Tudo bem. Eu posso fazer isso

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Quando saiu do hospital com Diana, Wayne já estava um pouco melhor depois de todo aquele susto, pensando com mais clareza porque ele tinha coisas a fazer durante aquela semana para resolver o "problema" que havia arranjado. Entraram no carro de Lex, ambos em silêncio enquanto o outro rapaz morria de curiosidade e preocupação, ele achava que Bruce não sabia que era apaixonado por ele desde o fundamental, mas era tão escancarado que só ele não percebia que metade do mundo tinha conhecimento sobre seus sentimentos em relação a Bruce, porque parecia que Lex não fazia o menor esforço esconder.

- E então, como foi? - Perguntou o rapaz careca sentado no banco do motorista.

- Bem, mais uma semana e eu estou livre disso. - Bruce respondeu.

- Ele está grávido - Diana contou.

- Grávido? - Lex arregalou os olhos

- Sim. E em uma semana não estarei mais - Bruce colocou o cinto e seu tom dizia que ele queria encerrar o assunto.

- Vai abortar? - Diana e Lex perguntaram em uníssono

- Não é óbvio?! Eu não posso ter um bebê agora. Nem nunca aliás. - Ele respondeu.

- Bruce, por favor, deveria reconsiderar. Achar o pai dessa criança e...-

- Eu sou o pai dessa criança e não preciso de outra pessoa - Ele falou isso um pouco alterado e sem pensar muito. Foi algo como um instinto de proteção.

- Isso significa que você vai ter o bebê? - Diana perguntou um tanto

- Não. Isso significa que essa informação não sai daqui, eu vou por um fim nisso e ninguém além de vocês dois precisa saber - Aquilo soava como uma ordem e realmente seria se mandasse em qualquer um dos dois.

- Bem, vamos voltar pra casa e colocar algum juízo na sua cabeça - Lex falou enquanto ligava o carro.

O caminho até o apartamento que os três dividiam foi silencioso, ninguém tinha muito o que falar na verdade. Diana se preocupava com a reação que Bruce tivera, embora achasse que ele não teria coragem de fazer um aborto, ela ainda tinha medo de que afundasse em depressão ou algo parecido por causa do bebê e por se recusar a saber quem era o pai do filho dele. Já Lex não dizia nada porque não podia falar no que estava pensando, na ótima oportunidade que aquilo era para se aproximar mais de Bruce do jeito que ele queria se aproximar, é claro que o convenceria de ter aquela criança e ofereceria sua ajuda.

Bruce por outro lado só tentava entender porque fora tão agressivo quando Diana mencionou o pai da criança, fora estranho até mesmo para ele, ele não queria a criança, mas na hora foi como se tivesse que dividir algo que era dele e Wayne não gostou nada dessa ideia. Enquanto pensava naquilo tudo, por algum motivo levou a mão até sua barriga acariciando discretamente. Certo. Talvez não fosse uma loucura total cogitar ter aquela criança, Bruce era rico, tinha plenas condições de criar um bebê, seu filho teria a vida ganha antes mesmo de nascer. E as pessoas sem isso? Eram essas que mereciam a chance de ter formas seguras de abortar, foi para essas pessoas que há muito o feminismo conseguira alcançar a legalização em diversos países.

Talvez estivesse sendo um tanto egoísta e dramático. Tinha que pensar com a cabeça e usar a razão, pensar no porquê ele não queria aquela criança, quais eram seus motivos? Bem, ele não sabia como ia cuidar de um bebê, mas nenhum pai de primeira viagem sabe. Ok, próxima. Ele não tinha um exemplo vivo de paternidade para seguir, mas no fim das contas era ele quem teria que tomar as decisões, mesmo que seu pai estivesse vivo ele não poderia ser pai no seu lugar e não poderia fazer nada além de dar conselhos, mas isso Alfred fazia muito bem.

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