Capítulo 8. O pior aconteceu

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Meu aniversário seria numa segunda-feira. Entretanto, 4 dias antes do meu aniversário, num dia quente de verão, aconteceu o que mais temia. Recebi um telefonema assim que cheguei em casa, era a mãe do Roger preguntando sobre seu paradeiro. Algo em mim, doía. Lentamente lembrei da frase da Lisa "Ele terá um final trágico".

Respondi que não sabia, isso porque, desde que ele começou a namorar a Lucy, passou a comportar-se estranhamente comigo, ao ponto que eu passei a pegar o ónibus de volta à casa, tudo isso porque ele simplesmente deixou de assistir algumas aulas.

Várias vezes conversei com ele, mas o Roger não me ligava. Parei de o perturbar e continuei vivendo minha vida desde então. Sentia que já não poderia contar com ele, mas aquele sentimento de irmandade nunca morreu, afinal de contas ele sempre foi meu melhor amigo.

Passou-se dois dias desde o desaparecimento do Roger, fizemos uma busca pela cidade, e ele simplesmente sumiu, não atendia sequer o telefone, a mãe do Roger não parava de chorar o que criava certa melancolia em mim também.

A polícia tentou localizá-lo através do telefone, infelizmente encontram seu telefone numa zona isolada, sem nenhum sinal dele. Pedi a Lisa que falasse alguma coisa, mas ela agia indiferente perante tudo aquilo, o que me deixava angustiada e enfurecida, chamei várias vezes pela Eluis a fim de buscar alguma ajuda e nada acontecia. Sentia que estava só, foram um dos piores dias da minha vida.

Domingo, 3:15h da manhã estava num sono profundo. Pensava que os sonhos lúcidos haviam terminado, mas estava enganada. Ainda no meu quarto vi uma pequena luz decidi caminhar até ela e fui abduzida, aquela misteriosa luz levou-me até um local sujo, andei um pouco mais, vi um armazém abandonado que se parecia muito com o do senhor Heigl, que ficava perto da cidade.

Aproximei-me lentamente, agia num pequeno impulso de curiosidade, assim que entrei, encontrei o Roger sentado no chão, ele tinha um aspecto sombrio, havia uma marca na sua cabeça parecia que levou um tiro. Olhava-o assustada, ele tinha o rosto triste e lacrimejava.

-Roger o que aconteceu contigo!? Sua mãe está preocupada.

-Chica, você tinha razão estou morto. Ajuda-me Chica.—Respondeu cabisbaixo.

-Como assim!? Quem fez isso contigo?—Perguntei aflita enquanto chorava absurdamente.

-Chica me perdoe, acho que estraguei seu aniversário. Quero sair daqui, este lugar é imundo.

-Roger, pelo amor de Deus! Diga que tudo isso é mentira.—Supliquei horrorizada.

-Chica ajuda-me... ninguém me ouve e ninguém me vê.

-Roger! Responda! —Insistia aflita.

Comecei a ficar agitada, estava muito transtornada com aquele cenário todo, sentia raiva, dor, angústia, queria apenas tirá-lo dali. Lentamente sentia que alguém me puxava de volta. Chamava-o intensamente enquanto minha voz desaparecia no meio do choro e da terrível angústia.

-Sirene! Os teus pesadelos parecem que nunca vão acabar, Sirene acorda.

Assim que abri os olhos, vi minha mãe preocupada, levantei e rapidamente abracei-a, chorava inconsolavelmente, não consegui sequer explicar o sonho. Sentia vontade de levantar e correr até aquele maldito armazém abandonado.

Minutos depois acalmei-me, expliquei tudo e pedi que ligassem à polícia, sentia que o Roger estava lá. Minha mãe, vendo-me preocupada não hesitou e fez o que havia pedido. Pediu ao meu padrasto que me levasse até o armazém.

Quando chegamos próximo do local, vimos uma fita amarela  à volta do armazém abandonado, sabia que o pior havia acontecido, uma onda de dor tomou conta de mim, senti-me a desfalecer, caí bruscamente batendo com a cabeça no chão, perdendo rapidamente os sentidos.

Sirene Entre As DimensõesOnde histórias criam vida. Descubra agora