Capítulo IV parte 1: Sonho ou Pesadelo?

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A porta da mansão Calastana se abre devagar e quase sem nenhum ruído. Enrique entra com cautela, andando na ponta dos pés seguido por Fernando.

Já passa da 1 da manhã.

Os irmãos haviam acertado com o pai de que depois da "conversa" do matadouro, voltariam à tempo do jantar, porém Enrique resolveu passar na boate Éden para dar um "oi" à Rimena, sua dançarina favorita.

Acabou que eles ficaram para alguns drinks e perderam a noção do tempo. Agora, deveriam fazer o impossível para que sua chegada não fosse notada, caso contrário, bêbados ou não, teriam de se explicar para Dom Rodrigo. E principalmente Enrique, pois o pai não ia ficar nada feliz se soubesse que a moça foi o motivo do atraso.

Enrique vem mantendo uma espécie de "caso" com Rimena. Caso esse que não é visto com bons olhos por Dom Rodrigo que apesar de ser um tanto liberal, não aprova o envolvimento do filho com a jovem, devido a sua profissão, pois toda a cidade sabe que as dançarinas do Éden fazem muito mais coisas além de dançar.

− O pai tá puto, certeza. – Fernando sussurra para o irmão.

− Mas confessa, vai. – Enrique o cutuca. – Valeu a pena não?!

Os dois se olham e riem. Fazia tempo que não tinham uma noitada. Desde que Fernando havia ido para o Texas, Enrique limitou bastante suas diversões, já que seu parceiro de gandaia não estava perto para endossar seus esquemas.

O filho do meio sabia que não podia contar com Santiago para se divertir. O primogênito de Dom Rodrigo levava à sério o papel de irmão mais velho, e fazia questão de ser tão chato quanto o referido posto exigia.

Ao longo da vida, isso foi um dos motivos de Enrique ser mais próximo de Fernando do que de Santiago. Mesmo tendo um laço sanguíneo mais forte com o mais velho, Enrique sempre se sentiu mais acolhido por Fernando, mesmo que não fossem filhos do mesmo ventre.

− Na próxima, a gente leva o Santiago. Ele anda muito tenso, precisa de umas doses de tequila, e uma chica guapa pra relaxar. – Enrique faz graça.

− Você sabe que ele só tem olhos pra Violet.

Fernando olha para os lados, certificando−se que não haja ninguém para pegá−los no flagra.

− Ela só tem cara de santinha, mas curou ele direitinho hein?! – Enrique ergue as sobrancelhas.

− Sabe o que dizem das quietinhas... – o mais novo responde.

Eles continuam andando devagar. O destino é a escada principal. De lá, cada um seguiria a direção de seu quarto enquanto pensam numa desculpa boa o suficiente para enrolar el príncipe.

− Boa noite, senhores!

Uma voz grave e ríspida corta o silêncio do ambiente, fazendo os irmãos Calastana tomarem um grande susto.

A luz de um abajur é acesa, e mostra a origem do som: Dom Rodrigo, de pijama e com uma cara enfezada.

Fernando tinha razão sobre o pai. Ele estava puto.

− Posso saber onde os perritos estavam?! – Dom Rodrigo põe as mãos nos bolsos e vem andando devagar em direção aos filhos.

− Nós fomos... – Enrique começa o que parece ser uma desculpa muito da esfarrapada.

− Enrique... – o pai o interrompe. – Se você for abrir a boca para insultar a minha inteligência, é melhor que a mantenha fechada. –ele olha sério para o filho do meio.

CARTEL - Jogo de poderOnde histórias criam vida. Descubra agora