ballet teacher ⎯ Jonah Marais

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Sophie Laurent.

Passo a mão pelo meus cabelos e solto um gemido de dor ao encostar meus dedos no machucado em minha cabeça que o homem em minha frente fez questão de fazer, o mesmo que sequestrou eu e Kitty. Olho para o lado e vejo a garotinha dormindo, ela adormeceu depois que o homem deu à ela um suco, provavelmente com sedativo dentro. Não faço ideia de onde estamos, quando acordei ontem já estávamos amarradas e jogadas nessa sala completamente imunda. Eu estava há quase um dia olhando para a cara da mesma pessoa, ele não saiu do nosso lado por um segundo a não ser para atender algumas ligações. Eu só queria entender o motivo de isso tudo, por que nos sequestraram? Um passeio numa tarde de sábado virou uma catástrofe.

Vejo o homem atender mais uma ligação e em seguida ir até a porta da sala onde estávamos e a abrindo. Uma mulher aparece ali e eu fico chocada ao ver quem era: Scarlett. Minha boca se abre, mas eu não conseguia soltar uma palavra se quer. Scarlett é a mandante do sequestro, como ela teve coragem de sequestrar a própria filha? Essa mulher é doente.

― Pode sair, Sabastian. ― Ela fala e em seguida me encara. ― Somos só eu e elas agora. 

Ela vem até mim com um sorriso de canto. Estava diferente fisicamente: seus cabelos continuavam loiros igualmente aos de Kitty, acho que essa foi a unica característica que a menina herdou dessa mulher, mas ela também estava mais alta e magra. 

— Estou feliz de ver minha filha pela primeira vez. ― Ela sorri cínica. ― Laurent, prazer em te rever também.

― Você é doente... ― Falo ainda desacreditada. ― Como teve coragem de fazer isso? Por que sequestrou nós duas?

― Era só para dar um susto no Jonah. ― Ela senta na cadeira que estava ao nosso lado e cruza as pernas. ― E agora seu namoradinho está desesperado, legal né?

— Você trai o Jonah, abandona os dois e agora volta para infernizar a vida deles? Você é louca!

— Jonah estava me deixando triste nos últimos meses, achei que era minha vez de retribuir. — A mulher dá de ombros. — E a melhor maneira era tocar no ponto fraco dele: Katherine.

— Katherine é só uma criança, solta ela. — Peço e ela não dá importância. — Me deixa aqui, faz o que quiser comigo, mas devolve ela pro Jonah.

— Não estava nos planos sequestrar você. — Ela me encara. — Mas já que você não desgrudava da minha filha, por que não sequestrar as duas? O sofrimento do Jonah vem em dobro.

— Katherine não é sua filha.

— Ela é.

— Não Scarlett, ela não é. Você desejou a morte dela no parto ou você se esqueceu?

― Jonah já te contou toda a história, Sophie? ― Pergunta e solta uma risada.  ― Ele é patético.

― Você não tem direito algum de falar assim do Jonah, se você soubesse o quanto ele sofreu por sua causa...

— Vamos falar de você, Laurent. Você conseguiu o que queria, não é? Mesmo depois de eu ter feito de tudo naquela festa para separar vocês dois, você e o Jonah voltaram.

— O que você fez naquela festa?

— Eu droguei o Jonah aquela vez. — Fala simples e eu a olho assustada. — Eu sabia que ele não ficaria comigo, então essa foi a única maneira que encontrei para separar vocês dois. E deu certo, você acreditou que ele ficou comigo por livre e espontânea vontade, eu nunca me senti tão vitoriosa em toda a minha vida.