Cápitulo V - Parte 1: Sangue.

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Júlia POV

Está quente, muito quente. Minha pele está em chamas, como se estivesse com febre.
Mas não sinto tremedeira ou dor no corpo, nem nada. É apenas um calor enorme e um formigamento.
Eu não faço a menor ideia do que está acontecendo. Ajudaria mais se eu pudesse ver alguma coisa. Mas está tudo um breu!
Foda-se! Eu não posso ficar plantada aqui feito uma cenoura. Eu preciso sair dessa. Vou tateando e pisando com cuidado, tentando achar alguma porta, janela ou qualquer coisa que me ajude a sair desse lugar.
De repente, sinto a ponta das minhas unhas esbarrar em algo que parece ser um interruptor.
Não é bem o que eu esperava, mas serve pelo menos pra saber onde caralho eu estou.
Eu não lembro de ter bebido na noite passada. Eu não meto o louco quando estou na cidade ou com a Melissa, e mesmo se eu quisesse, ela não me deixaria fazer. Ela morre de medo que eu faça alguma coisa pesada e chegue aos ouvidos do meu pai.
Ela tem medo do que ele pode fazer comigo.
Eu me faço de maluca e valente, que não tem medo de nada.  E realmente eu não tenho, na maior parte do tempo.
Mas confesso que não tenho nenhuma vontade de ver o lado cruel de Don Ramón Gutiérrez.
Finalmente, depois de algumas tentativas, o interruptor que estava travado finalmente cede à pressão dos meus dedos, e as luzes se acendem.
Finalmente consigo ver.
É uma espécie de cômodo de algum casebre velho, caindo aos pedaços. Totalmente diferente do meu quarto na mansão Gutiérrez.
Corro o olhar por todo o lugar até que me deparo com algo terrível:
Há um homem caído no chão do lugar, completamente ensanguentado.
Ao ver a cena, minhas pernas fraquejam e eu me encosto na parede para não cair.
O QUE É ISSO?!
Não consigo tirar os olhos dele. É um homem. Ele está caído de bruços no chão sob uma enorme poça de sangue.
Ele tem cabelos negros e algumas tatuagens no braço. Não parece estar respirando. Eu me aproximo devagar.
Alguma coisa me faz querer chegar perto dele.
Já bem próxima, quase encostando na poça de sangue, percebo que ele de fato não se mexe. Suas costas largas não fazem nenhum movimento de respiração.
“O que aconteceu com você?!” – penso.
Não consigo ver quem é. Sua cabeça está virada pra mim, mas seu cabelo está jogado por todo o seu rosto.
Aproximo minha mão lentamente para afastar suas madeixas, quando de repente sinto meu pulso ser agarrado com força. Um pânico toma conta de mim na hora.
Ele está vivo e começa a respirar novamente. Tento me soltar de sua mão ensanguentada, mas quanto mais me mexo e sinto o sangue lambuzar a minha pele, mas nervosa eu fico.
− Por que?
Seu sussurro fraco me faz parar.
− Por que você fez isso comigo?
− Eu não fiz nada! – respondo com a voz embargada pela vontade de chorar. – Nem sei quem você é!
Ele então começa a apertar meu pulso com força, muita força. Antes eu queria chorar de medo, agora quero chorar de dor.
− Me solta, por favor. – minha visão fica embaçada pelas lágrimas.
− Você não vai a lugar algum. – consigo ver um sorriso por baixo dos fios escuros. – Eu sou o seu destino, e você o meu.
Antes que possa fazer algo, ele começa a me puxar pra junto dele, fazendo eu me sujar inteira de sangue.
− NÃO!!!!!


CARTEL - Jogo de poderOnde histórias criam vida. Descubra agora