ballet teacher ⎯ Jonah Marais

02

Jonah Marais.

Kitty e eu já havíamos chegado na escola de balé, mas ela não queria entrar na sala de jeito nenhum. Já estávamos na porta e ela está agarrada na minha perna e não solta por nada.

― Filha, sua aula começa em praticamente 5 minutos. ― Digo tentando tirar seus bracinhos da minha perna. ― Vamos Katherine, você tem que entrar.

― Tô com medo. ― Ela diz com voz de choro. ― Medo, papai.

― Eu já conversei com você, não precisa ter medo. ― Falo e me abaixo ficando na sua altura. ― Sua professora deve ser uma pessoa muito boa, anjinho.

― E se ela não for? ― Fala e eu limpo as lágrimas que caíram em seu rosto.

― Eu tenho certeza que ela é. ― Beijo sua bochecha. ― Papai não gosta de ver a Kitty chorando.

― Algum problema aqui? ― Ouço uma voz angelical, mas continuo encarando minha filha. ― Por que está chorando, princesa?

― Ela está com... ― Paro de falar no mesmo instante que encaro o rosto da mulher ao nosso lado.

Paraliso ao ver quem era dona daquela linda voz. Sophie?

― Jonah? ― Ela parece tão surpresa quanto eu.

― Sophie? ― Digo me levantando.

Eu não acredito que minha paixão do colégio está parada na minha frente. Puta merda, isso é pegadinha não é? Cadê as câmeras? Meu deus...

― Wow, não nos vemos desde o último ano do ensino médio, já faz alguns bons anos. ― Ela fala e eu concordo com a cabeça. ― Como vai?

― Estou bem. ― Respondo tentando parecer o mais calmo possível e ela concorda sorrindo. ― E você?

― Estou bem também. ― Ela responde com um sorriso nos lábios.

― Papai. ― Kitty puxa minha mão e eu a olho logo em seguida. ― Você conhece ela?

― Ela foi minha amiga quando o papai estudava. ―  Ela foi quase namorada também. ― Sophie é uma boa pessoa, não tem porquê ter medo agora, meu amor.

— Não sabia que tinha uma filha. ― Ela fala ainda mais surpresa e se abaixa ao lado de Kitty.

— É, eu tenho. — Respondo. — Uma longa história.

― Oi, anjinho. — A mulher encara minha filha. — Eu sou a Sophie, vou ser sua professora. Parece que você está com medo, mas não precisa se sentir assim, ok? Estou aqui para ensinar você e as outras meninas e eu garanto que sou uma pessoa legal. Como é seu nome?

― Katherine, mas eu gosto que me chamem de Kitty porque foi o apelido que o meu tio Jack me deu. — A menina responde tímida.

― Seu nome é lindo, Kitty. ― Sophie dá um sorriso para ela. ― Agora que nos apresentamos, você vem comigo? Temos aula agora, seu pai te busca no final da tarde.

― Tchau papai. ― A garotinha me olha e eu me abaixo. Ela dá um beijinho na minha bochecha e eu sorrio. ― Te amo muito.

― Também te amo, meu amor. ― Beijo sua testa. ― E foi um prazer em te rever, Sophie. ― Encaro a mulher com um sorriso nos lábios. ― Nos vemos por aí.