pov gizelly
eu estava tão perdida nos meus próprios pensamentos que nem sequer notei que o avião tinha pousado. peguei minha mala no compartimento de bagagem e finalmente desci. de repente, senti meu coração falhar, minhas mãos suarem e minha respiração perder o compasso. ela estava lá. ela estava me esperando no aeroporto com um sorriso lindo e um embrulho nas mãos. respirei fundo e fui andando em sua direção, já sentindo frio na barriga pela expectativa do que aconteceria a partir de hoje. eu estava com medo, tanto medo... e parece que ela sabia, porque me abraçou muito forte quando me aproximei.
- que saudade meu amor. – ela disse dando vários beijinhos em meu rosto.
- eu também senti sua falta. não sei como consegui dormir tanto tempo sem você, marcela. - respondi a apertando mais contra o meu corpo.
- tenho algo pra você. - desfez o abraço e me entregou o embrulho colorido que tinha em mãos.
eu tentava desmanchar o laço mas minhas mãos ainda estavam úmidas devido ao nervosismo. sequei elas na blusa e tentei novamente, enquanto ela me observava com atenção. assim que consegui abrir, fiquei incrédula com o que vi. ela me deu um dos cristais dela, junto com fotos nossas.
- gostou? – ela perguntou, sem deixar de sorrir.
- marcela, eu amei. – falei ainda encantada com a pedra preciosa rosa que tinha nas mãos. - mas eu não entendo... uma vez você me disse que não podemos dar cristais nossos pra outras pessoas. por que você tá me dando um cristal seu? – indaguei curiosa.
- o que é meu, é seu, gigi. - disse me olhando com carinho.
na mesma hora senti meus olhos marejarem e meu coração errar as batidas. era impressionante como ela conseguia me fazer ama-la mais e mais a cada dia.
- eu amo você. – a puxei pra outro abraço, sentindo seu perfume doce invadir minhas narinas mais uma vez.
- eu também te amo, muito muito. agora vamos pra casa. nossa casa.
login me puxou pela mão, me guiando até o motorista que nos esperava no carro.
passamos o caminho todo conversando sobre muitas coisas, eu como sempre mais falante contei todas as fofocas possíveis pra ela. até que chegamos em um assunto que eu não queria.- conheci uma pessoa semana passada. - soltou ela.
- que pessoa? porque não me contou? - perguntei com os olhos semicerrados.
é, realmente não sei disfarçar meu ciúme.
- gizelly? – ela arqueou a sobrancelha rindo. - não te contei nada porque foram só uns beijos, não pensei que ele acharia meu telefone e me convidaria pra sair hoje.
sim, eu devo ter feito quadradinho de oito na cruz pra merecer tanto sofrimento. respirei fundo.
– pensei que hoje você fosse passar a noite com a sua amiga que acabou de chegar do espírito santo. – retruquei.
ela girou as orbes cor de mel e pegou na minha mão.
– para de ciúme, titchela. não vou sair com ele.
respirei aliviada e apertei seus dedos.
– bom, pelo menos não hoje. – ela completou.
é, eu estava ferrada. depois disso passei o resto do caminho calada, apenas olhando as coisas pela janela. era tudo tão diferente... vou sentir saudade da minha cidade. lá no espírito santo não tem tantos prédios, luzes e carros assim. mas também não tem ela, pensei. acabei dormindo e fui acordada pela marcela me cutucando.
– chegamos – disse abrindo a porta do carro pra mim.
entramos no prédio e pegamos o elevador, rapidamente chegando onde seria minha nova casa. assim que ela abriu a porta arregalei os olhos. eu nunca vi um apartamento tão de rico quanto esse!
– meu deus, é lindo. – disparei olhando para todos os cantos daquele lugar, ainda com a boca aberta.
— vem, deixa eu te mostrar seu quarto. – falou me puxando até pararmos de frente para uma porta lilás. – preparada? - perguntou
— acho que sim.
então ela abriu e eu mais uma vez fiquei de boca aberta. ela mandou fazer um quarto pra mim! ele era preto e branco e tinha um quadro de furacão pendurado na parede. pela terceira vez só nesse dia, senti as batidas do meu coração falharem de amores por ela.
— marcela... é perfeito, eu nem sei o que dizer. – a olhei com carinho.
— fico feliz que gostou, fiz com amor. mesmo sabendo que você provavelmente vai fugir pra minha cama todas as noites. – riu. – agora descansa um pouquinho gi, a viagem deve ter sido cansativa.
— eu vou, faz uns dois dias que não durmo porque estava ansiosa. – confessei.
— então dorme safada, e não esquece de sonhar comigo. – piscou saindo do quarto.
ah, se ela soubesse... sonhar com ela é o que eu mais faço nessa vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
silent passion
RomanceGizelly se vê completamente apaixonada por sua melhor amiga durante um ano inteiro. não aguentando mais guardar esse segredo somente pra si, a moça decide colocar esse sentimento pra fora escrevendo em seu diário. O que ela não esperava é que Marcel...