02 - Atividade Paranormal

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No dia 22 do terceiro mês do reinado de El Dourado, na Cidade dos Anjos, Balieu, que também se chama Balic, realizou o ritual de apresentação de seu filho Donsergiu ao Deus Agregon, a fim de receber a tatuagem da formosa águia vermelha no seu ombro direito. Como símbolo de fidelidade por parte de seu pai. Assim, Balieu garantia que seu filho serviria ao propósito do Deus Agregon, pois quem recebia a marca de um Deus, não podia servir a outro, pois se assim fizesse, certamente morreria, por que os anciãos, o caçariam dia e noite até encontrá-lo. E quando o encontrassem, onde quer que for, lá o indivíduo deveria morrer, a fio de espada...

- Durante o ritual... -

- O símbolo do supremo e magnífico Agregon, cuja representação é a águia, deve ser colocado a toda criança com mais de nove meses de vida, como sinal de devoção... - Dizia um dos anciãos que realizava o ritual.

Em relação à como ocorria e em que situações acontecia o santo ritual; bem, estas informações não foram reveladas pelo narrador, que pula esta parte da história com o propósito de retornar ao passado, narrando outros acontecimentos.

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- Há pouco menos que quarenta anos atrás -

Quando criança, lá estava ele, Balieu, sentado em uma calçada que ficava bem em frente à sua casa, observava atentamente a rua deserta diante de si, a mal iluminação - devido às lâmpadas queimadas dos raros postes presentes ali - não ajudavam muito; havia apenas um poste a cada 130 metros. Aquele garoto de apenas doze anos podia sentir os respingos da chuva caírem por seus cabelos e escorrerem por todo o seu corpo até tocarem o chão. A água escorria por todo seu rosto, sua bela jaqueta azul marinho estava encharcada, sua calça jeans, com rasgos na região das pernas causava um certo contraste com sua vestimenta superior. Ele usava uma pulseira preta no braço direito, a mesma possuía uma placa de bronze com uma águia entalhada. Seu olhar fixo no sapo que estava bem à sua frente, era notado por sua prima Raquel.

- O que você está fazendo - disse ela - sentado nesta calçada suja pela lama?

Raquel, apenas 4 anos mais velha que Balieu, possuía a mania de o perturbar quando o mesmo estava quieto. Seus cabelos loiros e a suavidade de sua pele clara, refletiam a sua beleza, seus olhos verdes fixavam a Balieu, ela o observava com um belo sorriso em seu rosto, tentando entender o porquê do garoto estar naquela chuva. Mas toda esta beleza não minimizava os efeitos de sua arrogância:

- Ô idiota, eu te fiz uma pergunta. - Disse ela.

- Não precisávamos ter vindo pra cá... - disse ele, virando suavemente a cabeça para seu lado esquerdo, afim de poder enxergar o reflexo de sua prima, que estava em pé, debruçada sobre uma porta de madeira, dividida ao meio, formando duas partes, inferior e superior - Podíamos ter ido para Dayne Lest, lá é mais seguro.

- Seria tolice, já apareceram casos de surtos lá também. E mais uma coisa, poderiam nos pegar no caminho. Você sabe disso.

- Balieu, sai da chuva menino! Amanhã você tem escola. - Interrompe uma mulher ruiva, de cabelos curtos, era a mãe de Balieu, que aparece na porta.

Balieu se levanta calmamente e caminha para dentro de casa.

- Você está encharcado. - Disse sua mãe.

[Na manhã seguinte...]

Balieu se prepara para seu primeiro dia de aula na nova escola, ele tinha certeza de que não iria estudar lá por muito tempo, logo iriam acabar se mudando novamente. Em seu quarto, nem um pouco atraente devido ao amontoado de bagunça e coisas ainda encaixotadas, ele arruma a sua mochila, a põe em suas costas, enquanto caminha lentamente até a saída quando é interrompido.

Entre Anjos e Demônios - A Batalha de Deuses e MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora