Emily
No dia seguinte acordei mais cedo que de costume. Olhei as horas no meu celular que estava na mesa de cabeceira: eram cinco da manhã.
Não dormi praticamente nada, uma vez que demorei a pegar no sono na noite passada. Lembranças de Nicholas e do nosso reencontro inesperado povoavam minha mente.
Tinha decidido ir embora a pé, já que o apartamento que tinha alugado ficava a seis quadras do prédio da empresa. Uma chuva fina caía, então pensei que talvez pudesse caminhar para esfriar a cabeça. Sempre funcionava quando eu precisava pensar.
Mas não naquele dia.
Eu estava apavorada. Confusa. Completamente aturdida.
Cheguei em casa um pouco encharcada pela chuva, então corri para o banheiro para retirar a roupa molhada e tomar banho quente. Vesti apenas uma camisola fina de seda azul e me joguei na cama, sem forças para mais nada.
Tinha sido extremamente cansativo ter que lidar com aquela torrente de emoções. Então decidi que dormir cedo poderia ser a solução, uma vez que já não dormia há mais de dezoito horas.
E depois de rolar na cama por horas, apertando os olhos com força para o meu corpo entender que eu precisava dormir, eu finalmente consegui adormecer.
Mas logo fui acometida por uma sequência de sonhos perturbadores. Eram lembranças do passado, de uma Emily feliz com o namorado da escola. Então, mudava para meu vestido de noiva sendo queimado no que parecia ser uma fogueira em um jardim.
E então começou a ficar pior.
Em um sonho, Nicholas e eu estávamos sozinhos na sala de reuniões da Goldman Grey Berg, e fazíamos amor sobre a mesa de reuniões.
E então voltava ao dia do nosso quase casamento, e eu estava no carro ao lado de Samantha fugindo.
E então Nicholas e eu estávamos em meu escritório, na empresa, e fazíamos amor no sofá de couro, no canto.
E então eu acordava, suada e ofegante.
E tentava dormir novamente.
E os sonhos, ou melhor, pesadelos voltavam com força.
E agora eu estava acordada, três horas antes do que deveria estar, olhando para o teto, com o coração pesado e uma tremenda dor de cabeça.
Precisava falar com alguém sobre aquilo, ou iria enlouquecer.
Samantha!
Lembrei que pela diferença de fuso horário, em Nova Iorque já seriam oito da manhã. Peguei o celular novamente selecionando o número dela na discagem rápida.
Ela atendeu no terceiro toque.
- Já está com saudades? - disse ela, com seu entusiasmo habitual.
Senti um aperto no coração. Como eu queria poder falar com ela pessoalmente.
Sentei-me na cama, encostando na cabeceira e abracei um travesseiro. Queria poder abraçar Sam. Ela era única família que eu tinha. Bem, ela e Anna.
- Amiga, precisamos conversar - falei.
Contei para ela em detalhes tudo que acontecera no dia anterior, do reencontro, da frieza de Nicholas. Depois que desabafei tudo que tinha para desabafar esperei ela dar sua opinião.
Samantha pareceu pensar por alguns minutos, o silêncio era total do outro lado da linha. Anna deveria estar dormindo ainda.
- Sam, fala alguma coisa - pedi, depois que ela ficou tempo demais sem responder.
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[DEGUSTAÇÃO] A Vingança Perfeita
RomanceComo se cura um coração partido? Emily Grey era muito jovem quando precisou escolher entre sua carreira e seu grande amor. E ela escolheu a carreira. Nicholas Scott nunca perdoou o fato de ter sido deixado no altar. Sentiu-se humilhado. Jurou se vin...