naquele momento, entendia o motivo que levava minha mãe a mentir e esconder tudo. Sentia que deveria ser forte e não desistir pelo caminho, então amarrei meu cabelo, levantei e comecei a caminhar de volta à casa.

Eram aproximadamente 2:00 da manhã quando entrei em casa, encontrei minha mãe sentada no sofá, a televisão estava desligada e logo pensei "estou ferrada", havia em mim muita emoção e preocupação assim que minha mãe começou a falar, lancei-me em cima dela, dando-lhe um forte abraço e simplesmente entreguei-me ao choro. Minha mãe, em estado de choque, apenas abraçou-me de volta. Fiquei no seu colo por horas só chorando, era tanta dor que sentia que deu vazão ao um grande vazio. Depois de algum tempo, ainda no colo da minha mãe, ela olhou para mim e perguntou:

-Minha doce filha, o que se passa? O que aconteceu?

-Mãe não sinto vontade de falar agora, apenas saiba que te amo muito, lamento por tudo que tiveste que passar. Perdoa-me mãe, apenas me perdoe.—Falei aflita entre o choro, segurando a mão dela.

-Está tudo bem, agora acalma-te, se continuares a chorar assim ainda acabas com uma terrível enxaqueca.

Depois da choradeira toda, fui levada ao quarto, assim que minha mãe fechou a porta, senti o corpo completamente pesado e entrei num sono profundo.

13:00h O telefone não parava de tocar, chamava insistentemente, acordei ranzinza porque o sono estava muito gostoso, não estava com vontade de acordar depois do cenário que tive que vivenciar. Então, deixei o telefone tocar, e voltei a deitar a cabeça na almofada, depois de 15 minutos voltou a tocar. Decidi levantar para atender, já que o telefone estava na mesa do computador. Quando cheguei perto parou de tocar, assim que peguei vi várias mensagens e chamadas do Roger.

"Chica, tenho uma notícia boa! Estou completamente apaixonado pela Lucy, queria tanto falar contigo ontem, mas você sumiu do mapa. Vamos nos encontrar amanhã, para um cineminha, desejo que vocês se tornem amigas." 

Suspirei chateada, pensei que fosse uma notícia impactante que mudaria a história da humanidade, voltei a deitar sem responder a mensagem, porque não estava a fim.

Os dias se passaram tranquilamente, conheci Lucy num dos passeios que o próprio Roger orquestrou, tentei ser simpática, mas notei que havia uma energia negativa a sua volta sentia que ela não era de confiança. Desabafei com Roger sobre minhas suspeitas, mas foi inútil porque ele estava completamente apaixonado. 

Faltava apenas uma semana, para o meu aniversário. Durante o dia ficava assustada, havia em mim muita ansiedade e para piorar as actividades paranormais da Lisa haviam parado, bem como meus sonhos lúcidos, o que me deixava preocupada. O nome do Durov não saía da minha cabeça, mas sabia que não poderia chamá-lo, precisava esperar até o meu aniversário. Continuei orando baixinho, acreditando que no final tudo ficaria bem.

Sirene Entre As DimensõesOnde histórias criam vida. Descubra agora