Vamos tentar mais uma vez

Fim

Dia após dia, a vida seguiu. Mudanças vieram e não foram poucas. Alicia passou a entender mais a nova dinâmica em que estava inserida. A mudança dos avós para Nova York e a presença paterna diariamente, fizeram com que a pequena compreendesse melhor o que acontecia ao seu redor. Teve o seu momento de revolta no meio disso tudo, afinal Mike era o amigo legal da tia da Kara que virou o pai. Mas a revolta foi embora. Principalmente porque ela viu nos avós, no pai e na madrasta uma boa convivência. Melhor que isso, uma verdadeira família.

Mesmo temendo perder a neta, Eliza e Jeremiah superaram seus temores, fortaleceram a sua relação como casal e em completa sintonia mostraram para todos do que o amor e a gentileza são capazes. Eles abriram a sua casa, a sua vida e os seus corações para Mike e Donna, que juntos assumiram as responsabilidades de serem presentes na criação de Alicia. Mesmo que o papel de Donna ainda fosse mais o de namorada do pai do que de mãe propriamente dito, a mulher estava lá. Criando laços e construindo uma família.

Agora, Alicia tinha duas casas que ela amava. Tinha dois quartos, brinquedos espalhados para todos os lados, novos amigos e um novo cachorro. Um amigo para o Bruce, como ela apresentava o filhote. Jeremiah saiu da aposentadoria para ajudar Alex com a academia, enquanto a filha ainda se recuperava e Eliza passou a dar aulas de reforço para as crianças na mesma escola em que Alicia estudava. E assim, eles seguiam a vida.

Alex estava se recuperando. Era difícil dizer se a recuperação era do término ou do tiro levado. Depois que Maggie contou para Kara, não demorou muito para o casal assumir que não eram mais um casal. Ironicamente ou não, quem mais se surpreendeu além de Kara, foi a pequena Alicia. Maggie ainda morava em Nova York e ocasionalmente falava com Alex. Porém, seu ponto de referência era sempre Kara, a melhor amiga com quem não perdeu contato em nenhum momento. Já a mestre em artes marciais usava todo o seu tempo para focar em seu negócio e em andar novamente.

Como uma visão do futuro, Alex realmente passou a andar de muletas. E como Lena havia dito, ela quase acertou a cabeça de um médico com as mesmas. Em sua defesa, foi um acidente. Agora, ela usava apenas uma bengala. As pernas ainda não tinham força suficiente, cambaleavam vez ou outra e longas caminhadas ou muito tempo em pé, estavam fora de questão. Mesmo com as dificuldades, ela voltou a dar aulas. E quando Kara estava livre, a pobre coitada era usada como a 'professora de corpo' para ajudar os alunos. Alex estava melhorando, do coração e das pernas, e assim seguia a vida.

Paternidade e união vieram praticamente juntos para Mike. Depois de todo o choque e o percurso para se tornar um pai de verdade para Alicia, o homem pediu Donna em casamento. Era o desejado e esperado por ambos. Trabalhavam juntos. Apoiaram um ao outro em todos os momentos e trajetos da vida profissional e pessoal. Se respeitavam e se amavam. E já tinham uma filha. Mesmo Donna ainda tendo seus medos em relação a Alicia, uma parte dela sabia que a menina a olhava como mãe e ela retribuia o carinho. E juntos, eles seguiam a vida.

A mesma vida seguida por Kara e Lena. Enquanto a estilista seguiu fazendo sucesso no mundo da moda, sendo um dos nomes mais requisitados e mostrando que é possível criar moda para mulheres reais, a fotógrafa foi crescendo no mesmo universo. Era o seu nome que esteve nas principais capas das revistas do país. E nos projetos mais divertidos que Lena criou em suas coleções. A inauguração do estúdio ao lado de Mike e Donna foi um dos pontos altos da sua carreira e a oportunidade de ajudar novos talentos da fotografia valia todo o esforço dedicado ao local.

Se o profissional ia de vento em pompa, a vida pessoal não poderia ser melhor. Preparavam o seu casamento com toda a calma do universo. Cuidando e decidindo juntas todos os detalhes. E sem brigar. Sabiam a hora de ceder e no fim, elas só queriam que a outra estivesse feliz e assim era fácil escolher a cor do guardanapo ou qual a flor da decoração.