GIZELLY POV
(...)
— Ué Gizelly, você não ia dormir? – disse marcela entrando no quarto de repente.Dei um sobressalto pelo susto, deixando o diário cair aberto no chão. Exatamente em cima dos pés dela. Merda, Esqueci de trancar a porta...
Antes que eu tivesse tempo de pensar, Marcela se abaixou e pegou o bendito diário nas mãos. Gelei. Por sorte, Ela acabou fechando o mesmo na hora de pegar.
— Que isso, Gi? – ela olhava com curiosidade e ao mesmo tempo desconfiança pro caderno de capa marrom.
Foca Gizelly, Foca.
— É só um caderninho de anotações, nada demais. – sorri fraco, tentando não demonstrar o tamanho do meu nervosismo.
Ela continuou olhando. Ela queria abrir, eu sabia disso. Conheço Marcela o suficiente pra ter noção do quanto ela é curiosa.
— Posso abrir? – perguntou, os olhos fixos em mim.
Fofoqueira maldita!
Uma parte de mim queria dizer sim, queria que ela abrisse, queria que ela lesse cada palavra e acabasse logo com a minha angústia. Mas, uma outra parte de mim – a parte racional – queria dizer não, queria esconder aquilo pra sempre e tentar superar sozinha.
Obviamente, fui racional.
— É melhor não, tem umas coisas bem íntimas aí. – soltei de uma vez, tomando o diário das mãos dela.
Ela me olhava confusa, E eu sabia o porquê. A desculpa não colou. Ela sabe tudo sobre mim, tudo. Eu fazia facetime com ela enquanto estava no banho, Não existe nada mais íntimo que isso. Mas eu não tinha uma desculpa melhor e no momento aquilo me pareceu a melhor saída.
— Tudo bem, Desculpa. Eu não quis invadir sua privacidade, eu só... Não sabia que você gostava de escrever. Fiquei curiosa. – falava meio sem jeito
— Não é questão de invadir minha privacidade – respondi devagar, com calma. – É que tem coisas muito antigas, coisas que prefiro deixar no passado mesmo. Talvez um dia eu tome coragem e te mostre. São so bobagens...
— Gi, somos amigas e você sempre me conta tudo. Eu adoro isso, é incrível saber que você confia em mim dessa forma. Mas não é uma obrigação, tá legal? Você não precisa me contar algo quando não se sentir a vontade. E não precisa se explicar pra mim. – ela disse doce e cuidadosamente.
Não pude deixar de sorrir. Ela era tão... Não haviam palavras.
— Eu amo o jeito que você me deixa solta, sem amarras. Acho que é por isso que confio tanto em você, sabia? Você me passa tranquilidade e confiança. – falei, logo a puxando para um abraço.
— Eu amo você. Se você estiver bem e feliz, por mim tudo bem. Não preciso saber nada, de verdade. Mas me promete que se algo te atormentar muito você vai me contar? – me apertou – Não importa o que seja, se te perturbar, você jura que me conta?
Meu coração batia mais rápido que o normal e minhas mãos começaram a ficar frias. Eu queria tanto que ela soubesse, tanto.
— eu juro, Ma. Se algo me deixar desconfortável eu te conto sim. – menti, sentindo imediatamente a culpa me invadir.
— Bom, já que ta tudo ok por aqui... vou pro meu quarto. Se precisar é só gritar. – desfez o abraço – Amo você!
— Amo você também – joguei um beijo no ar
Ela retribuiu. E sumiu pelo corredor.
Fechei a porta e respirei fundo, me jogando na cama. Olhei pro diário e suspirei. Como é difícil ser tão covarde...
X X X
MARCELA POV
Eu já sabia que a Gizelly estava escondendo alguma coisa de mim, mas hoje eu tive certeza. Como eu disse pra ela, não me importo caso ela realmente não queira contar. Mas no fundo eu fico até um pouco preocupada. O que seria tão grave a ponto dela não querer me contar? Essa desculpa esfarrapada de que são coisas antigas não cola. No dia que eu abri, vi meu nome grifado. E isso é o que mais me intriga. Eu não sei se devo insistir nesse assunto ou deixo ela livre pra me contar quando quiser.
Óbvio que a segunda opção. Mas meu lado emocional gritava pra eu não desistir dessa história.
Por fim, me joguei na cama e suspirei. Amanhã vou tocar no assunto novo.
Às vezes queria que a minha razão falasse mais alto.
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silent passion
RomanceGizelly se vê completamente apaixonada por sua melhor amiga durante um ano inteiro. não aguentando mais guardar esse segredo somente pra si, a moça decide colocar esse sentimento pra fora escrevendo em seu diário. O que ela não esperava é que Marcel...