Capítulo 5

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- Eu preciso ir ao banheiro.

Foi com essa frase, novamente, mais para si do que para os outros, que Harry informou e voltou para o elevador correndo com a respiração descompassada e ofegante. E lá estava ele descendo para um andar aleatório, já que o mesmo não sabia qual botão havia apertado ou pelo menos não se lembrava ao certo. Desnorteado, ele saiu pelas portas do elevador, que pararam em um andar que parecia ser o mesmo de antes apenas com um maior número de salas. Harry correu e procurou alguma placa que apontasse para um banheiro e o mesmo estava tão confuso com os demônios que gritavam em sua cabeça que sequer notou as pessoas perguntando para onde ele estava indo.

Por sorte, no final da sala, após algumas portas e sofás, ele viu o que o mesmo deduziu ser um banheiro. Entrou, trancou a porta e se apoiou na bancada da pia. Seu corpo tremia, seu olhos derramavam lágrimas que ele já não conseguia controlar a anos, suas mãos suavam e seu peito doía devido a respiração acelerada. O moreno começou a morder o seu lábio para tentar conter o choro e o desespero que subia pelo seu corpo.

- Controle-se.

Ele dizia como um mantra para si. Se olhou no espelho e viu o sangue descendo pela sua boca e manchando seu queixo e seu pescoço. Ligou a torneira lavando o carmim do rosto na esperança de que tudo aquilo fosse embora junto com a água que descia pela pia esgoto abaixo e junto com isso veio uma memória antiga na sua cabeça, uma memória que ele nem se lembrava dela de fato.

Harry estava em um dos banheiros de Hogwarts vomitando devido aos efeitos colaterais dos seus novos medicamentos, ele odiava vomitar tão quanto odiava está perdendo o almoço por causa daquilo. Foi então que ele escutou o barulho da porta banheiro ser aberta com força, uma pessoa chorava copiosamente em meio a palavras as quais o garoto ocludo não entendia metade. Ele não iria sair do box, apesar de sua curiosidade falar mais alto fazendo com o que abrisse uma brecha da porta o fazendo ver um garoto de cabelos platinados e bagunçados diante da pia chorando e alguns segundos depois ele socou o espelho que ficava acima da pia fazendo Harry se espantar e abrir por completo o box em que estava minutos atrás.

O garoto, que havia socado o espelho, estava com a mão sangrando e o rosto inchado devido às lágrimas, ele tentou conter o sangramento das mãos com o tecido branco da farda que ele vestia. Foi uma tentativa bem frustrada.

- Você está bem? - perguntou Harry, mais por educação, já que era notório a mão sangrando do outro garoto.

- Me desculpa, eu achava que estava sozinho. - respondeu o outro em meio a tentativa de segurar as lágrimas que estavam parando de surgir em seu rosto. Ele mudou a postura começou a regular sua respiração e conter qualquer sinal de fraqueza. Harry achou aquilo um pouco estranho e até sádico mas preferiu ignorar.

- É melhor você lavar sua mão e estancar o sangue para evitar que sangre mais. Aqui.

Harry caminhou até sua bolsa que tinha algumas ataduras e levou em direção ao platinado.

- Pode usar isso para controlar o sangue.

- Obrigado. Mas porque você anda com isso na bolsa?

- Sou um pouco desastrado e acabo caindo bastante.

Isso era uma parcela da verdade pela qual Harry andava com ataduras nas suas coisas. Ele poderia até ser bastante desastrado mas infelizmente seu tio Walter tinha um temperamento de um toureiro depois de um gole de uísque antes de dormir. As várias cicatrizes no corpo de Potter e duas costelas quebradas que ele teve aos quatro anos provavam que seu tio não era a melhor opção para se ter perto de crianças bastardas como Harry.

Obsoleto e em Desuso (DRARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora