Capítulo 15

29 6 4
                                    

Draco Malfoy estava se acostumando com a rotina de hospital, no caso, de permanecer no hospital para acompanhar Harry. Às vezes, era um pouco solitário, devido ao fato do moreno trocar o dia pela noite quase todos os dias, efeito colateral da quantidade de remédios que ele tomava para dor. Por vezes, Hermione e Ron brigavam com o amigo para que ele tomasse alguns desses remédios e para que ele se alimentar mais e melhor. O moreno argumentava que não sentia fome e que não precisava dos remédios. Na verdade, todos aqueles medicamentos o lembrava quando dependia deles, quando ele era viciado dos efeitos colaterais das drogas que lhe davam para lidar com a sua ansiedade e com a sua depressão. Então, depois de quase cinco dias de noites mal dormidas, com uma alimentação à base de soros via acesso e medicamentos que doíam o estômago de Harry, coisa que o deixava bem irritado, o moreno estava longe de uma recuperação adequada e de sair do St. Mungus. Com isso, Draco Malfoy não largava seu posto de permanecer sentado na mesma poltrona ao lado da cama de Harry.

O quarto 202 agora tinha alguns desenhos feitos por Alvo e James para decorar o local, os mesmos desenhos esses que fizeram Pansy e Blásio rirem quando visitaram Harry no outro dia. Em um dos dias o quarto de Harry estava tão lotado de visitas que as enfermeiras tiveram que brigar com Luiza e John, que fizeram uma surpresa para o, nas palavras de Harry, melhor funcionário da Lumus. Além dos desenhos infantis, dois jarros de flores também ornavam o quarto, um deles contendo lirios, que Hermione e Ron mandaram, e outro com narcisos, cortesia de Pansy e Sophia, este último fez Draco rir e Harry agradecer e depois perguntar insistentemente quem era Sophia e Pansy enchendo a boca para falar sobre a namorada e de como ela era perfeita e incrível. O platinado sorria vendo a amiga falar de Alice. Por infortúnio, nem sempre Draco era alegre e simpático, principalmente quando Gina vinha ver como as coisas estavam com Harry, que agora era oficialmente seu ex marido mas não ex companheiros de brigas e dois dias atrás a briga foi na verdade entre Gina, Hermione e Draco.

No intervalo da tarde, ou seja, o momento que Potter dormia dopado pelos medicamentos para dor, a ruiva resolveu que queria saber o porque de Draco continuar ali, já que até então ela não sabia exatamente o motivo da presença do advogado. No entanto, ela já havia perguntado outras vezes e o platinado, sem muita paciência, respondia sempre a mesma coisa, que ele estava ali para ajudar, para que Harry ficasse bem, a ruiva teimava em dizer que não tinha mais paciência para mais mentiras vindas da boca dele e que depois de pelo menos trinta minutos de bate boca, Hermione perdeu todo o autocontrole que ela não cultivava mais, não quando se tratava de Gina e Draco.

Foi ali, as três da tarde, no corredor do St. Mungus que Hermione disse por A mais B que Harry e Draco estavam juntos, que Gina Weasley deveria ser cega ou completamente tapada, como o irmão, para não perceber isso. Ademais, que Draco não estava ali para saber dos podres da ruiva para usar isso contra ela futuramente em alguma audiência e sim, que ele estava ali porque gostava de Harry, porque queria ele bem e saudável, assim como Hermione, Ron e, por incrível que pareça, Pansy e Blásio também. Até mesmo Snape fez uma breve visita, querendo saber mais do proprio sobrinho do que do bem estar de Harry, que Severo fez o moreno ficar desconfortável e desconfiado, como quando ele era um adolescente que implorava para não assistir as aulas de química, situação essa que fez Draco se divertir bastante. Principalmente porque depois ele pode acalmar Potter com alguns beijos e carinhos leves no lado não ferido da cabeça de Harry.

Mas, agora o platinado estava sentado na mesma poltrona de sempre, sua fiel escudeira dos últimos dias,ao velar o sono pesado de Harry. Draco lia um livro de poemas portugueses, um presente da última visita de Pansy e Alice e ali, sentado naquela cadeira, vestindo uma calça preta de tecido leve e um suéter azul marinho, Draco Malfoy divagava nos prazeres que só uma boa leitura poderia trazer e tão inerte nesse mundo que mal percebeu que alguém estava batendo na porta do quarto. E como um susto, o advogado se levantou de modo bruto da poltrona, quase tropeçando nos próprios pés.

Obsoleto e em Desuso (DRARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora