Boas novas

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Eliza voltou para a sala carregando uma bandeja com cervejas. Ela entregou uma para cada nora e as filhas, e quando se sentou ao lado do marido, entregou a dele também. Kara e Alex trocaram um olhar assustado. A última conversa séria que tiveram com os pais em que álcool esteve envolvido foi quando o vovô Danvers morreu. Há mais de 10 anos. Jeremiah tomou um gole da bebida e olhou para as quatro mulheres que o encaravam de volta.

A princípio o casal havia pedido que apenas Alex e Kara fossem até o antigo apartamento da filha mais nova para a conversa. Porém, concordaram que Maggie e Lena faziam parte da família e não teria motivos para deixá-las de fora. Assim, doze horas depois da convocação, as quatro mulheres estavam com os olhos e ouvidos atentos para os dois. Lena, Kara e Maggie no sofá e Alex na sua cadeira, próxima da namorada.

"Então, sua mãe e eu conversamos muito. Muito mesmo." Jeremiah respirou fundo, "e nós tomamos algumas decisões que vão afetar a família inteira. Por isso, essa reunião." Tomou um gole da bebida e olhou para as meninas. "Como vocês já sabem, o teste do DNA deu positivo. Como sua mãe disse uma vez, esse era o momento para o Mike ser um canalha, mas ele não é." Sorriu fraco. "Pelo contrário, ele ficou muito feliz com a notícia. E...e ele quer assumir a Alicia."

Kara fez menção de falar, mas Eliza a impediu com um gesto.

"Foi...é difícil ainda pra gente, muito difícil, mas nós entendemos o Mike. Ele não sabia até então que havia a possibilidade de ter uma filha por aí. E é justo que ele participe da vida dela. Ele é um bom homem, não tem porque nós negarmos isso à ele e a Alicia." Eliza respirou fundo. "Ficou acordado que ele pode registrar a Alicia como sua filha e assumir os ônus e os bônus legais da paternidade. Além disso, a rotina dela não vai se alterar por completo por agora."

"O Mike concordou em guarda compartilhada com a gente. Sem precisar de juiz ou nada disso. Até a Alicia se acostumar com ele, com essa nova realidade, ele vai vir visitá-la. Levar pra passear, construir uma convivência. Depois, nós vamos dividir. Ela fica com ele uns dias, depois com a gente, até que conseguimos fazer uma semana pra cada."

"Vocês vão sair de Midvale?" Alex perguntou cruzando os braços.

"Sim. Se a sua irmã não se importar em alugar o apartamento pra gente, vamos ficar por um tempo aqui, até vender a casa lá e comprar uma nova na cidade. A Alicia vai trocar de escola também, e a vida continua." Jeremiah sorriu e olhou para a esposa.

"Isso não é justo. Vocês...a casa foi da nossa infância e finalmente vocês estavam descansando." Alex insistiu e olhou para Kara.

"É a Leia." A fotógrafa sorriu e olhou para os pais. "Eu só acho que vocês não devem vender a casa de Midvale. É a nossa casa. Tá cheia de memórias da nossa família. Além do mais, um dia a Alicia vai pra universidade e vocês vão poder voltar pra lá."

"Meu amor, acredite que nós gostaríamos disso, mas não tem como." Eliza disse com um sorriso gentil. "Não tem possibilidade de eu morar com o seu pai em uma apartamento desse tamanho, sem nenhuma parede, sem nada pra me separar dele. Eu preciso que ele faça alguma coisa na rua. E tem o Bruce também que precisa de espaço pra correr. E toda criança merece uma casa com um bom terreno pra ela crescer."

"Nós não temos como manter duas casas minha filha."

"Eu sei. Mas é óbvio que eu não vou cobrar nada de vocês pra morar aqui. Não sejam bobos. E, eu tenho economias guardadas, podemos juntar e comprar uma casa pra vocês aqui. E posso ajudar a manter a casa em Midvale."

"A Kara tem razão. Não vamos vender aquela casa. É a nossa casa." Alex sorriu. "Eu tenho alguma coisa guardada também, ajudamos vocês com a casa nova aqui."

Vamos tentar mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora