Um conjunto de contos para acalentar-nos em meio aos dias caóticos e trazer luz no meio do breu.
❝Assim como as estações, a vida possui dias altos regados a paz e manhãs em que apenas os fantasmas de nós mesmos se fazem presentes, porém não tenha me...
Nem mais sei ─ digo, alguém deve saber como ler as estrelas mesmo quando elas não apareçam. Alguém deve conhecer mais desse molde, e poderia me explicar um pouco mais sobre a vida.
Vida? ─ alma, princípio Vidal, algo que presa por gotas de harmonia para dias normais, bem mais normais. Sinto o gosto amargo descer e se alojar na garganta, deve ser um daqueles nós ─ as coisas andam com calma, sem se apressar por algo impactante, eventualmente.
A clareira é longe, porém vale a pena tudo que me anestesia da realidade, amo tanto o que me tira de orbita, agradeço até por escrito ─ tudo que te tira da realidade, é bom.
A situação às vezes fica triste, mas lembro da noite em que jasmim ficou impregnado, o cheiro doce em minhas roupas ─ roupas estas de cores frias e suaves, mas me protege do frio de outono.
Vale tão bem lembrar que ao nosso redor tem tanta paz ─ só precisamos ver com mais sutileza. Enquanto materializo folha laranjas, meu peito carrego saudade de dias normais, como esse.
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E quando chegou supostamente outono, uma rajada de vento levou as folhas de minha calçada, e foi assim por um tempo ─ é assim com a vida também.
Já ouviu falar que a vida fica mais doce com o tempo? Que o peito arde de amor, amor esse de dentro para fora ─ amor de bem. Laranja minha roupa, alegria de cor diferente.
Nunca sei dizer qual é a cor do amor, para mim são tantas ─ mas, principalmente, a cor do amor é a cor da pele dele. Você entende?
E as tardes tão bonitas de observar, o peito chama pelo meu bem ─ o bem de amar. E o lírio no vaso amarelo dança junto com andorinhas de papel ao som do vento ─ suspirar, não a nada mais agradável do que a tranquilidade que rodear-te gentilmente.
Mas enfim, sucede ao verão e antecede o inverno, e minhas mãos ficam nas suas, minha cabeça em seu peito ─ e, com o vento a vida fica mais doce e aconchegante com o tempo.
Minha roupa laranja ─ nova cor alegre.
Eu já disse sobre os dias nublados? ─ antecede o inverno ─ mas não estou dizendo que inverno é triste, entende? Seria mais um tempo vivido onde você veria que não há uma flor sem todas essas chuvas ─ flores sejam quantas forem.
Sucede ao verão ─ verão me lembra sorrisos, para você não? ─ Tens seus pulos de elásticos, risada alta, sol bem amarelo. Não é fantástico?
E imaginar que dias normais se tornaram tão bons, e que hoje se tornou meu dia favorito. E que os lírios e as andorinhas de papel certifiquem, que no frio sempre tem calor e amor.
"─ Josi? ─ às vezes, me pego imaginando mil e uma maneira de amar cada parte e não parte sua.
─ Sim? ─ você não imagina o quanto, quando vejo e toco o céu, e o seu véu me enrola, paro em seus braços ─ outono em nós.
─ Amar-te-ei, sempre e sempre ─ e hoje é meu dia favorito, materializo com amor cada louvor que sai em sua boca.
─ Amo-te, sempre e um pouco mais" ─ tarde em tarde, outono gera flor harmoniosa, flor esta: Josi ─ e claro, você. Na vida há tantos contrastes, que chega a ser emocionante esperar por todos. ─ minha roupa laranja, uma nova cor alegre.
E, cá entre nós, eu digo lírios, mas ela me lembra a rosa quando vou para seus abraços.
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