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São tantas regras que já perdi a conta, mas lembre-se: Cada um tem seu defeito

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São tantas regras que já perdi a conta, mas lembre-se: Cada um tem seu defeito.

-Michael, precisamos conversar.

Eu disse e já entrei na sala dele colocando a bolsa vermelha que Adam tinha me dado em cima da cadeira de couro preto. Ele nem se moveu, seus olhos só continuaram lendo alguma matéria na internet.

-Quero falar com você, será que pode me ouvir? - Perguntei. Só aí ele colocou o notebook de lado e cruzou os braços começando a se balançar na cadeira giratória.

-Eu já sei o que é. - Ele respondeu.

-Obrigada, adianta muita coisa. Então, porque falou aquilo pro Adam? Sabe bem que brigou por nada.

-Porque eu quis. - Michael retruca.

-Seja um adulto e responda corretamente.

Eu digo e ele solta um suspiro, continua me encarando e seu rosto vai ficando vermelho cada vez mais, seu maxilar fica tenso e eu resolvo sentar na cadeira em sua frente percebendo que ele vai demorar de me explicar alguma coisa.

-Eu errei okay? Não deveria ter falado aquilo, pronto, satisfeita. Agora pode sair da minha sala? - Ele diz segundos depois de eu não desviar o olhar e ficarmos nos encarando até ele ceder.

-Não, não vou sair da sua sala até você me explicar o motivo certo de falar aquelas coisas sem sentido nenhum. - Michael suspira derrotado. Um sorriso quase notável se abre nos meus lábios feliz por ter ganhado essa disputa de olhares.

-Fiquei nervoso, eu tava fazendo tudo sozinho enquanto o Ryan estava numa entrevista ao vivo e Dany tinha ido fazer o exame vocal, só tinha eu e o Carl fazendo tudo, ele é muito exigente, gosta de arrumar tudo do jeito dele e só quer dar ordens. Acabamos discutindo e ele resolveu sair, acabei descontando tudo no Adam quando ele chegou do encontro de fãs. - Michael deixa começar a falar.

Perdi a conta de quantas vezes ele passava a mão pelos cabelos loiros ou pelo rosto, ele também gesticulava erguendo as mãos e batendo de vez em quando na mesa que nos dividia.

-Chamei ele pra me ajudar, foi aí que começamos a discutir pois os dois estavam cansados demais. Adam falou que eu precisava aparecer e dar sinal de vida para as fãs da nossa banda que em poucas horas iriam assistir ao show, era pra ser a mesma discussão de sempre, mas dessa vez eu coloquei seu nome no meio. - Ele diz.

Seus olhos verdes se voltam pra mim e ele solta um suspiro enquanto me olha, depois balança a cabeça como se eliminasse a possibilidade de dizer o que estava pensando.

-Todo mundo da banda sabe que quando mexe com você o Adam perde o juízo, ainda mais depois de um dia cansativo. Então assim que eu disse seu nome ele parou tudo que estava fazendo, no mesmo segundo, como se você fosse o botão de explodir, começamos a me fazer perguntas estranhas ao outro... Enfim, foi isso. - Michael explica.

-Ele me contou tudo, Michael. – Confesso. -É verdade? - Eu pergunto novamente.

Michael engoliu seco, seu rosto começa a ficar vermelho de novo, seus olhos voltam a brilhar quando me olha e eu continuo encarando ele a espera de uma resposta.

-O que é verdade? - Ele pergunta segundos depois.

-Não seja sonso. Sabe do que estou falando. - Digo.

-Várias coisas foram ditas por mim, deveria especificar qual delas eu...

Interrompo-o antes mesmo de terminar a frase.

-Sobre você gostar de mim, algo a mais, não só amizade. Esse foi o motivo de ter aparecido na minha casa. - Digo direta. Vejo seu rosto pegar fogo, ele passa a mãos no cabelo mais uma vez e se levanta da cadeira quase derrubando a xícara de café em cima da mesa.

-Eu já falei que errei, faça o que quiser agora com isso. - Michael muda completamente o assunto.

Eu me levanto da cadeira e caminho até ele ficando alguns passos de distância, perto o suficiente pra olhar em seus olhos.

-Você gosta de mim, Michael? Se a resposta for sim, precisamos esclarecer as coisas entre nós. - Retomo a pergunta já com meus braços cruzados.

Ele paralisa, seus olhos fixam nos meus e ele fica algum tempo ali antes de puxar ar pra falar.

-Não faria diferença nenhuma se eu respondesse que sim.

-Então é mesmo verdade. Nunca gostou de mim como uma amiga, sempre foi algo mais. E eu começar a namorar com o Adam não mudou nada pra você. - Eu insisto em ouvir sua resposta.

-Daphne, eu acho melhor você sair da minha sala. - Michael se desvia do assunto novamente.

-Se eu sair daqui, não volto a olhar pra sua cara. - Certo que era mentira, eu continuaria falando com ele não importava a sua resposta pra minha pergunta.

Ele tinha me ajudado em muitas coisas, nunca poderia parar de falar com ele por um simples sim ou não. Queria que as coisas se resolvessem logo entre nós para ajudar ele a se resolver com Adam. Parecia que esclarecer os sentimentos de Michael seria mais complicado do que eu pensava.

Deixei-o completamente nervoso. Michael cruzou os braços e respirou fundo.

-Não Daphne, eu não gosto de você dessa maneira que está pensando.

Michael quase sussurrou. Tenho certeza que não ouviria nada se não estivesse perto o suficiente dele, seu rosto que há alguns minutos atrás era branco ficou quase cor de fogo, ele estava completamente vermelho e uma expressão triste tomou conta dele.

-Mentir só aumenta ainda mais os problemas. Se não quer falar, então eu mesmo digo. Gosto de você como um amigo, nada mais que isso, mas caso queira conversar comigo sobre o assunto pode me chamar.

Michael respirou fundo rapidamente.

-Daph, eu...

A porta se abre na mesma hora.

-O Rodolf está aqui, ele chegou. - Carl entra na sala com seus cabelos cor de fogo, ele para assim que me vê. -Ops, desculpa atrapalhar, é porque o nosso empresário chegou.

Michael pega os papéis em cima da mesa e passa por mim sem olhar pra minha cara.

- Conversamos depois. – Ele disse, mas não parecia que estava muito empolgado com aquilo.

Eu cerro meus olhos pra ele. Michael dá uma tosse seca e vira as costas saindo da sala.

Tudo ficaria bem mais fácil se ele resolvesse contar, ou me chamar pra conversar sobre isso. Eu não pararia de falar com ele, muito menos perderia sua amizade, mas essas coisas podem piorar se são deixadas de lado e ignoradas. Mas é exatamente o que ele está fazendo, fingindo que os sentimentos não existem. Talvez ele queira mesmo preservar a amizade com Adam e só.

Pego a bolsa em cima da cadeira e saio da sala, minha mente borbulha de pensamentos confusos e palavras não explicadas.

Essadeveria ser a outra regra: Mantenha sua mente limpa de problemas.

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