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Ao acordar naquela manhã, Lena teve a sensação de que algo importante iria acontecer. Depois do seu reencontro com o grande amor dos tempos de faculdade, uma sessão de fotos que foi uma viagem ao passado, um ótimo almoço e a promessa de um encontro na noite seguinte, o 'importante' do seu dia já havia acontecido. Era o que ela achava e não poderia estar mais errada. Havia tempo para mais uma surpresa, dessa vez, uma que não a deixou empolgada.

"Mãe. Além de aparecer sem avisar, também escuta atrás da porta?" Lena voltou a olhar para os seus croquis. De repente eles ficaram muito mais interessantes que qualquer outra coisa.

"A porta estava aberta e ter o mesmo sobrenome que a dona do negócio faz com que seus funcionários me deixem entrar sem ser barrada, mas posso pedir pra alguém me anunciar se faz questão." Lilian se aproximou e sorriu para Sam. Cumprimentou a mulher com dois beijos no rosto e esperou que ela pedisse licença e se retirasse antes de sentar na cadeira em frente da filha. "Tratamento de silêncio novamente?"

"Estou trabalhando." Lena respondeu seca.

"Estava conversando com a Sam quando cheguei. Sobre Kara Danvers." Lilian sorriu. "Faz tempo que não ouço esse nome. Vocês estão se vendo novamente?"

"Isso não é da sua conta." Lena ergueu a cabeça e encarou a mãe. "O que você quer?"

"Você parou de atender meus telefonemas, ignora minhas mensagens e e-mails, tive que vir pessoalmente pra te ver."

"Já me viu. Estou viva, estou bem e comendo de forma saudável. Mais alguma coisa?"

"Por quanto você vai continuar brava comigo? Se me lembro bem, quando você me contou que era lésbica, usou como explicação que amor é amor, simples assim." Lilian respirou fundo. "Amor só é amor quando é com você?"

"Ele é o meu melhor amigo. ERA. Você tá dormindo com ele! Como esperava que eu reagisse? Com sorriso e abraços porque a minha MÃE está transando com o meu melhor amigo!"

Lena ficou em pé e começou a andar pela sala. "Milhões de homens no mundo e justamente você descobre que está apaixonada pelo melhor amigo. O cara tem a minha idade, você viu ele crescer. É como se eu namorasse uma das suas amigas, como é que você iria se sentir?"

"Eu entendo que você se sinta assim, mas não entendo porque nem se esforça em tentar aceitar. Você disse coisas horríveis para o Jack. Brigou comigo. Expulsou nós dois da sua vida." Lilian ficou em pé e encarou a filha. "Se você estivesse apaixonada por uma das minhas amigas, minha reação talvez fosse a mesma. Mas, eventualmente eu me lembraria que você é minha filha e que o amor que eu sinto por você é maior que o meu preconceito."

Lilian colocou sua bolsa nos ombros e saiu da sala sem dizer mais nada.

"Mãe..." Lena tentou chamar, mas era tarde demais. "Droga." Um grito ficou preso em sua garganta. Ela respirou fundo algumas vezes e voltou para desligar as suas coisas, não tinha mais cabeça para trabalhar. Encontrou com Sam na saída e ouviu a segunda bronca do dia, já que a amiga ficou do lado da sua mãe.

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"E essa aqui?" Kara colocou uma calça jeans preta justa, uma regata azul e uma camisa branca de botão aberta por cima. Ela parou no meio da sala e perguntou pela décima vez naquela noite para Alex e Maggie o que elas achavam.

Depois da conversa com Maggie, foi bem mais fácil falar com Alex, deixando a mais velha a par de tudo o que estava acontecendo. O dia do jantar passou rápido e a fotógrafa chegou a sair um pouco mais cedo apenas para poder se arrumar com calma.

"Essa calça tá mais justa que Jesus." Maggie debochou.

"Por que você não usa um vestido? É melhor em um encontro." Alex sugeriu com um sorriso para a caçula.

Vamos tentar mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora