Prólogo

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Las Vegas, Nevada, EUA, 2012

Emily

- Tem certeza de que quer mesmo fazer isso? - Samantha perguntou, me encarando com pesar.

Assenti, suspirando com tristeza.

Estávamos em um carro parado em frente à pequena capela, onde daqui poucos minutos deveria ocorrer meu casamento com Nicholas Scott, amor da minha vida.

Olhei para o pequeno buquê de margaridas em minhas mãos, olhei novamente para a entrada da capela, suspirei profundamente, encarando minha amiga, que estava ao volante, e respondi, decidida:

- Certeza absoluta. Vamos embora daqui agora mesmo - disse tristemente.

Antes que eu mude de ideia, pensei.

Samantha olhou para mim mais uma vez, como se tentasse buscar algum vestígio de arrependimento em meus olhos.

Por fim, girou a chave na ignição, apertou as mãos contra o volante e pôs o carro em movimento.

- Já que você insiste - disse por fim.

Pelo retrovisor, vi o semblante confuso de Nicholas vestido em seu terno bonito, no meio da rua, em frete a capela. Logo atrás dele, estava Matt, seu melhor amigo e padrinho de uma união que nunca aconteceria.

Joguei pela janela o buquê de flores, que foi facilmente levado pelo vento, desmanchando-se por completo, assim como meu coração também estava. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto.

Me perdoa, meu amor.

Samantha me olhou pelo canto do olho e me viu chorar. Pegou em minha mão e apertou, tentando me confortar.

Mas àquela altura, nada seria capaz de me confortar. Nada poderia tirar aquela dor que me consumia até a alma.

Eu fiz minha escolha e teria que viver com as consequências. Fiz aquilo para o nosso bem, para o seu bem.

Mesmo que isso me custasse seu amor para sempre.

- Eu só espero que um dia Nicholas entenda o tamanho do sacrifício que você acabou de fazer por ele - disse minha amiga, fitando a estrada à nossa frente.

- Você entenderia, se estivesse no lugar dele? - suspirei, com o olhar perdido através da janela.

- Por isso insisti que você deixasse um bilhete explicando, Emms. Aposto que ele entenderia. Mas você é tão teimosa - afirmou me olhando rapidamente antes de voltar sua atenção para a estrada.

Coloquei os dois pés sobre o banco, abraçando os próprios joelhos, antes de prosseguir.

- Foi melhor assim. Se ele soubesse... se soubesse por que fiz o que fiz, seria muito, muito ruim. Será mais fácil se ele apenas me odiar...

- Mais fácil, para quem, Emms? - Samantha me olhou mais uma vez, com pena.

- Você poderia apenas dirigir e me deixar quietinha, por favor, Sam? – pedi.

Sem dizer nada, ela apenas afagou minha mão mais uma vez, e eu sabia que sempre poderia contar com minha melhor e única amiga.

Juntas, partimos sem olhar para trás, rumo ao primeiro dia do resto de nossas vidas.

[DEGUSTAÇÃO] A Vingança Perfeita Onde histórias criam vida. Descubra agora