Perdido - Sterek!Thriller

Casa

Derek observava pela janela do carro as árvores na estrada enquanto iam em direção a sua casa. No banco do motorista, Stiles dirigia com os olhos atentos, vez ou outra puxando algum assunto para com ele. Também tentou entrelaçar suas mãos, mas o homem afastou a sua da maneira mais amigável que conseguiu.

O homem não negava, sentia algo pelo outro, mesmo que não lembrasse disso. E Stiles parecia empenhado em fazê-lo lembrar, pois dizia uma série de coisas a qual os dois passaram nesses últimos dez anos. Disse que, inclusive, viajaram várias vezes pelo mundo, Paris e Londres foram um desses lugares.

Derek perguntou onde ele trabalhava, descobrindo que era herdeiro de uma empresa de bebidas alcoólicas, junto de seu tio Peter, que estava gerenciando uma das sede da indústria fora do país. Stiles disse que trabalhava como secretário no fórum da cidade, mas que tinha se afastado do serviço durante o tempo que passou no hospital.

- Foi ali que você sofreu o acidente. - Stiles falou em determinado momento do percurso. - Seu carro capotou morro abaixo, foi uma coisa horrível.

Derek olhou para onde ele tinha indicado. Parte da encosta acima tinha cedido, parecia que uma retro escavadeira tinha rasgado a terra naquele ponto de tanto terra que tinha cedido. Não conseguiu ver nada abaixo, mas notou que a divisória da estrada destruída em um ponto, onde provavelmente seu carro bateu.

- Estava chovendo naquele dia. - Stiles disse.

- Para onde eu estava indo? - Perguntou.

- Me buscar na cidade. - Stiles fez uma curva. - Eu acabei ficando até tarde lá, trabalhando, e não tinha ido de carro naquele dia.

Derek bateu os dedos no apóio da porta, pensativo.

- Nós temos filhos?

Stiles soltou uma risada baixa e sem graça.

- Não. - Falou. - Você queria adotar uma criança, mas decidimos esperar até ter tempo para cuidar de uma. Nossa vida é bastante corrida.

- E você não se o opôs a ideia?

- No primeiro momento sim - Stiles disse -, tive que me manter responsável por meu irmão mais novo a vida inteira, e não queria ter novamente esse tipo de responsabilidade tão cedo.

- Você tem um irmão mais novo?

- Tenho sim, Dylan. Deve estar na faculdade agora, vocês se dão muito bem.

Derek ficou em silêncio.

- Desculpa por não falar dele. - Stiles falou novamente. - Você tinha acabado de acordar, e não estava nem lembrando de mim. Achei que não era a melhor hora de contar.

- Não precisa se desculpar. Acredito em você.

Derek o entendia. Não está sendo fácil descobrir que está sem memória, e sair bombardeando-o com novidades assim do nada só o deixaria mais confuso. Doutora Hill foi clara que isso tinha que acontecer da forma mais sútil possível, ou então Derek acabaria assimilando algo que ouvia a uma memória, não sabendo distinguir mais se era real ou não.

- Chegamos!

Stiles acionou um botão no carro e o portão ferro numa estrada batida, a lateral da rua principal, se abriu lentamente. Levou o carro por quase duzentos metros até parar em frente a uma enorme mansão cor creme de aparência colonial, mas com diversos aspectos modernos por ela. Pode perceber alguns deles pelas vidraças e luminárias que tinham no chão e em postes na tilha de cacos vermelhos, as luzes deveriam iluminar toda frente da casa a noite.

Derek foi o primeiro a sair do carro, estava ansioso e queria ver mais de sua casa. O vento leve da manhã tocou seu rosto quando colocou os pés para fora. Tinha um domo do tamanho de uma quadra de tênis mais ao fundo, do lado de um pequeno lago artificial onde uma estátua de uma sereia despejava água de um pote que tinha nas mãos. Estava longe, mas viu a água abaixo espirrando, deveria ter peixes ali. Na outra ponta tinha um piscina gigantesca, com algumas tendas na lateral, provavelmente palanques que serviam de bar. Na borda da piscina algumas espreguiçadeiras estavam abandonadas.