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Jonah Marais.

Logo depois que saí da delegacia com meus amigos, fomos ao banco pegar a quantia de dinheiro necessária que o desconhecido tanto queria. Paro o carro por conta do semáforo e pego meu celular em seguida, mandando mensagens para o número que me atormentava há horas. Eu já estava com o 1 milhão de dólares em mãos seguindo para o local mandado.

you: eu estou com o dinheiro em mãos
estou com o 1 bilhão

unknown: bom menino

you: eu quero as duas
e vivas

unknown: então me encontre naquele local

you: já estou a caminho e sozinho como você quer

unknown: muito bem

Em poucos minutos, chego no tal local e "sozinho". Na verdade, havia vários policiais escondidos pelo local. O lugar era tipo uma locadora antiga e abandonada. Assim que desço do carro com a maleta de dinheiro em mãos, um homem alto e forte estava na porta me esperando. Me aproximo e ele coloca a mão em meu ombro, me guiando até determinado local e me fez sentar em uma cadeira. Ouço passos se aproximando, mas não eram passos de homem como pensei, eram barulhos de salto alto, era uma mulher. Aperto a maleta em meus braços e suspiro de cabeça abaixada, eu espero ter as duas de volta.

― Ora, ora, ora... ― A mulher deu uma pausa e voltou a falar. ― Não é mesmo que meu amor trouxe o dinheiro?

Rapidamente levanto a cabeça ao reconhecer aquela voz e aquela mulher, eu não pude acreditar que era ela. Sinto meu estômago embrulhar e uma enorme vontade de vomitar ao perceber que Scarlett era a mandante do sequestro, como ela teve coragem? Minha atenção é dada a Sophie que vinha atrás com Kitty dormindo em seu colo e timha um semblante desesperado. Eu prometo que vou tirar vocês daí.

― Eu não consigo acreditar no que eu estou vendo... ― Nego com a cabeça e a olho com nojo. ― Eu estou com tanto nojo de você, meu deus. Seu dinheiro está aqui e agora eu quero a minha filha e a Sophie.

O mesmo cara que me esperava, puxou a maleta da minha mão e se afastou a abrindo.

― Antes de entregar as suas preciosidades, quero conferir se o dinheiro está todo aí. ― Ela aponta com a cabeça para a maleta.

― Como teve coragem de sequestrar a Kitty e Sophie? Elas nunca te fizeram nada. ― Falo ainda desacreditado. ― Você tá fazendo isso porque eu não te quis mais? Por que eu nunca te amei? Deve ter sido porque você vacilou comigo e olha onde você chegou.

― Cala a sua boca, Jonah! ― Ela diz de maneira grosseira.

— Eu tenho tanto nojo da pessoa que você se tornou. — Volto a falar. — A melhor coisa que fiz na minha vida foi deixar a Katherine bem longe de você. Seria uma vergonha ter você como mãe.

— Eu mandei você calar a sua boca. — Ela fala tirando uma arma da jaqueta e apontando para Sophie e minha filha. — Ou você quer ver as duas mortas?

— Você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer se você encostar num fio de cabelo delas. — A encaro. — Eu te mato.

— Quem está no comando sou eu, Marais. Cale a boca.

Alguns minutos se passam e o homem finalmente termina de conferir o dinheiro. Eu estava agoniado demais para tirar as duas dali.

― Está tudo aqui. ― Ele fala e Scarlett sorri largamente e em seguida me olhando.

— Muito obrigada Jonah, esse dinheiro vai me ajudar a fugir do país.

― Você tem a porra do dinheiro, agora eu quero as duas. ― Ia falando, mas sou interrompido dessa vez pela polícia.

― Soltem as duas, vocês estão presos! ― Um dos policiais fala e vejo a mulher arregalar os olhos.

— Seu filho da puta... — Ouço Scarlett falar.

Sophie vem correndo com Kitty até mim e eu me levanto abraçando as duas.

― Fiquei com tanto medo de perder vocês. ― Dou um beijo na cabeça de cada uma. ― Você está bem?

― Estou melhor agora amor, mas um pouco assustada. ― Ela me abraça forte novamente. ― Quero ir pra casa, só isso.

― Nós vamos, mas antes eu preciso falar umas verdades na cara da Scarlett. ― Digo e ela assente. ― Vai com a Kitty lá pra fora, não quero que ouçam nada, por favor.

Olho para Scarlett e posso ver a fúria em seus olhos enquanto ela soltava vários xingamentos em minha direção.

― Eu quero falar com ela. ― Digo para o policial que estava algemando Scarlett. ― Eu prometo que vai ser rápido.

Eu nunca senti tanta vontade de matar alguém como estou sentindo agora.

― Você tem noção do que fez? Sequestrou a minha filha, você tem merda na cabeça? ― Digo furioso. ― Fez tudo isso pra que? Você vai pra cadeia, Scarlett e eu espero que não saia de lá por um bom tempo. Você nunca mais vai tocar um dedo na minha filha, ouviu?

― Ela não é só sua filha!

― Você ainda tem coragem de dizer isso? Katherine é sim só a minha filha. Você nunca foi merecedora de ser chamada de mãe e nunca vai ser. Por acaso foi você, Scarlett, que ficou a noite toda acordada, cuidando da filha que chorava de cólica quando bebê? Foi você que teve que se virar praticamente sozinha em trabalhar e cuidar da filha ao mesmo tempo? Foi você que largou tudo numa turnê e voltou pra ver a filha que estava no hospital? Não foi!

― Não precisa jogar na minha cara, caralho!

― Precisa sim! Você nunca vai saber o que é ver a filha perguntando diariamente como é a mãe dela. Eu nunca vou te perdoar pelo o que você fez a minha filha passar. Agora, como eu vou dizer pra ela quando for mais velha que a mãe dela a sequestrou? Eu te odeio, Scarlett. Eu espero que você apodreça na cadeia.

Ela não diz nenhuma palavra. Antes que fosse levada para o carro de polícia, eu dou mais uma encarada nela.

― Se você chegar perto da minha filha mais uma vez, eu juro que te mato.

Vou para fora da locadora e vejo que Kitty tinha acordado.

― Papai! ― Ela fala assim que me vê e eu a pego no colo. ― Eu estava com tanto medo.

― Está tudo bem agora, meu amor. ― Dou um beijo em sua bochecha. ― Fiquei com tanto medo de nunca mais te ver. ― Sinto meus olhos lacrimejarem. ― Eu prometo que ninguém nunca mais vai te fazer nenhum mal, ok? Eu te amo Kitty, daria minha vida por você.

― Não chora, papai. Agora eu estou aqui com você. ― Ela passa as mãozinhas pela minha bochecha e eu sorrio. ― Eu também te amo muito.

― Estamos seguras agora. ― Sophie nos abraça. ― Eu amo vocês, muito mesmo.

― A gente também te ama muito. ― Dou um beijo em sua cabeça. ― Vamos sair daqui, vai ser melhor.

Eu prometo que nunca mais ninguém vai encostar um dedo em vocês.

ballet teacher ⎯ Jonah Marais Onde histórias criam vida. Descubra agora