Prólogo

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[Maitê]

 – Srta. Antunes e Sr. Guimarães, o que os senhores pensam que estão fazendo?

Eu e meu amigo de trabalho damos um pulo de susto, ouvindo a voz de nosso supervisor. Automaticamente nos colocamos na frente do computador, lançando o sorriso mais falso do mundo.

 – Trabalhando, senhor! – Respondemos ao mesmo tempo e me seguro para não rir.

 – Saiam da frente do computador, senhores.

 – Não! – Gritamos ao mesmo tempo. Automaticamente o “Sr. Sobrancelha única” estreita os olhos, desconfiado.

Eu havia conseguido esse novo emprego, na empresa de Marketing, a Althermark. Sou assistente de criação e arte. Acabei por fazer uma dupla incrível com o Roger Guimarães, ele era daquele tipo de homem que quando você colocava os olhos, chegava até atrasada no emprego, derrubava coisas ou caía no chão. Ele era incrivelmente lindo! Sarado, seu sorriso era perfeito, seu cabelo em corte militar, seus olhos tinham grossos cílios, deixando seu olhar muito penetrante. Quando o vi, perdi o ar e como sou do jeito que só uma Antunes poderia ser, fui atrás do homem. O problema é que ele abriu a boca e mostrou que sabe de cor todas as cores do arco íris.

Pois é, eu também não acreditei que ele pudesse ser gay! Um pecado. Dei uma mancada flertando com ele, mas no final, nos tornamos ótimos amigos e diria que estamos virando uma espécie de melhores amigos. O que está causando maior ciúmes na Melissa e no Bruno, meus dois outros melhores amigos, desde a infância.

Como era difícil ser eu!

 – Vocês entraram nesta empresa para trabalhar. – Gente, era incrível como a sobrancelha daquele homem era grande, grossa e se tornava uma coisa só, não dava para parar de encarar aquele troço que Deus e a mãe dele colocou acima dos olhos. – Mas parecem que esqueceram disso. – Mas o que vencia de tamanho era a língua dele. Meu Deus, como aquele homem reclamava. Eu amei tudo no trabalho, mas terei que falar com o “Chefinho Maior” vulgo namorado da Melissa, para dar um jeito nesse tiozão.

 – Olha aqui, Sr. Sobr... – Levo um cutucão do Roger e imediatamente tento corrigir, fingindo falar errado. – ...evisor.

 – Supervisor, Srta. Antunes. Pelo amor de Deus.

 – Tanto faz. – Dou de ombro e levo outro cutucão na costela. Roger está pedindo para que eu roube o seu pote de ouro de seu arco íris, só pode. Inferno.

 – Não quero mais argumentos. Fechem o Facebook e voltem ao trabalho.

E assim ele dá as costas e vai supervisionar, na verdade atazanar, os outros funcionários.

– Você ainda coloca a gente pro olho da rua, meu Diamante! – Reclama Roger, virando e fechando a página do Facebook.

Amava quando ele me chamava de Diamante. Ele havia colocado esse apelido em mim por causa da cor de meus olhos. Ter um amigo gay era a melhor coisa! Além de eles serem super carinhosos, eles eram sinceros. Do tipo que se você está fedendo ou está com um super bafo, falam na hora.

 – Claro que não! – Mexo minha mão em movimento de desdém. – Esse supervisor que precisa de alguém pra comer. A sobrancelha deve assustar as mulheres, coitadas!

Roger ri alto.

 – Até que ele não é de se jogar fora! Se ele mostrasse interesse pela mesma fruta, daria o bote.

– Ah, Jesus! Fala sério!

– Claro, meu Diamante. E enquanto ele estivesse dormindo, depois de um sexo selvagem, amarraria ele na cama e eu mesmo faria aquela sobrancelha.

Desejos IntensosOnde histórias criam vida. Descubra agora