- Diferente -

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Tentei controlar minha respiração usando o método que meu médico havia me ensinado, e até que funcionou, consegui sair daquele estado de pré-pânico e já conseguia falar sem gaguejar

- Eu sou péssima em Química tem certeza disso sal?

- Tenho, e até que sou bom, eu posso te ajudar - Puta merda Sally, você também não facilita né garoto

- Mas e a Ash? - A esse ponto to tentando arrumar qualquer desculpa. Se eu me distanciar dele será mais fácil, só que ao mesmo tempo tudo que mais quero é... não, sem pensamentos inapropriados Lily. 

- Foi no banheiro, ela vai fazer com a gente -  Não sei se isso me deixa aliviada ou decepcionada. Ele tirou o caderno da mochila e o colocou em cima da mesa - Enquanto a Ash não volta eu vou te explicando a matéria, o que você não entende?

- Tudo, eu disse que era péssima e além disso não prestei atenção em metade da aula - Por trás de sua máscara eu sabia que sua expressão era de surpresa

- Porra, não vai dar para te explicar tudo hoje. Posso ir na sua casa depois da aula? - Filho da puta, isso é golpe baixo

- Não dá, a Ash vai lá hoje

- Mas a gente é do mesmo grupo, já aproveitamos e fazemos o trabalho

- É a noite das garotas Sal, meninos não são bem vindos - Ash tinha acabado de chegar do banheiro e começou a arrastar sua carteira para perto das nossas

- Ah, desculpe. Outro dia então - ele voltou seu olhar para o caderno.

Passamos o resto da aula organizando o trabalho, pelo que Sally me disse a matéria não era tão difícil e eu entenderia rápido, assim espero pelo menos. Com o passar dos horários  minha ansiedade foi diminuindo, acho que a idéia de contar a alguém sobre esses poderes aliviava o peso desse segredo.
O dia terminou até que normal com exceção da hora do almoço que por algum motivo tinha um clima estranho, vindo do Sal, era como se ele quissesse dizer algo mas não tinha coragem, ou talvez fosse só minha paranóia falando alto mais uma vez.

  Na saída todos fomos andando juntos até os apartamentos, era complicado  para Ash esconder algo dos meninos por isso conversar á toa estava especialmente difícil mas felizmente chegamos até minha casa sem deixar nada escapar. Nos despedimos do Larry no elevador com ele insistindo para mais tarde írmos todos até sua casa, o que eu não sabia se seria possível mas concordei mesmo assim.
Quando chegou a vez de Sal ele tinha um olhar estranho, eu sabia que estava incomodado com algo, assim como no almoço, mas se não queria dizer nada não sou eu que irei obrigá-lo

Tirei a chave da mochila e destranquei a porta e logo em seguida dei passagem para Ash

- Seus pais não estão em casa? - Ela pergunta enquanto tira a mochila das costas e a coloca no sofá

- Eles trabalham a essa hora, então  teremos tempo - Tranquei a porta e joguei as chaves na mesa da cozinha

- Então.. o que queria me contar? - Não sei se ela acreditará em mim mas precisava tentar.

- Já venho - Fui até meu quarto com o objetivo de pegar o livro que estava em baixo da cama. Quando voltei á sala Ash estava sentada no sofá encarando a Tv desligada

- O que é isso? - Ela volta sua atenção para mim

- Olha, eu sei que parece loucura mas... tem algo diferente em mim, e não sei bem o que é - coloquei o livro do meu lado, pretendia falar tudo antes de mostrá-lo

- Tá tudo bem? Você ta me deixando preocupada Lily - seu olhar de curiosidade se transformou em um olhar de medo

- Am.. É - Não sabia como dizer aquilo, então achei que a melhor opção seria mostrar, fui até a cozinha e peguei um copo que sabia que não era importante e voltei a me sentar. O coloquei na palma da minha mão e... eu não sei o que esperava que iria acontecer, não sei o que fazer, não sei nem se realmente tenho poderes, tudo pode ser fruto da minha cabeçinha esquizofrênica que de tanto tempo sem medicação voltou a alucinar

- ...Sinta... - As vozes ou melhor, a voz, voltou a sussurrar em minha mente mas estava diferente. No início quando comecei a ouvi-las eu sentia pânico e medo, elas diziam coisas horríveis para me enlouquecer, e chegou em um ponto que finalmente consiguiram e tive minha primeira crise. Com o passar do tempo e com a ajuda dos remédios, em vez de teme-las comecei a odia-las por não me deixarem viver uma vida clichê de adolescente e depois de muito tempo consegui silencia-las, mas agora ela ou elas voltaram e por que agir totalmente diferente de antes?

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Eaee!

Espero que vocês não me odeiem por demorar a atualizar a fic =)

Eu estava me sentindo desanimada com ela e até pensei em parar, mas finalmente a inspiração veio ( uhuu), ent continuarei firme e forte

( n esquece a estrelinha, obg dnd)

♡♡♡

• My Demons •  ( Sally Face)Onde histórias criam vida. Descubra agora