Capítulo VII

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- Ótimo! - falou se virando novamente para a escada e parando. Seus sapatos balançando precariamente na mão. - Espero que tenha finalmente entendido, o que significa a cor vermelha. - ela disse ainda de costas e desceu as escadas. - Boa-noite, James Sirius.

•••

A viagem foi ótima no todo, mas havia uma tensão palpável entre Ana e eu. Era visível que ela se mantinha um pouco distante, não me abraçava mais com tanta frequência. Lorcan e ela saíram e foi ótimo, não que ela tenha me contado, mas contou a Teddy e Fred e o máximo que consegui arrancar deles foi que ambos amaram.

Quando chegamos em casa, pensei em ir imediatamente até meu quarto, pegar a agenda e joga-la na lareira, mas assim que desci com a agenda na mão, minha mãe avisou que meu pai havia levado a Ana até a casa do seu padrinho com a moto. Aquilo teria que esperar até a volta a Hogwarts.

•••

- Eai? - disse Ana se escorando na porta da cabine do vagão. Depois de quase uma hora, ela finalmente apareceu. - Oi, Fred! - ela disse se abaixando e dando um beijo no Fred - Oi, Sirius. - como o esperado, ela apenas sorriu pra mim e se sentou ao lado de Fred.

- Por que demorou tanto? - perguntou Fred.

- Obrigações de monitora! - ela respondeu, colocando a mão na testa e jogando as costas no banco, como se estivesse cansada. Nós rimos.

- Você está mais bronzeada! - comentei.

- Brasil, não é? - ela me respondeu sorrindo. - Vou ver se eu consigo levar vocês da próxima vez.

Passamos o tempo todo da viagem até Hogwarts, conversando e rindo.

•••

Descemos da carruagem, Ana fez um pouco de carrinho no testralho que puxava a nossa carruagem e nós fomos em direção ao castelo. A seleção já ia começar.

Eu acabei me lembrando da nossa.

Ana foi uma das primeiras a ser chamada. Seu sobrenome espantou todos os professores, os alunos mais velhos e principalmente Fred e eu.
Quando ela se sentou o chapéu seletor quase cobriu ela inteira, sorri ao ver essa cena. O chapéu anunciava ao salão inteiro quão difícil era, que nunca havia visto uma cabeça como aquela. Depois de quase meia hora ele se decidiu e berrou : GRIFINÓRIA. As palmas foram de todas as meses, provavelmente por que aquilo finalmente havia acabado.
Assim que o chapéu tocou a minha cabeça, fui mandado para a Grifinória, mas Fred ficou quase dez minutos. O chapéu estava entre Grifinória e Corvinal, mas no final ele também estava na Grifinória.

- Bem-Vindos novatos e aos veteranos Bom-Regresso... - a Prof° McGonagall falou assim que a seleção acabou - lembramos que a Floresta Proibida, está em nossos terrenos mas os alunos não tem permissão para ir até lá.
" Este é o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Thomas Skinker - aplaudimos educadamente, ninguém parecia conhece-lo.
" Este ano temos o imenso prazer de anunciar que o Campeonato de Poções está de volta. Que assim como o Torneio Tribruxo ficou um tempo esquecido devido as periculosidades da competição, mas Hogwarts terá o prazer de sediar!
" Os alunos de Ilvermorny, Beauxbatons, CasteloBruxo e Durmstrang, chegarão no Dia Das Bruxas.
"Somente os alunos do 6° e 7° ano poderão participar, as poções que deverão ser preparadas e a última tarefa será extremamente difícil, que não incluirá somente poções, mas todo tipo de magia.
"Os alunos serão escolhidos pelo Cálice de Fogo. Não se inscreva levianamente, o Cálice é um ato contratual mágico, uma vez escolhido não poderá voltar atrás! É isso, boa-noite!"

- Então, você vai se inscrever? - perguntei a Ana

- Eu? Por quê ? Não sou boa em poções! - ela respondeu

- Você sabe que é, Ana! - comentou Fred - Você se daria muito bem!

- Acho que não! Os alunos tem que ser excepcionalmente bons! - ela respondeu reflexiva.

- Como se esse não fosse o seu caso. Aposta quanto que Slughorn vai pedir pra você se candidatar? - eu perguntei enquanto saímos do Salão Principal

- Acho que nã... Meu Deus, 1° ANO AQUI GRIFINÓRIA! - ela gritou na porta do Salão.

- Marotos - ela falou assim que chegamos no retrato da Mulher Gorda e nós rimos. Entramos e me lembrei que tinha uma coisa pra fazer.

- Ana, espera um pouco! - falei enquanto ia em direção ao nosso dormitório e peguei a agenda. Cheguei lá embaixo e Ana estava dançando com Fred e eu rir, aquilo me dizia que Sandy estava ali.

- Oi, projeto de metamorfomaga! - ouvi a voz de Sandy.

- Oi projeto de Lula-gigante! - Ana sorrindo, rebateu. Fui até ela e a abraçei pela cintura e ela ficou na ponta dos pés e passou o braço sobre meus ombros. - O quê você quer?

- Queria ver se era verdade... - falou Sandy olhando pra mim com raiva. - Que você está ficando com os meus restos.

- Chang, Chang, Chang, se você fosse tão boa assim, tava no lugar dela - respondi

- Então quer dizer que você me trocou por essa daí? - perguntou Sandy.

- A pergunta é quem não te trocaria pela Ana? Na verdade... quem não te trocaria por um sereiano? - perguntou o Fred nos fazendo rir.

- Não reclama antes de provar! - Sandy comentou passando a mão no peito do Fred, mas ele tirou a mão dela na hora. - Enfim, faça bom proveito, vocês se merecem! - disse saindo e jogando o cabelo.

Ana fez um careta e imitou Sandy. - Obrigada, gente! - ela disse nós abraçando.

- Tenho uma coisa pra você! - falei mostrando pra ela a agenda.

- O quê eu tenho haver com isso? - perguntou com a voz fria que não pertencia à ela e fechando a cara .

- Só pra você ter certeza. - abri a agenda e mostrei a ela enquanto falava - Ótimo! Me acompanha, monamur? - perguntei estendendo a mão e sorrindo.

- Certainement la vie - ela respondeu sorrindo, descruzando os braços e pegando minha mão

- Certo! - falei parando na frente da lareira - Essa como você viu é a agenda que eu anoto todas as meninas que eu pego... desde de o primeiro ano! - falei e olhei pra a agenda.

- Já sei! Prossiga! O quê eu tenho haver com isso? - perguntou passando o peso para perna direita e cruzando os braços.

- O quê você tem haver com isso? - perguntei sorrindo - Espero que isso prove o quê eu sinto, por você!

- Pera, quê? - ela pergunta saindo da posse dela.

- Ah, que bom saber que causou impacto! - respondi sorrindo e jogando a agenda na lareira.

- O quê? Não! Sério? - ela perguntou indo até a lareira e olhando a agenda se transformar em cinzas. - Porquê você fez isso?

- Você disse que queria que eu a destruísse, foi isso que eu fiz... - fui interrompido pela Ana se jogando nos meus braços e me beijando, por um segundo eu fiquei confuso, mas retribuí o beijo.

Por um segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano... Não sei quanto tempo ao certo. Ao mesmo tempo que parecia muito pouco, parecia muito, o tempo não estava passando de forma coerente. Eu esqueci do mundo. Esqueci que haviam outras pessoas na sala comunal, de Sandy, da profecia, do destino terrível e desconhecido que nos aguardava... Naquele momento só havia Ana e eu.
Quando por fim nos separamos, os que restavam na sala aplaudiram e sorriram. Ana ficou com vergonha e escondeu a cabeça, vi Fred também estava sorrindo e aplaudindo.

- Já tava na hora! - gritou Surya Patil

- Desculpa! Foi... a emoção! - Ana falou assim que ela se separou de mim e saiu. - A gente se vê amanhã - disse da escada para o dormitório das meninas.

- O quê aconteceu? - perguntou Fred - Por que ela correu?

- Acho que ela... Não sei, não sei como lidar com meninas! - falei me jogando na poltrona perto da lareira.

James Sirius e a Nova ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora