The Dark Knight

O julgamento

No centro da praça, os soldados a soltam do cavalo, jogando-a com as mãos ainda atadas em frente à fogueira. O juiz mantinha-se em seu púlpito, e dirige-se a suas palavras a jovem moça.

Juiz: Ajoelhe-se perante a Vossa Majestade primeiramente e a Vossa Igreja. Serei o magistrado representante eclesiástico para ministrar a justiça no Reinado de Equídea.

As pessoas ficam silenciosas e atentas perante as palavras do Juiz. O Bispo observara de uma arquibancada próxima ao Rei e Vossa Rainha. Os comerciantes e os atores permaneceram presos entre a multidão, e mal conseguiam ver o julgamento. No entanto podiam ver o pedestal acima do palanque onde a condenada seria amarrada para ser punida na fogueira.

O Juiz: Segundo muitas testemunhas você é acusada de fazer atos de bruxaria.

A Jovem: Mas senhor, eu não sou uma bruxa.

Juiz: Não? Então o que nos explica suas poções em frascos que usara para curar pessoas doentes. Isto não é um ato de bruxaria?

A Jovem: Meu senhor, eu aprendi a usar as plantas com minha tia, que Deus a tenha neste momento, para o bem das pessoas.

O Juiz: Então você está confessando perante a Vossa Majestade, o nosso Bispo que você usava ervas para curar o povo?

A Jovem: Sim senhor.

O Juiz: Agora com a permissão da Vossa Alteza passarei a voz para o Bispo.

O Bispo: Obrigado filho de Deus. Curar as pessoas sem orações é, de fato, um ato de bruxaria. Todos sabem disso muito bem, pois nós enviados de Deus tivemos esta revelação divina. E não somente isso como pode observar outros comportamentos para identificá-la como a cor de seus cabelos avermelhados, seu olhar sedutor que enfeitiça os homens, e sua blasfêmia em responder as autoridades desse reino.

A jovem ajoelhada timidamente olha para o Juiz esperando o momento certo para sua defesa. Entretanto o Bispo conclui sua sentença guiada por sua revelação divina.

O Bispo: Sim, Vossa Magistratura, ela deve ser queimada viva por completo, e através deste fogo divino que seja purificada a sua alma.

As pessoas se agitam ainda mais motivadas para incriminar a bruxa. O Juiz silencia a multidão batendo seu martelo.

O Juiz: Silencio! Ordem nesta corte! Vamos ouvir as testemunhas, que venha a primeira.

Uma anciã sobe em um palanque fitando-a com os olhos de desprezo e começa a falar:

Anciã: Ela é com certeza uma bruxa satânica!

Juiz: Como tem tanta certeza?

Anciã: Eu a vi cantarolando uma canção estranha e desconhecida.

A Jovem: Mas eu mesma compus esta música. E costumo cantarolar quando me sinto feliz.

Anciã: Esta música não é de Deus.

O juiz: Muito bem! Que venha a próxima testemunha; - Bate o martelo.

Uma segunda testemunha sobe para relatar contra a jovem, era uma mulher com semblante sério.

A Mulher: Eu a vi curar pessoas com suas poções malignas.

O Juiz: Conte-nos como foi.

A Mulher: Ela me seduziu para curar meu filho.

O Juiz: Mas como te seduziu?

A Mulher: Ela usou de palavras gentis para me convencer que podia curar meu filho com seus antídotos.

A Jovem: Mas eu só quis ajudar sua criança que estava sofrendo. – Diz indignada.

O Juiz: - Bate o martelo. Você continuará blasfemando contra Vossa corte?

O Juiz Bate o martelo novamente e chama a ultima testemunha. Era um camponês de meia idade muito conservador.

O Camponês: Eu a vi prevendo o futuro!

As pessoas começam a falar entre si indignados com o relato do camponês. "- Com certeza ela é uma bruxa!" "– Eu sabia!" "– O Camponês acabou de confirmar o que eu suspeitava." O Juiz, o Bispo e o Rei espantaram-se ao ouvir este fato inusitado que comprovaria que era realmente uma bruxa. O Juiz bate o martelo, e o povo silencia.

O Juiz: Como assim, ela pode ver o futuro?

O Camponês: Ela disse que minha avó teria uma doença, e morreria em poucos dias.

A jovem permanece quieta, e neste momento, sem esperança.

As pessoas se agitam ainda mais eufóricas com a notícia, e começa os insultos:

- Sua bruxa! Eu sabia!

- Vai queimar no inferno!

- Você vai ter o que merece!

O Juiz: Silencio! Ordem nesta corte. – Bate mais uma vez o martelo.