Maitê Antunes

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Para quem não me conhece sou Maitê Antunes e tenho 24 anos. Não posso falar muito sobre quem sou, porque senão falaria o quanto sou linda, gostosa, independente, a melhor pessoa do mundo! E a maioria desses adjetivos podem ser mentira. Então, apenas saibam que sou uma mulher com a auto estima elevadíssima. O motivo para eu ser assim? Nem mamãe, papai, conhecidos, colegas, amigos, qualquer pessoa que me conheça, sabe explicar. Mas acredito que um certo cafajeste saberá como... Merda de homem!

***
Cinco meses atrás...

– Maitê? – Minha melhor amiga, Melissa, chamava pelo meu nome, mas não estava nem aí para o seu chamado, estava de olho no gato loiro que estava sentado no balcão do bar.

 – Maitêêêêêê!!! – Melissa sacode sua mão na frente do meu rosto e sou obrigada a desviar o olhar dos olhos azuis daquele pedaço de pão – não, aquilo com certeza estava mais para um pedaço de picanha. – para encará-la.

 – Que foi, Karma?! – Pergunto, irritada.

 – Karma? – Rebate, levantando uma sobrancelha. Ela olha para trás e depois volta a me encarar, negando com a cabeça. – Vejo que voltarei sozinha essa noite.

 – Olha, amiga, eu te amo! E estou muito feliz que tenha vindo ao bar comigo e que tenha se mudado para São Paulo! Mas juro que eu preciso provar daquela picanha! – Digo, afobada, lançando mais um olhar para o meu jantar de hoje. – Eu até voltaria com você para casa, mas infelizmente, você não tem um pênis.

 – Okay, okay! Mas você fica me devendo uma!

 – Sim, senhora. – Digo, batendo continência.

Ela ri, se levantando e me abraça.

 – Eu também te amo! – Sussurra em meu ouvido. – Se divirta, enquanto irei terminar de arrumar meu apartamento.

 – Não quer que eu veja se ele tem algum amigo...

 – Não! – Me interrompe. – Definitivamente, não.

 – Vai morrer encalhada, praga!

Ela ri e manda mais um beijo para mim, enquanto sai porta a fora do barzinho do centro de São Paulo.

Se fosse outra em seu lugar, ficaria muito P da vida por ter que ir embora e me chamaria de piores nomes por estar fazendo isso. Mas não era a toa que Melissa era minha melhor amiga e de muitos anos. Então sabia como eu era.

Claro que se ela estivesse ali comigo por um motivo trágico, não a deixaria por um homem! Sou uma ótima amiga, perguntem para ela. 

Volto a olhar para o gatinho loiro e mordo os lábios. Ele sorri e leva sua bebida até a boca, enquanto levantava discretamente uma sobrancelha para mim. Essa era a minha deixa.

Amava sair à noite para me divertir, dançar e se durante o processo encontrasse alguém interessante, não hesitaria em ter uma noite regada a puro sexo. Amava fazer sexo. Eu não era uma vadia, claro, eu me respeitava e muito. Converso antes com cada pretendente para ver se realmente vale a pena. Quem disse que o mundo e os direitos servem somente para os homens? Alem de estarmos no século XXI, as mulheres também tinham o direito de serem livres e independentes! Eu era uma e sou, com todo orgulho, feminista, do tipo que arruma a pia, quebra paredes, reboca e troca pneus de carro.

Ou seja, nasci pronta para qualquer guerra. Não era a toa que era conhecida como a desbocada, doidinha, ovelha negra, um mal exemplo para qualquer mulher... Okay! Estou exagerando um pouco, mas todos que me conhecem, sabem que tenho um parafuso a menos. Não que isso venha atrapalhar as coisas, claro! Eu sou ajuizada, sei me virar e cuidar dos outros quando precisam. Não existe pessoa mais prestativa como eu. E isso não é uma mentira.

Mas o mais engraçado é que, parece que minha família esqueceu que tenho uma irmã mais nova. Ela é mais louca que eu! Bom, não dá para entrar em discussão quando se trata de minha irmã caçula, Helena. Como sempre digo, tudo tem seus casos a parte.

E todo mundo acha que, se uma mulher não quer relacionamento sério, existe um motivo por trás disso, do tipo: “Oh, coitadinha, ela já foi traída e tem medo de sofrer de novo.”

Pois saibam que esse não é o caso da Maitê Antunes aqui! Definitivamente, não. Todos meus relacionamentos anteriores, a iniciativa do termino sempre partiu de mim. E não quero que pensem que estou me achando, mas todos os meus ex’s sempre tentavam uma reconciliação. E foi a partir daí que aprendi uma coisa sobre os homens: Eles gostam das que maltratam.

Não que eu maltratasse os pobres coitados dos meus namorados. Eu apenas era uma pessoa difícil... Livre demais para relacionamentos. Espero que entendam que eu não nasci para me apaixonar por um cara apenas. Eu me apaixonava sempre, por vários homens e o melhor de tudo, era que apenas durava uma noite essa paixão, ou apenas algumas horas.  

Jogando meus cabelos ruivos para o lado, rebolando meu quadril e me equilibrando em meus saltos, me aproximo do homem que me apaixonarei por apenas essa noite.

 – Boa noite! – O meu gatinho diz, enquanto balançava seu copo em minha direção, como um cumprimento.

 – Boa noite! – Respondo, sentando no banco ao lado do seu, ficando de costas para o balcão, apoiando meus cotovelos no mesmo e cruzando minhas pernas. – Qual seu nome? – Pergunto, já gostando de ver que seus olhos voam diretamente para as minhas coxas.

Sério, a melhor coisa era ver como tinha um certo poder em afetar os homens que eu queria. Que mulher não gostava de ser desejada? Claro que alguns homens já passavam dos limites. Como um antigo vizinho meu, que sempre que eu passava, gritava coisas obcenas. Entendam homens, gostamos quando vocês mostram interesse e sejam sacanas. Mas primeiro vocês devem chegar com aquela sensualidade reservada e, quando ambos estiverem a vontade, podem agir como bem quiserem.

 – Rafael. E o seu? – Devolve a pergunta, enquanto depositava lentamente seu copo em cima do balcão e virava de lado, se inclinando para perto de mim. Com a sua aproximação, pude sentir seu cheiro. Perfume importado. Gostei...

 – Maitê. Mas creio que quando estivermos em algum lugar mais reservado, não lembrará do meu nome. – Digo, levando minha mão até seu copo e pegando-o, não antes de roçar propositalmente minha mão na sua. Bebo um gole de sua bebida, que pelo sabor pude perceber que era vodka pura, olhando-o em seus olhos e posso ver o modo como ele olha para os meus.

 – Você é bem objetiva. – Sussurra, acompanhando o movimento do roçar dos meus lábios na borda do copo.

 – Você ainda não viu nada. – Deposito o copo em cima do balcão. – Eu sei o que você quer, Rafael. E vim aqui com a mesma intenção.

 – Gostei de você, garota. Cheia de atitudes. – Sussurra em meu ouvido, enquanto coloca uma mexa de meu cabelo atrás da minha orelha. – Gostaria de ver tudo isso no tal lugar reservado. – Mordo os lábios, levando minhas mãos até seu braço e alisando o mesmo. Pude sentir seu bíceps, que não era nada pequeno. Ele era forte.  

 Esse Rafael sabia como flertar e conduzir as coisas, mesmo que as vezes eu não consiga frear minhas palavras e atitudes. Eu sou assim, impulsiva, não penso antes de fazer ou falar alguma coisa. E até agora não sabia dizer se era um defeito ou uma qualidade.

 – Posso te garantir que você irá gostar de mim muito mais, gato. – Como todos os outros gostaram. E claro, como qualquer pessoa que me conheça, se encanta por mim. Termino em pensamentos.

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E então, minhas leitoras, já se encantaram e gostaram da Maitê? Terá muito mais dela! E claro, postarei a apresentação do nosso cafajeste amanhã! Aguardem!

Carol! <3

Desejos IntensosOnde histórias criam vida. Descubra agora